Sindicato quer jornada de trabalho de 30 horas para setor de TI

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10:31 am - 21 de outubro de 2016
Sindicato quer jornada de trabalho de 30 horas para setor de TI

O Sindpd, sindicato que representa os trabalhadores de TI no Estado de São Paulo, anunciou a principal bandeira para a campanha salarial de 2017: redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem diminuição proporcional de salários.

O sindicato explica que a jornada reduzida vai ao encontro do cenário enfrentado pelos trabalhadores de TI, que envolve altos níveis de estresse e pressão. Com mais tempo livre, os profissionais também poderão se dedicar mais à qualificação profissional, já que o constante aperfeiçoamento é uma exigência feita pelas próprias empresas do setor.

Antonio Neto, presidente do Sindp, declaro que, considerando que os profissionais de TI possuem uma rotina voltada para computadores, programação de códigos, números e solução de problemas, o que configura um dia a dia intenso e estressante, não sobra tempo para atividades de lazer ou até mesmo para investir em capacitação.

“Representamos uma categoria frequentemente lesionada e estressada. Estudos comprovam o impacto positivo da redução de jornada na qualidade de vida. É por isso que, assim como em 2011, vamos batalhar para ampliar o direito às 30 horas semanais”, destacou o presidente.

Em 2011, o sindicato conquistou a redução na jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais – uma das primeiras categorias do País a garantir a jornada menor, luta antiga de todo o movimento sindical brasileiro. Hoje, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) prevê jornada de 30 horas semanais apenas para os digitadores – seguindo as condições estabelecidas pela Norma Regulamentadora 17, que estipula os conceitos de conforto, segurança e desempenho eficiente do profissional – e de 40 horas para os demais trabalhadores. A luta agora será pela universalização da jornada semanal de 30 horas.

Outros benefícios
A pauta de reivindicações, apresentada nas nas assembleias com a categoria, inclui também pagamento de vale-alimentação e o custeio integral por parte das empresas dos planos médico e odontológico dos trabalhadores.

A CCT atual define que as empresas devem pagar R$ 16,60 por dia como vale-refeição ou vale-alimentação. Na Campanha do próximo ano, além de pleitear o aumento do valor do VR, o Sindpd pretende garantir que o VA também seja pago de forma conjunta, ou seja, que os dois benefícios sejam oferecidos paralelamente e não mais de forma optativa.

Já em relação aos planos médico e odontológico, atualmente a CCT permite às empresas descontar do trabalhador uma coparticipação de até 70% do valor. A luta será pela integralização do benefício para que não haja mais custeio por parte dos empregados.

O Sindpd também quer aumento “real” para os trabalhadores, ou seja, acima da inflação do período e mais um percentual de crescimento concreto nos salários. O índice que será defendido ainda não foi fechado e será definido até a apresentação da proposta ao patronato, em dezembro, em razão das oscilações da inflação nos últimos meses do ano.

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