Tome nota: 2,5 quintilhões de bytes são criados todos os dias

Saber interpretar esse volume de informações, transformando dados em respostas, é o grande desafio de todas as empresa

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11:45 am - 27 de outubro de 2015

Não dá para pensar em dados sem pensar em números astronômicos. Você já deve ter ouvido falar que 90% dos dados que há no mundo hoje foram criados apenas nos últimos dois anos e, agora, a cada dois anos, o mundo dobra a taxa em que os dados são produzidos. Estudo recente da Business Software Alliance (BSA), afirma que 2,5 quintilhões de bytes são criados todos os dias. Mas o potencial pleno dessa transformação digital só pode ser realizado se explorarmos o potencial dos dados gerados por essas inovações.

A verdade é que estamos vivendo uma revolução no setor de dados. O que impulsiona essa revolução, além da abundância
de dados disponíveis atualmente, são as tecnologias fundamentais que alteram a forma em que coletamos, armazenamos, analisamos e transformamos as informações.

Agora, dados são gerados por sensores em milhões de
dispositivos, máquinas, veículos e até mesmos postes de
rua. No passado, manter essa quantidade de dados era
caro e difícil, mas as capacidades de armazenamento
avançaram e os custos diminuíram muito, tornando os
dados armazenados um recurso renovável.

“O uso inovador de dados pelas pessoas está causando mudança e progresso extraordinários ao redor do mundo. Seus esforços em relação aos dados estão capacitando outras pessoas e comunidades e ajudando empresas a usar recursos de modo mais eficaz”, explica Victoria Espinel, presidente e CEO da BSA. “Com o crescimento da economia movida a dados, novos softwares continuarão a nos ajudar a compreendê-los melhor e transformá-los em soluções mais reais e práticas”.

O estudo “Qual é o ‘x’ da questão com relação a dados?” mostra que para 90% dos líderes empresariais globais os dados são recursos fundamentais para o negócio. Por isso a crescente economia movida a dados está causando impacto em diversos setores, como manufatura, transporte, energia, agricultura, educação e saúde.

Do ponto de vista econômico, uma melhor utilização dos dados poderia gerar um “dividendo de dados” de US$ 1,6 trilhão apenas nos próximos quatro anos. Economistas estimam que ganhos de eficiência gerados por meio da tecnologia da informação podem agregar quase US$ 15 trilhões ao PIB global até 2030.

“O maior desafio é saber como aproveitar esses dados e colocá-los em ação”, afirma Espinel. “Os dados devem ser coletados, armazenados, analisados e convertidos para que se chegue a resultados significativos e tomadores de decisões devem entender a importâncias das políticas que permitem que isso aconteça”.

Espinel apontou a oportunidade considerável que legisladores e reguladores têm de estabelecer regras claras que promovam o fluxo livre de dados entre fronteiras e invistam na tão necessária força de trabalho de TI, a fim de abrir mercados e permitir inovação nas empresas.

Destaques do estudo
Alguns dos dados capturados são informações pessoais, portanto, sistemas de segurança avançados e modelos de administração responsável devem ser utilizados para garantir que as informações fiquem seguras e sejam usadas corretamente. A ampla maioria dos dados, porém, vem dos muitos dispositivos e máquinas que compartilham dados entre si e entre seus operadores. Da linha de montagem na fábrica ao avião de passageiros em voo, milhões de bytes de dados são gerados e depois analisados. Isso ajuda a melhorar o desempenho e aumentar a produtividade de maneiras que antes eram inimagináveis.

Confira como os dados estão se transformando em respostas que melhoram vidas, segundo o estudo:

· Previsões de crises climáticas com mais antecedência: Ao utilizarem análise de dados e sensores marítimos que monitoram ondas, correntes e outros dados, pesquisadores estão prevendo com mais precisão tsunamis e outros desastres naturais, possibilitando o salvamento de milhares de pessoas que vivem em áreas litorâneas ameaçadas por tsunamis.

· Mais “prematuros” salvos: Ao rastrearem mais de 1.000 pontos de dados por segundo, pesquisadores surpreenderam médicos ao descobrir que crianças nascidas prematuramente com sinais vitais estranhamente estáveis correlacionavam-se a casos de febre grave no dia seguinte, o que permitiu que os médicos tomassem medidas preventivas e salvassem vidas.

· Redução de tempos de trajeto. Estocolmo, na Suécia, instalou 1.600 sistemas GPS em táxis para coletar dados sobre fluxos de tráfego, depois utilizou software para analisar os dados de tráfego e instruir os planos da cidade para a redução do congestionamento. O resultado? O tráfego foi reduzido em 20%, os tempos de trajeto foram cortados pela metade e as emissões por veículos diminuíram 10%.

· Maior produtividade agrícola: Agricultores dos Estados Unidos à Índia estão usando dados de sementes, satélites, sensores e tratores para tomar decisões melhores sobre o que cultivar, quando plantar, como monitorar o frescor dos alimentos da fazenda ao prato e como se adaptar às mudanças climáticas.

· Planejamento de edifícios eficientes no uso da energia. Nos Emirados Árabes Unidos, novas ferramentas de dados estão sendo usadas para projetar o primeiro edifício de “energia positiva” do mundo, que produz mais energia do que consome. Se for bem-sucedido, esse modelo poderá ser implementado no mundo todo e ter grande efeito sobre nossa emissão global de carbono.

· Melhoria no setor de aviação: Os dados estão sendo utilizados para melhorar o desempenho dos voos, reduzir turbulências, aumentar a segurança e identificar defeitos em motores 2.000 vezes mais rápido do que antes. Os dados de aviação também estão ajudando no planejamento de rotas de voo e permitindo que as tripulações saibam que uma peça precisa de substituição antes que ela falhe.

· Construção de cidades inteligentes: Barcelona está aproveitando dados para construir uma cidade mais inteligente, permitindo às autoridades locais analisar os padrões de tráfego, decidir onde colocar estações de aluguel de bicicletas e identificar quais regiões da cidade precisam de mais caixas eletrônicos.

Se fizermos escolhas inteligentes hoje, essa emergente economia “centrada em dados” pode se tornar uma grande geradora de novos empregos e setores, novas descobertas e novas curas – além de estimular o crescimento econômico nas próximas décadas.

Derrubando mitos
O estudo “Qual é o ‘x’ da questão com relação a dados?” também derruba vários mitos em relação às recentes inovações em dados e à economia dos dados, em relação à proteção de informações e dados pessoais; ao impacto econômico da economia dos dados; à confiabilidade dos dados; às inovações em dados do Século XXI; e à função dos governos na regulamentação de dados.

Entre eles, o de que a inovação em dados beneficia apenas
empresas de TI, não as pessoas. Que todos os dados são dados pessoais. Que as empresas não se preocupam com a proteção
de dados pessoais e a inovação em dados me fará perder toda a
privacidade.

Ou ainda que é impossível “desidentificar” totalmente
os dados, porque a “desidentificação” de dados é
ineficaz. Ou de que não se pode confiar em empresas que
utilizam dados e que as pessoas não têm controle sobre seus dados.

Do ponto de vista econômico, o mito de que a inovação em dados não criará novos
empregos e pode até mesmo eliminar vagas. Requer um grande
orçamento. Só serve para grandes
empresas – não para pequenos negócios. Os países em desenvolvimento ainda não
estão prontos para obter benefícios com
dados.

Que os governos não têm nenhuma função a
desempenhar no novo cenário. E, como não poderia deixar de ser, nesse momento de revisão do Safe Harbour, de que a localização de dados ajuda a proteger a privacidade e melhorar a segurança.

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