Softline compra brasileira Compusoftware para acelerar negócios

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5:30 am - 22 de janeiro de 2016
Softline compra brasileira Compusoftware para acelerar negócios

Depois de desembarcar no Brasil no final de 2014, a provedora de soluções russa Softline decidiu acelerar os negócios locais por meio da aquisição da Compusoftware, empresa brasileira que até então era parte do conglomerado de TI Globalweb e representava 40% da estrutura da companhia. 

As empresas não informaram o valor da transação, apenas assinalaram que a movimentação foi concretizada com capital próprio da Softline. O acordo prevê faturamento conjunto de mais de US$ 150 milhões na operação da América Latina e de US$ 60 milhões da operação brasileira.

José Azevedo, ex-CEO da Compusoftware e agora CEO da Softline Brasil, afirma que a aquisição faz sentido, uma vez que as companhias se complementam. “Além de sermos grandes parceiros Microsoft, somos muito forte em nuvem e começamos a atuar em Salvador, onde a Softline desejava ter presença”, contou o executivo para um grupo de jornalistas em São Paulo.

O diretor de Vendas, Marketing e Serviços América Latina da Softline, Gustavo Capart, lembrou que os planos iniciais da empresa logo que chegou por aqui eram baseados no crescimento orgânico. No entanto, alguns fatores fizeram com que a companhia repensasse sua estratégia, como desvalorização do dólar, desaceleração da economia brasileira e na América Latina, além da intenção de abrir o capital da empresa nos próximos três a cinco anos. 

“Isso tudo exige aceleração dos planos e não era possível esperar o crescimento orgânico”, relata Capart, completando que a movimentação está em linha com o posicionamento global da empresa de contar com uma estratégia global, porém com execução e conhecimento locais. Em razão desse quadro, o executivo não descarta aquisições futuras no Brasil. No entanto, segundo ele o momento atual é de consolidação da compra.

Com a aquisição, a Softline, que tem 2,8 mil funcionários, atua em 27 países e 81 cidades, passará a contar com uma carteira de 600 clientes no Brasil, que vão de empresas de médio a grande portes. Segundo Azevedo, a equipe Compusoftware será integrada à da Softline e a intenção é manter a maior quantidade de postos de trabalho possíveis. Juntas, as empresas contarão com cem profissionais no Brasil. “Temos poucas sobreposições de funções. Estamos vendo com cautela essa situação”, garante.

Capart relata que a Softline quer se aproximar no Brasil o máximo possível da estratégia mundial de parceiros, que inclui Oracle, VMware, Citrix e Adobe. Na Rússia, o portfólio de parceiros soma mais de 3 mil. Aqui, no entanto, embora conte com dezenas de fabricantes em seu ecossistema,, o foco continuará sendo, em grande parte, tecnologias Microsoft.

De olho na América Latina
Capart assinala que a expansão internacional da Softline teve início em 2008. Na América Latina, a Venezuela foi a primeira a ser contemplada com um escritório e desde então o executivo indica que a região como um todo vem crescendo a taxas de mais de 100%, com foco principal em soluções Microsoft. 

Atualmente, diz, a América Latina representa 90% dos negócios internacionais da empresa, que tem ainda sob seu guarda-chuva EMEA, Índia e Ásia-Pacífico. O Brasil, completa, ainda é forte aposta da companhia mesmo com sinais de economia em desaceleração. O plano para os próximos três anos é de que a fatia internacional seja responsável por 50% dos negócios da empresa. “Naturalmente, isso inclui aquisições”, observa o executivo.

Até o final deste ano, está nos planos da Softline iniciar a operação no México. “Nesse momento, avaliamos boas oportunidades de fazer isso por meio de uma compra”, adianta Capart. Ele, no entanto, ressalta que a empresa encontra-se ainda em fase de avaliação e não entrou em contato com companhias locais para iniciar as negociações.

O foco, segundo ele, será um revendedor que atenda aos requisitos de ter em seu portfólio soluções Microsoft, que tenha ao menos 10% do market share local, aposte em cloud e tenha uma área de serviços. “Além disso, não somos empresa de competir por preço e sim por relacionamento forte com o cliente. Essa é uma característica que buscamos”, enfatiza.

IPO pela frente
O diretor de Vendas, Marketing e Serviços América Latina da Softline conta que a ideia de abrir capital se mantém forte na companhia. A empresa avalia sua entrada na bolsa da Europa ou da Ásia. 

Com faturamento estimado de US$ 700 milhões para o ano fiscal vigente, que se encerra em março de 2016, a empresa quer chegar a US$ 1 bilhão para então iniciar o processo de abertura de capital. “Temos de chegar a uma posição nos próximos três a cinco anos que seja vantajosa para o IPO”, finaliza Capart.

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