Open Finance chega a 250 milhões de chamadas via APIs por semana

É o maior volume do mundo, segundo a Febraban. Desafio agora é usar dados para personalizar a experiência dos clientes

Author Photo
9:05 am - 11 de agosto de 2022
Foto: Paulo Cesar Rocha / Febraban

Open Finance brasileiro chega a O Open Finance brasileiro alcançou a marca de 250 milhões de chamadas feitas via APIs por semana, de modo a atender usuários que deram consentimento para compartilhar dados e fazer parte do sistema. Segundo a Federação do Bancos, isso coloca o Brasil como dono do maior sistema de compartilhamento de dados bancários do mundo.

Os números superlativos, revelados nessa quarta (10) durante debate no Febraban Tech 2022, mostram não só o tamanho da adesão, mas também que já é hora de discutir benefícios e desdobramentos do sistema para os clientes.

“Tudo que acontece [no Open Finance] é o cliente que decide. Essa dimensão ‘multi-instituição’ [serve] para levar a melhor oferta, o melhor produto etc. A gente começa a olhar para as duas perspectivas e a se preocupar com o cliente em primeiro lugar”, ponderou Cristiano Gomes, head de plataformas digitais e ecossistemas do Bradesco.

Segundo o executivo, o Meus Bancos, serviço de agregação de informações bancárias recentemente lançado no aplicativo do Bradesco, já tem 8 milhões de adesões. O recurso serve para oferecer uma visão consolidada da vida financeira do cliente.

“Para o cliente é sempre melhor. É melhor para ele ter cada vez mais competitividade”, sentenciou o executivo a respeito do Open Finance.

No caso do Santander, que oferece recurso de agregação semelhante em seu aplicativo, o Open Finance permite não só oferecer ferramentas de conveniência e visibilidade da vida financeira, mas também uma oportunidade de estreitar relacionamento, conquistar confiança e, claro, vender mais produtos e serviços.

Leia mais: Febraban Tech: Pix e Open Finance são ‘alavancas’ da transformação financeira do país

“A gente tem uma estratégia bastante agressiva. Já estamos usando sim os dados para acelerar a curva de crescimento”, ressaltou Jayme Chataque de Moraes, head de Open Finance e CBDC do Santander Brasil.

O primeiro movimento, diz o executivo do banco espanhol, foi mudar o passo a passo para a abertura de contas correntes no banco. Foi adicionado uma etapa adicional que convida o cliente a compartilhar dados. “E com isso a gente consegue melhorar a experiencia do cliente novo.”

Outra ferramenta adota é um portal dedicado ao Open Finance, em que o cliente pode decidir sobre que dados quer compartilhar. “Produtos já estão sensibilizados pelos dados, principalmente em análise de risco, que já tem modelos ajustados para incorporar as novas variáveis disponíveis”, ressaltou Moraes.

Para Lincoln Ando, CEO e fundador da idwall, empresa que fornece soluções de segurança para os bancos viabilizarem o compartilhamento de dados, agora o Open Finance brasileiro precisa ir além de serviços básicos que envolvam finanças pessoais, contabilidade e ou agregação de pagamentos em carteiras digitais.

“Hoje muitas empresas já têm uma gama e variedade de dados dentro de casa, mas ainda têm muita dificuldade em extrair inteligência disso”, opinou. “E elas já estão com data lakes organizados em camadas. Agora imagina a perspectiva do dado em tempo real?”

Para o especialista, a maior dificuldade atual das instituições é utilizar os dados de forma efetiva para customizar a experiência dos usuários.

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.