Reconhecimento facial: como aprimorar o atendimento ao cliente

Consultoria estima que tecnologia deve atingir valor de investimento próximo a US$ 8 bilhões em meados de 2022.

Author Photo
1:45 pm - 06 de julho de 2019
Sistema de reconhecimento facial em estádios do Uruguai identifica rostos de torcedores violentos Sistema de reconhecimento facial em estádios do Uruguai identifica rostos de torcedores violentos

Além do uso já muito disseminado de prevenção e segurança, o reconhecimento facial também tem sido adotado como uma ferramenta comum e útil para personalizar o atendimento de clientes frequentes que visitam as lojas.

Dispositivos inteligentes, como câmaras em gôndolas de supermercado ou até óculos, ajudam a determinar preferências dos compradores por determinadas características dos produtos expostos. Tudo isso em tempo real.

No Brasil, essa realidade não está longe e algumas redes começam a testar sistemas de reconhecimento facial que permitem verificar as reações dos clientes de forma que a loja ajuste a disposição de seus produtos ou vitrines para se tornarem mais atrativas e aumentarem as vendas.

Restaurantes e outros estabelecimentos também têm usado a tecnologia como um atrativo a mais para atender às expectativas do consumidor 4.0. Como uma cadeia de restaurantes fast food na China em que softwares de reconhecimento digital estão embutidos nos menus e podem não só reconhecer os clientes, como seus pratos preferidos e, com isso, oferecer opções personalizadas. Nada de cartões fidelidade nem logins demorados para ser atendido – o pagamento também é feito pelo reconhecimento facial.

Hoje, a detecção de emoções pode tanto avaliar um sentimento despertado por uma determinada marca ou campanha publicitária e contribuir para um teste de produto, como para identificar pessoas que dão sinais de agressividade em aeroportos e outros locais púbicos de forma a ajudar serviços de segurança a detectar agressores potenciais.

Adotando os sistemas para anúncios segmentados

A consultoria MarketsandMarkets estima que o reconhecimento facial nas lojas já movimenta mais de US$ 3,3 bilhões no varejo e o valor investido deve se aproximar US$ 8 bilhões em 2022.

Na Ásia, que lidera a pesquisa, desenvolvimento e uso da ferramenta no mundo, lojas de departamentos já estão identificando clientes pelo reconhecimento facial, recorrendo a seus próprios registros ou a qualquer outro canal social acoplado.

Da mesma forma, o reconhecimento facial é empregado para exibir anúncios segmentados em displays inteligentes que combinam com as preferências e hábitos daquele cliente. Ainda que seja a primeira vez que aquela pessoa entra na loja, é possível segmentar a publicidade dirigida a ela nos displays digitais com base em sua idade, gênero e outras características faciais.

A identificação pelo reconhecimento facial consiste na análise de determinados pontos da face de uma pessoa. O mesmo processo serve para mapear as relações entre esses mesmos pontos de modo a detectar emoções. Juntamente com as chamadas “microexpressões”, é possível ao software reconhecer emoções mais simples, como surpresa, alegria, raiva, tristeza, desgosto e outras. Um dos primeiros usos dessa utilidade foi uma campanha publicitária do enxaguante bucal Listerine, que produziu um aplicativo de alerta sonoro para pessoas cegas saberem que estavam sorrindo para elas.

A tecnologia do reconhecimento facial veio para ficar, ainda mais mediante à necessidade de agradar o consumidor, que virou o centro do negócio mediante à transformação digital. A tecnologia permite às redes de varejo reconhecerem os hábitos de consumo de seus clientes somente pela expressão, potencializando a experiência do consumidor.

*Ubiratan Resende é diretor-geral da VIA Technologies no Brasil.

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.