TI não está alinhada ao negócio, ela é o negócio, concordam CIOs

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10:29 am - 19 de novembro de 2015
TI não está alinhada ao negócio

TI tem de estar alinhada aos negócios é um mantra que vem sendo repetido por muitos e muitos anos. Na prática, no entanto, esse objetivo ainda não foi completamente conquistado. Mas por quê? Para os participantes do painel Os Desafios do CIO, realizado no segundo dia de IT Fórum Expo, em São Paulo, a resposta é simples: porque TI é o negócio.

“A história de TI alinhada ao negócio é coisa do passado. Isso, de fato, acabou. Somos [TI] constantemente demandados por nossos pares para fazer a diferença nos negócios. Temos de trabalhar juntos e eliminar o complexo de ‘patinho feio’”, afirmou Julio Baião, CIO da Via Varejo.

Fábio Faria, CIO da CSN
, concorda e acrescenta que TI sem negócio e vice-versa é algo antagônico. “Um precisa do outro. Não há como ter uma estratégia descolada. Inovação tem de ser um caminho para que o resultado dos projetos seja favorável aos negócios”, reforçou. Na visão de Faria, contar com aliados em muitas áreas da empresa torna mais fácil o trabalho de inovar, transformar o que existe e fazer o novo.

Segundo Faria, se não tiver parceria entre as áreas e responsabilidade compartilhada no sucesso do projeto, acaba sendo mais um trabalho de TI e não da empresa. “Temos muito a evoluir”, refletiu, acrescentando que o tema envolve mais uma questão cultural, principalmente porque as áreas usuárias não têm cultura de participar dos projetos.

Essa mudança na mentalidade de que TI é o negócio passa por uma transformação na forma de pensar e atuar da TI, reconheceu João Leoncini, CIO da GE. Para ele, o desafio de entendimento do negócio não é somente do CIO, mas também das equipes que ainda são muito técnicas e precisam mergulhar nos negócios para mudar o mind set. “Isso torna a colaboração muito mais efetiva”, observou.

Na opinião de Walkiria Marchetti, diretora do banco Bradesco, há uma necessidade latente de abrir a caixa preta da TI e o CIO nesse sentido assume papel primordial de estabelecer comunicação com sua equipe e outras lideranças para iniciar um trabalho conjunto. “Temos buscado mudar a abordagem das equipes, incentivando que elas falem a linguagem dos negócios”, relatou a executiva, que citou outra mudança no banco para fomentar essa transformação. Nos cargos dos executivos da empresa, não há diretoria por área. “Não existe diretor de TI, diretor de canais digitais. São todos diretores. Assim, todos se sentem donos na empresa”, comentou.

Com o desafio de atender uma série de empresas do Grupo Camargo Corrêa, o CIO do Centro de Serviços Compartilhados (CSC), Ricardo Castro, lembrou que a TI existe para gerar valor para todos os negócios do grupo e isso permeia cada uma das ações da área. “Somos grandes parceiros dos negócios”, sintetizou.

Poder da inovação
Falando sobre o poder da inovação nos negócios, os CIOs relataram que esse tem sido um imperativo. “Inovação tem de ser prioridade da companhia e nessa hora temos de escolher, ver onde de fato vamos investir. Não se pode, em momentos de dificuldade, investir nas mesmas coisas, e, nesse cenário, digital surge como oportunidade”, observou a CIO da Telefônica Vivo Christiane Edington.

E nesse ambiente de inovação, totalmente aberto à experimentação, é preciso ter tolerância aos erros. “Se errar, tem de ser rápido. Tem de ter capacidade de voltar, reescrever e colocar no mercado. Por isso que é importante trabalhar com metodologia ágil e sprint rápidos”, apontou Walkiria, do Bradesco.

Para Baião, erros são aceitáveis, desde que não sejam fatais, ou seja, provoquem erros de imagem ou financeiros. “Costumo dizer que erros fatais podem ser evitados quando há compartilhamento de risco, porque os fatais são assumidos por uma pessoa ou área. No mundo de hoje, de alta colaboração, isso tem de ser praticado”, pontuou o executivo da Via Varejo.

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