Simplicidade e velocidade marcam discurso de transformação da HPE

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12:03 pm - 02 de dezembro de 2015
Pouco mais de um ano após o anúncio da divisão da HP em duas e um mês após as novas empresas já estarem em operação, a Hewlett-Packard Enterprise (HPE) realizou sua primeira conferência para clientes e parceiros e com claroobjetivo de mostrar ao que veio. A fabricante quer usar sua própria transformação como exemplo aos clientes, mostrando que uma virada por meio da tecnologia é possível. 

Diferentemente dos eventos anteriores da companhia, onde a CEO Meg Whitman trazia uma mensagem forte e interagia com clientes no suntuoso palco de abertura, desta vez a executiva, por um problema de voz, ficou impossibilitada de conduzir a apresentação como sempre o faz. Ainda assim, conseguiu deixar uma mensagem que, para quem a acompanha, é bastante clara.

Meg frisou que é preciso inventar e reinventar na velocidade do negócio e, cada vez mais, sentir a experiência dos clientes. “Para isso, separamos a HP em duas companhias. Assim como os clientes precisam ser mais rápidos, nós também precisamos”, reconheceu. “Do hardware ao software, chegando a serviço, estamos inovando para ajudar você na sua empresa e acelerar as coisas em sua companhia. Esse é o novo estilo de TI”, comentou, dirigindo-se diretamente aos clientes presentes entre os 13 mil participantes do HPE Discover, em Londres.

A mensagem de fazer as coisas mais simples, como Meg havia adiantado ainda em junho, durante o Discover de Las Vegas, seguiu com o time de executivos escalados para prosseguir com a apresentação, bem como a velocidade necessária para as mudanças em curso. Peter Ryan, vice-presidente do enterprise group para EMEA, ressaltou que o ambiente precisa ser simples. “Muitas companhias cresceram com uma infraestrutura inflexível, que custa muito e impossibilita a implantação de novas ideias rapidamente”, pontuou. “O desafio de transformação está na cara de todo mundo”, disparou John Hinshaw, Chief Customer Officer, da HPE. A função de Hinshaw, aliás, é das mais complexas: fazer com que tudo seja pensado do ponto de vista da experiência do cliente.

Em meio a anúncios como do Synergy, que congrega uma série de elementos como storage, servidores, rede, entre outros, dentro de um modelo que eles batizaram de infraestrutura combinável, ou do portfólio de internet das coisas (IoT), que integra, entre outras coisas, analytics, beacons e plataforma de acesso, simplicidade e velocidade são palavras recorrentes, mostrando a preocupação da fabricante em atender à uma demanda que, muitas vezes, nem mesmo o cliente consegue compreender ou explicar.

O desespero da sociedade por velocidade, acrescido de um apetite por informação e conexão contínua fazem com que todos tentem captar as oportunidades e trabalha-las o quanto antes para sair à frente no mercado. E isso vale para todos os segmentos. Olhe o que tem acontecido com varejo, setor hoteleiro, transporte, finanças e mesmo o alto nível de automação em alguns segmentos de mineração. Trata-se de um movimento insano em busca de mais eficiência operacional, velocidade, redução de custo, lançando sobre a TI uma pressão que nem sempre cabe a ela.

Por outro lado, é verdade que existe um legado complexo e que poucos querem mexer mas que, em algum momento, será preciso abrir a caixa preta e a HPE acredita estar bem posicionada para isso. Como lembrou Antonio Neri, vice-presidente executivo e gerente-geral do enterprise group da HPE, atualmente, para o processo de reservar uma passagem aérea e fazer o check-in online, são utilizadas mais de 30 aplicações sendo que, muitas delas, foram desenvolvidas em códigos e linguagens antigas como o Cobol. Como transformar esse ambiente?

Eles sabem que não se trata de uma decisão fácil e, até por isso, colocam muito peso nos ambientes híbridos para o futuro, onde, por um tempo, modelos ágeis e modernos conviverão com arquiteturas ultrapassadas, mas dentro de um campo onde tudo tenha algum nível de interação. “A tendência mostra que haverá uma combinação de nuvem publica, privada e infraestrutura de TI tradicional. Mas o que mais crescerá entre 2015 e 2018 serão as nuvens publicas e privadas”,, comentou, pontuando que, aos poucos e de acordo com as estratégia dos negócios, as atualizações acontecerão.

*O jornalista viajou a Londres a convite da HP

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