Nuvem, trabalho híbrido e segurança pautam estratégia da Cisco

Lançamentos da empresa durante o evento global Cisco Live! marcam aposta em simplificação de arquitetura e em serviços de olho em ‘redes do futuro’

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6:28 pm - 30 de março de 2021

Passado um ano de pandemia e de transformação dos ambientes domésticos em extensões dos escritórios e das empresas, a Cisco fez nesta terça (30), durante o tradicional evento para parceiros Live!, uma série de anúncios que buscam conectar ainda mais o portfólio da empresa ao novo ambiente híbrido. Isso significa não só um reforço em tecnologias de nuvem e vendidas como serviço, mas também uma simplificação da gestão de ambientes de rede e, ao mesmo tempo, mais segurança.

É a primeira vez que o Live! ocorre de forma totalmente digital e reúne um público global. Se antes a empresa apostava em edições regionais, com a pandemia ganhou um palco expandido para novidades. A expectativa da empresa era conectar durante os dois dias do evento 90 mil clientes e parceiros de 200 países – público que a empresa chamou de “heróis” por terem mantido os negócios funcionando durante a pandemia.

Uma das maiores novidades anunciadas durante o primeiro dia de Live! foi o lançamento do Cisco Plus, conjunto de soluções de rede como serviço (network as a service, ou NaaS). As ofertas de SASE (Secure Access Service Edge), arquitetura de rede que combina recursos de rede definida por software com segurança aprimorada, também foram ampliadas.

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Outras novidades incluem novos recursos de visibilidade, que incluem a integração de soluções ThousandEyes – da empresa adquirida pela Cisco em 2020 – ao portfólio de rede, incluindo os recursos de inteligência ao AppDynamics Dash Studio e aos switches das séries Catalyst 9300 e 9400. É a “primeira oferta de visibilidade full-stack para corporações” da empresa.

A integração de outra empresa adquirida, a Acacia, também serve de base para o que a Cisco chama de “redesenho da infraestrutura de internet do futuro”. As soluções plug and play da empresa adquirida prometem reduzir significativamente a complexidade e o consumo de energia das redes ópticas do futuro, que precisarão suportar demandas de tráfego cada vez mais altas conforme o 5G e tecnologias associadas se avizinham.

“Estou otimista porque vi o que todos vocês fizeram ano passado, e os nossos times fizeram, e o que fez a tecnologia e o modo como a usamos para ajudar as organizações a trabalharem de casa e se manterem produtivas em um período muito estressante”, ponderou Chuck Robbins, o CEO global Cisco, durante o keynote de abertura do Live!. “A tecnologia é e continuará sendo o coração da nossa estratégia.”

Além de destacar as novidades da Cisco a serem apresentadas aos canais e clientes durante o evento digital, Robbins ressaltou que novas demandas surgirão conforme a pandemia arrefece (ao menos nos EUA) e os ambientes de trabalho híbridos se estabeleçam. Segundo ele, há enorme pressão para que as empresas redesenhem aplicações para a nuvem, e dar esse poder a times de TI remotos com segurança pode não ser tão simples.

“Empoderar os times é mais importante que nunca, e o futuro é híbrido. Temos que reconhecer e nos questionar como torná-los produtivos. Nossos ambientes se tornaram mais distribuídos e complicados. Estamos mudando nossa arquitetura para transformar sua infraestrutura”, disse o CEO, dirigindo-se ao público do evento.

Infra sob pressão

Se a corrida para a nuvem ocorrida durante a pandemia aumentou a pressão por modernização de aplicações, não é menos verdade que os provedores de infraestrutura e fabricantes de equipamentos também a sentiram. A resposta da Cisco é parte dada na forma de serviços. O Cisco Plus é um portfólio de rede como serviços (NaaS) que promete transformar a estratégia de ida ao mercado da empresa.

O objetivo é prover “experiências mais simples de consumo e uso do portfólio da Cisco”, com base em ofertas de “soluções de rede, segurança, computação, armazenamento, aplicações e visibilidade” por meio de assinaturas.

A primeira oferta será chamada de Hybrid Cloud, e deve ser lançada na metade de 2021 em seis territórios (Austrália, Canadá, Alemanha, Holanda, Reino Unido e EUA). Segundo a Cisco, ela inclui computação, rede e storage, inclusive com a participação de parceiros. O consumo será feito através do Cisco CX, e promete uso

“Será uma arquitetura o mais completa possível”, reiterou Todd Nightingale, gerente geral de nuvem e redes corporativas da Cisco. Segundo o executivo, os canais e revendas – principalmente as de categoria ouro (gold), ou seja, integradores altamente capacitados – terão papel crucial na nova oferta.

Hibridismo seguro

Outra aposta importante da Cisco para o futuro das redes é a simplificação da segurança, com a promessa de “configurar de um jeito fácil as políticas de rede e proteção em um mesmo lugar”, conforme explicou Jeetu Patel, gerente geral de segurança e colaboração da Cisco. Isso se dá através da arquitetura SUSE, que teve o portfólio expandido.

Na prática, agora é possível comprar todos os principais produtos da arquitetura em um mesmo pacote, incluindo a rede, acesso remoto, segurança de nuvem, visibilidade e acesso zero trust. O objetivo é simplificar a jornada dos times de operações (NetOps) e segurança (SecOps) de rede das corporações. Entre as novidades também estão novos recursos para a SecureX, plataforma de proteção em nuvem da Cisco.

Ainda no tema segurança, a divisão Cisco Secure anunciou durante o evento o Duo, solução de autenticação que usa biometria para dispensar o uso de senhas. A promessa é garantir segurança oriunda de qualquer dispositivo para qualquer aplicação ou ambiente dentro das redes da empresa.

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