5 tendências para o futuro dos eventos

Nada será como antes para o segmento, mas há alguns caminhos a serem trilhados para manter comunidades engajadas seja no formato presencial ou virtual

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12:20 pm - 09 de fevereiro de 2021

Todo o negócio sofre alguma ameaça ao longo da sua existência. Não importa que ocupe um posto de liderança ou o segmento em que atua. Em algum momento, o seu negócio poderá desaparecer se não acompanhar os sinais de que precisa evoluir e se transformar. Tenho lembranças de várias situações em que nos vimos com o nosso em extremo risco, seja como veículo de comunicação ou realizando eventos. Em 2014, durante a construção de um planejamento para o triênio, pensamos diversas vezes que o nosso negócio de eventos corria riscos. Executivos que participaram da reunião, respaldados por análises de cenário e materiais acadêmicos, defendiam que as novas gerações estavam mudando e passando do High Touch para o High Tech. Isso significava que elas não teriam nenhuma necessidade de ir a eventos.

Isso foi um sinal de alerta. Miguel Petrilli, um dos fundadores da IT Mídia junto com Adelson de Sousa, sempre nos lembrava de uma história: “Desde os tempos medievais, quando ainda não existia o papel moeda, e o escambo era o comércio, os alemães que viviam, produziam ou plantavam, cada um em seu vilarejo, desciam o Rio Reno para se encontrarem, se socializarem, fazer negócios, ou seja, para ver pessoas e serem vistos. As pessoas sempre vão precisar se encontrar”.

Temos a postura de sempre inovar e buscar referências de eventos ao redor do mundo. Levamos todos os anos gestores da IT Mídia para visitar os mais diferentes eventos e trazer nova ideias, seja num evento de música eletrônica, que sempre traz lindas cenografias e um storytelling incrível, até um evento de negócios, no Canadá, realizado por um circo e que além de conteúdo, entrega as experiências mais malucas. Tudo isso para que a gente não caia na crença de que o nosso modelo de negócio vai se perpetuar sem inovação.

Mas aí, em 2020, vivemos o terror da Pandemia. O setor de eventos foi o primeiro a parar, e fatalmente será um dos últimos a voltar. Vale ressaltar que mesmo antes da pandemia, tradicionais eventos não conseguiriam mais manter a atratividade de público e patrocínio. Alguns, inclusive, anunciaram que não realizariam seus eventos em 2020, como foi o caso do Salão do Automóvel em São Paulo. Sabe aquela máxima: “Cuidado com a ausência, você pode não fazer falta”. Estamos em 2021 e muitos eventos já oficializaram que não serão realizados pelo segundo ano consecutivo. Farão ou estão fazendo falta para a sua comunidade em questão?

Acredito que nada será como antes para esse segmento. E aqueles que conseguirem unir desenvolvimento pessoal e profissional, encantamento, experiências únicas, ROI (Retorno do Investimento) de forma clara tanto para o visitante quanto para o patrocinador, tudo isso multiplataforma, irão sobressair.

Por isso, elenco cinco tópicos que são fundamentais para o futuro dos eventos:

1. Segmentação e construção contínua de comunidade

O aumento de oferta de lives e eventos digitais saturou o público e levou a uma reinvenção nos formatos dos eventos, mas também uma definição clara do público-alvo. Isso significa que entender exatamente para quem é o evento, é um elemento essencial para que o público de fato participe e se engaje. A segmentação que está tão presente nas estratégias de marketing agora é uma realidade dos eventos também. Fazer parte de uma comunidade com interesses em comum, com apoio mútuo e acompanhamento da evolução individual e coletiva, é o que acredito como fator determinante para a continuidade do negócio de eventos. O IT Forum, por exemplo, é direcionado para os líderes das principais empresa brasileiras que investem em tecnologia, e essa conexão é o que garantiu o sucesso dos encontros digitais promovidos pela empresa em 2020.

2. Formato Híbrido? Na verdade, o formato não deve importar

Possibilitar que o público defina se deseja participar de forma digital ou presencial é a nova forma de fazer eventos. Além de reduzir custos de locomoção, tempo, hospedagem, dá a liberdade de como o público quer interagir com o seu evento e com sua comunidade. O importante é despertar o interesse para que de fato ele se conecte com o conteúdo oferecido, e não seja só mais uma inscrição, sem presença efetiva. Para isso, levar a experiência ao participante, surpreendê-lo, independente do meio escolhido para participar, envolvê-lo com os temas e com seus pares, se sentido parte da comunidade, seja presencial ou virtual, é o grande desafio e oportunidade em questão.

3. Interligar a experiência on-line e off-line

Conectar o universo presencial e digital é imprescindível para surpreender os participantes de um evento. Desenvolver experiências diferenciadas é o que define o seu evento e como ele se destaca entre as demais iniciativas do mercado e atividades do cotidiano que disputam atenção das pessoas. Envio de kits personalizados e com elementos necessários para as atividades de relacionamento são uma forma de humanizar as interações digitais por exemplo, mas não é o suficiente. Lembra da história do Rio Reno que citei no início do texto? Os alemães desciam até o rio também para se encontrar. Interligar a experiência do ver e ser visto promovida pelo evento presencial, é fundamental.

4. Recorrência

Em um certo momento na história, o calendário em que usamos se tornou medida para realizar eventos. Entregar conteúdo ou relacionamento uma vez ao ano não é estar envolvido e comprometido com a construção e desenvolvimento da comunidade em que se está atuando.

O mundo está muito dinâmico. Não poderíamos realizar um evento e depois voltarmos a falar sobre o tema ou ainda reunir pessoas 12 meses depois. Por isso, utilizar todos os meios e canais de comunicação para fomentar ao longo do ano a comunidade, o debate do evento em si, dar visibilidade e promover recorrência para compradores e vendedores.

5. Credibilidade e isenção

Para promover os quatro tópicos acima, é necessário construir sua credibilidade perante sua comunidade. Normalmente, credibilidade se leva anos para ser conquistada e um único erro para perdê-la, mas ela é fundamental para ter o engajamento, percepção real de valor e reconhecimento de que o seu papel é de intermediário, de compromisso com o ecossistema envolvido e que a consequência da evolução desta comunidade, será a evolução do seu próprio evento.

E você, quais eventos não vai perder por nada?

 

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