Vale do Silício: demissões redefinem prioridades dos trabalhadores e geram êxodo

Big techs enfrentam reviravolta no mercado de trabalho, enquanto profissionais buscam estabilidade após onda de demissões

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11:53 am - 16 de janeiro de 2024
Foto: Shutterstock

A volatilidade econômica e a busca por segurança estão moldando uma transformação na relação de trabalho no Vale do Silício, com os profissionais de tecnologia optando por ambientes mais estáveis em detrimento das tradicionais promessas de alto crescimento e equidade. Com isso, empresas não tecnológicas têm mais sucesso em suas contratações do que empresas de tecnologia, segundo relatório da Karat. Isso aponta para uma baixa nas contratações do setor em meio a demissões em massa de big techs como Amazon, Google e Discord.

Durante o primeiro trimestre de 2023, 584 empresas de tecnologia demitiram funcionários, conforme registrado pelo rastreador Layoffs.FYI. Embora esse número tenha diminuído ao longo do ano, ele ainda permanece consideravelmente superior aos dados de 2022. Empresas proeminentes do setor, como Google, Meta, Microsoft, Amazon, Salesforce e outras, enfrentaram cortes significativos, variando de 6% a 13% de suas equipes.

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Mais recentemente, na última semana, o Google confirmou a demissão de centenas de funcionários, incluindo da equipe de engenharia. Ainda assim, o relatório da Karat afirma: “A contratação de grandes empresas de tecnologia pode estar diminuindo, mas o valor dos engenheiros de software nunca foi tão alto”.

Com base em uma pesquisa realizada pela empresa com mais de 300 líderes de engenharia em 2023, constatou-se que o valor de um engenheiro de software médio ultrapassa sua remuneração total. Além disso, uma parcela crescente de líderes (55%, em comparação com 45% no início de 2020) afirma que um engenheiro altamente qualificado vale pelo menos três vezes o valor de sua remuneração total.

Esses talentos, no entanto, têm visto oportunidades fora do setor. Dados da plataforma Karat revelam um cenário em que empresas não tecnológicas têm sucesso na contratação de nove em cada 10 candidatos, enquanto as gigantes de tecnologia, concentradas no crescimento rápido, contratam apenas dois terços.

Além disso, o Relatório de Sentimento Tecnológico de 2023 da Dice revela que 60% dos trabalhadores de tecnologia têm interesse em deixar seus empregos em 2024, apresentando oportunidade para empresas não tecnológicas atraírem talentos. Aliás, essas empresas já garantem 60% dos talentos em tecnologia, segundo a CBRE. Empresas fora do setor, como as do ramo aeroespacial, consultoria, saúde, serviços financeiros e educação, estão se beneficiando desse movimento, oferecendo equilíbrio entre trabalho e vida e mais estabilidade que as gigantes tecnológicas.

A revolução no mercado de trabalho tecnológico também tem implicações geográficas. Com grandes empresas movendo contratos internacionais para lugares como a Índia, enquanto talentos domésticos em tempo integral são cada vez mais buscados, ocorre uma inversão de papéis, explicou Art Zeile, CEO da plataforma de carreiras em tecnologia Dice, à CNBC. O mercado global de talentos em tecnologia se torna mais competitivo à medida que as diferenças salariais geográficas se estreitam, gerando uma nova dinâmica no setor.

*Com informações da CNBC

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Redação

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