5G deve acelerar inovação baseada em edge computing

Para empresas como Dell e Intel, internet mais rápida é apenas a ponta do iceberg de transformações que as redes 5G devem trazer ao mercado.

por Dell
3:29 pm - 21 de janeiro de 2022

Mais do que apenas mais velocidade para a internet móvel, a chegada das redes 5G promete ampliar ainda os processos de transformação digital vividos hoje por empresas e consumidores. Com foco em novos processos e aplicações, empresas como a Dell e a Intel já começaram a adaptar seus portfólios para atender novas demandas que certamente surgirão no mercado.

O caminho, no entanto, não é simples. Dados da Anatel mostram que 93% da população concentrada em 72% dos municípios é atendida por um backhaul de fibra óptica, 53% dos municípios sem fibra estão nas regiões Norte e Nordeste, e 26% dos municípios sem fibra estão em Minas Gerais. O 3G ainda dominante no país, atende 99,9% dos usuários de redes móveis.

O vice-presidente sênior da Dell para a América Latina, Raymundo Peixoto, lembra que , no Brasil, as decisões devem ser tomadas em conjunto pela iniciativa privada e pública. “Com o surgimento, criação, movimento, e instalação de infraestrutura e da melhoria do 4G e chegada do 5G em nosso país, novas demandas estão surgindo. O 5G será o grande passo que daremos como sociedade para o desenvolvimento das pessoas e empresas”, defende.

O executivo lembra que, em um cenário pandemia e de distanciamento social, a tecnologia foi essencial para a continuidade dos negócios, da educação e até mesmo do entretenimento. “Grande parte das nossas vidas nos últimos meses, foi vivida de forma virtual. Acreditamos que o 5G deve trazer maior igualdade de acesso à tecnologia. Isso também significa educar empresas e organizações sobre o que essa tecnologia realmente significa para elas, como se preparar, como se transformar e como atingir melhores resultados”, afirma.

Peixoto reforça que as redes 5G devem consolidar de vez a chamada Indústria 4.0, trazendo mais eficiências, oportunidades, empregos e oportunidades de aprendizagem, já que se trata de uma tecnologia niveladora. “Nesse contexto, o Edge Computing é fundamental para estas transformações, levando o benefício do processamento, armazenamento e segurança para as pontas das redes e reduzindo ainda mais a latência e distância entre a geração de dados e o data center ou a nuvem”, diz, reforçando que isso se dá com o uso de tecnologias já comuns a TI convencional, como virtualização e containers.

É isso que vai permitir aos milhões de dispositivos que hoje já estão conectados à internet, via Wi-Fi, 3G ou 4G, acessarem serviços que não poderiam ser disponibilizados nestas redes. “As redes Wi-Fi, por exemplo, ainda passam por muitas interferências externas atrelando aos seus dispositivos, alguns serviços e casos de uso não serão possíveis de serem implementados dado a sua grande relevância e nível de criticidade”, explica Peixoto.

Por outro lado, as redes 5G possibilitam a construção de redes privadas que atendam  demandas mais críticas de conexão e latência, abrindo espaço para a efetivação de projetos utilizando Inteligência Artificial (AI), Internet das Coisas (IoT), Cidades Inteligentes (Smart Cities), Gestão das aplicações em APIs (Cloud Native), Redes Privadas 5G e Arquiteturas de Infraestrutura para o 5G Core nas Operadoras. “Todas essas tecnologias e soluções fazem uso do Edge Computing”, ressalta.

Na prática, o uso do 5G e do Edge Computing, inicialmente nas grandes cidades, trará a oportunidade de levar grande parte desta transformação para a indústria, principalmente em setores como Portos, Refinarias, Manufatura, Construção, Mineração, Logística, Energia, Óleo e Gás. Segundo o executivo, todos estes setores podem se beneficiar do uso de redes privadas construídas para 5G. Mais que isso, setores que já fazem uso de Edge Computing em soluções de SDWan também poderão se beneficiar da infraestrutura 5G, como os de Saúde, Educação e Finanças.

A expectativa é que os benefícios do uso do Edge Computing acelerem negócios em Time-to-market e Time-to-income, com o crescimento dos ambientes não se limitando mais a data centers físicos e nuvens públicas. “Poderemos operar nossas tecnologias com muito mais gestão, automação e confiabilidade. Acredito que será o primeiro passo para o mundo cada vez mais conectado e com tecnologias novas surgindo todo o tempo com implantações locais e virtuais a uma velocidade muito rápida”, defende.

 

Novos produtos

Peixoto lembra que, em 2020, o mundo gerou em torno 50 ZB (zettabytes) de dados, volume que deve chegar a 175 ZB em 2025. De acordo com o Gartner, 75% desse total será criado e processado fora de data centers ou nuvens tradicionais, enquanto a IDC aponta que mais de 50% da nova infraestrutura de TI será implantada na computação de borda até 2023. Já com foco neste movimento, e na demanda que ele criará, a Dell Technologies anunciou recentemente uma série de soluções baseadas em Edge Computing, tais como:

  • Dell EMC PowerEdge XR11 e XR12 – servidores construídos para Edge Computing, suportam de -5 graus Celsius até 50 graus Celsius e têm chassi aprimorado para armazenar dados e executar as funções de um data center sem se preocupar com a infraestrutura do entorno;
  • Dell EMC Edge Gateway- ajuda as companhias a conectar, de forma segura, múltiplos dispositivos na ponta. Resiste a ambientes hostis e temperaturas extremas;
  • Dell EMC VxRail satellite nodes (nós de satélite) – solução de HCI (infraestrutura hiper convergente) projetada em conjunto com a VMware, que fornece eficiência máxima na ponta com uma pegada de infraestrutura reduzida e sem necessidade de recursos técnicos locais;
  • Design validado da Dell Technologies para manufatura de edgecom Litmus – desenvolvido para apoiar as empresas a conectar, gerenciar e orquestrar dispositivos, dados e aplicações industriais distintos – do chão de fábrica à nuvem – sem a necessidade de programação;
  • Plataforma de Transmissão de Dados Dell EMC (SDP) – otimiza a GPU para o consumo de vídeo em tempo real, com menor latência e taxa de quadros e proporciona análise em tempo real em servidores Dell EMC VxRail e PowerEdge;
  • Notebooks Latitude 5430 Rugged e Latitude 7330 Rugged Extreme – resistem a ambientes hostis enquanto mantêm os mais altos níveis de desempenho e conectividade.

 

Parceria

Grande parte destas soluções foram desenvolvidas sobre a plataforma Intel, que também vem apostando no aumento da demanda por Edge Computing a partir da disseminação das redes 5G.

Para o especialista em IoT da Intel Brasil, Fabiano Sabatini, essa disseminação vai atender a uma gama variada de aplicações, que podem variar de forma física e capacidade, atendendo a muitos propósitos diferentes. “Estas aplicações podem oferecer recursos além daqueles de etiquetas RFID, detectores de temperatura e sensores de vibração. Com processadores integrados, esses dispositivos podem acomodar recursos avançados, como análises integradas ou Inteligência Artificial”, explica.

Sabatini conta que com a Edge Computing, estes dispositivos de ponta inteligentes podem incluir, por exemplo, robôs guiados por visão ou PCs industriais, ou ainda os sistemas digitais de cockpit incorporados aos veículos comerciais podem ajudar a oferecer assistência ao motorista. Em hospitais, dispositivos que monitoram pacientes podem procurar alterações nos sinais vitais e notificar a equipe médica quando necessário.

Para que tudo isso funcione, os dispositivos de Edge Computing, especialmente os de IoT, dependem do acesso da rede à nuvem. Em um ambiente corporativo, muitas dessas ferramentas já estão em redes que cresceram e apresentaram problemas de conectividade mais complexos, seja no varejo ou no e-commerce, por exemplo.  Ao mesmo tempo, o número de sensores sem fio cresce vertiginosamente com o aumento de veículos autônomos, residências inteligentes e inúmeras outras tecnologias parecidas.

Para dar suporte a esses dispositivos e às necessidades de conectividade, as empresas precisam de: maior banda larga, sustentar mais distribuição na rede, oferecer maior segurança para proteger e gerenciar os dados. Sabatini lembra que, com mais dispositivos próximos um do outro, também há o desafio da densidade da conexão. “Um sistema 4G pode suportar até dois mil equipamentos ativos em um quilômetro quadrado. Já o padrão 5G pode suportar 50 vezes mais”, compara.

O foco neste crescimento de capacidade tem levado a Intel a trabalhar com tecnologias abrangentes para computação de ponta, IoT, 5G e AI. “A Intel e todo o ecossistema de parceiros estão ajudando as empresas a obter inteligência em todas as frentes. Isso torna possível implantar recursos poderosos onde eles são mais necessários – de dispositivos de borda à nuvem – transformando e aprimorando operações e experiências”, diz.

Para o especialista, no futuro, a escolha da solução IoT mais eficiente e econômica dependerá dos desafios de negócios de cada parceiro. A solução certa deve atender aos requisitos de desempenho da carga de trabalho, tamanho ou restrições de energia e orçamento. “Para isso, a Intel oferece uma variedade de soluções de IoT da borda à nuvem para ajudar cada empresa a obter o melhor retorno sobre seus investimentos”, conclui.