Salários de fundadores de startups no Brasil vão de R$ 1 mil a R$ 58 mil

Em média, quanto ganha o fundador de uma startup em estágio inicial no Brasil? Pesquisa realizada pela Triven em conjunto com a Kapture VC mapeou os salários de fundadores com base em estágio de investimento e, também, em relação ao faturamento anual das empresas – desde aquelas em estágios iniciais sem faturamento até as que faturam R$ 24 milhões por ano. E constatou que há pouca diferença salarial entre os estágios pré-seed e seed – nos dois, a média salarial ficou próxima aos R$ 18 mil.

Nas startups series A, houve um salto de 46%, atingindo uma média aproximada de R$ 26 mil. “Este aumento pode ser em parte justificado pela redução do risco do negócio e pela maior disponibilidade de recursos provenientes de rodadas maiores de investimentos”, analisa Rodolfo Pinotti, sócio da Triven e fundador da Kapture.

Para o CEO da Triven, Fernando Trota, ainda são muitas as dúvidas que pairam quando o assunto é a remuneração dos sócios. “Existe aquele founder que acredita tanto no seu sonho que opta por não se remunerar e investe tudo na empresa. Entendo que essa decisão pode não ser saudável nem para ele, nem para o negócio, pois dificuldades pessoais que ele pode vir a experimentar podem ter impacto em suas decisões. Também há empreendedores que vêm do mercado tradicional e já tinham alcançado um patamar elevado, por isso começam a se remunerar com valores altos, equiparados aos cargos de CEOs, o que pode ter um impacto negativo no equilíbrio financeiro”, analisa.

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Quando analisada sob a perspectiva do faturamento anual, na faixa que engloba até R$ 4,8 milhões, a média salarial varia entre extremos, indo de R$ 1 mil a R$ 58 mil. De acordo com Trota, nesse intervalo foi observado que a experiência empreendedora tem grande impacto. Empreendedores de “primeira viagem” têm uma média salarial de R$ 13 mil, enquanto aqueles que indicaram já possuir alguma experiência prévia no setor têm salário médio de R$ 20 mil. A remuneração média chega a R$ 32 mil para aqueles que, em sua trajetória, têm um evento de venda de uma empresa relevante.

Na faixa de faturamento anual de R$ 4,8 milhões a R$ 9,6 milhões, as variações são menores, com salários entre R$ 5 mil e R$ 35 mil, mas com predominância dos valores entre R$ 20 mil e R$ 30 mil. ”Mesmo com uma amostragem menor, acreditamos que essa dispersão seja resultado de operações mais maduras e com tomadas de decisão relativas a salários mais homogêneas e em linha com práticas de mercado. Nesse momento, o valor do equity da empresa passa a ser mais evidente, reduzindo a tensão dos fundadores em relação ao tema salário”, afirma Rodolfo.

O estudo chama atenção para a descoberta da média salarial dos fundadores na faixa de faturamento anual de R$ 9,6 milhões até R$ 15 milhões. Alguns founders possuem salários relativamente reduzidos, em torno de R$ 10 mil.

A pesquisa buscou também compreender que impactos os salários dos fundadores têm em questões relevantes para o sucesso das startups, como o relacionamento entre sócios e com os investidores.

Nesse sentido, o estudo apontou que o salário do fundador é percebido como fonte de atrito em menor escala entre sócios (9,8%) do que com investidores (23,5%). A Triven também perguntou aos fundadores se estes percebiam seus salários como sinalizadores de alinhamento: 72,5% dos empreendedores responderam sim em relação aos investidores e 88,2% consideraram relevante para seu próprio time.