Quase metade dos profissionais teme perder seus empregos em 2024, aponta Randstad

Talentos estão menos propensos a tomar decisões com base em expectativas não atendidas pelos seus empregadores

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10:00 am - 23 de janeiro de 2024
perder empregos Imagem: Shutterstock

Os trabalhadores em todo o mundo (45%) e no Brasil (47%) estão mais preocupados em perder seus empregos neste ano, revelou dados do Randstad Workmonitor, realizado pela Randstad. A pesquisa realizada com mais de 27 mil pessoas em 34 países revela que a busca pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional continua sendo unânime entre os profissionais, entretanto, por temerem o desemprego, os profissionais entrevistados mostraram ter mais cautela em suas decisões quando não têm suas expectativas atendidas.

Para Lucas Crepaldi, Head de Marketing da Randstad Brasil, essa mudança de cenário em relação aos anos anteriores reflete uma mudança significativa na dinâmica profissional em todos os mercados. “Durante o período da pandemia, especialmente os profissionais mais qualificados experimentaram um aumento significativo no poder de escolha em relação às oportunidades, fato que resultou em picos históricos de demissões voluntárias e acontecimentos sem precedentes, como o Quiet Quitting. Contudo, desde o ano passado, após um período de adaptação às demandas dos talentos, as empresas voltaram a impor suas próprias condições, como a volta ao trabalho presencial”, destaca.

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A volta aos escritórios

Com base na perspectiva de que o trabalho remoto veio para ficar, nos últimos anos, mais de um terço (37%) dos trabalhadores realizaram ajustes e adaptaram suas vidas para uma nova realidade, como mudar de casa ou adquirir um animal de estimação. E, embora 40% dos profissionais brasileiros e internacionais afirmarem que o home office ainda permanece como uma condição inegociável e que considerariam sair do emprego se as empresas determinassem mais idas obrigatórias ao escritório, observou-se o conflito de interesse, pois nos últimos meses aproximadamente a mesma porcentagem das companhias (40%) em que trabalham os respondentes ficaram mais rigorosas e exigiram essa volta dos colaboradores ao escritório.

“Garantir um equilíbrio estável no dia a dia é um aspecto fundamental para os profissionais contemporâneos que, cada vez mais, estão priorizando sua própria felicidade, saúde mental e vida particular em relação à carreira. Principalmente os mais jovens se sentem mal compreendidos pelas empresas, como a Geração Z – eleita globalmente e no Brasil no topo deste quesito por 40% dos respondentes. Isso destaca a necessidade de as organizações ouvirem atentamente seus colaboradores para entender e avaliar suas prioridades, na busca de encontrar um melhor caminho para ambos, principalmente os mais jovens”, analisa Crepaldi.

Equidade e exigências

O estudo destaca que a importância da equidade é cada vez mais evidente para os profissionais, que preferem empregadores alinhados com suas visões, valores e compreensões do mundo. Os dados revelam que a maioria (52%) dos trabalhadores em escala global acredita que a responsabilidade pela promoção da equidade recai sobre o empregador, enquanto apenas 18% atribuem esse encargo a eles próprios. No Brasil, observa-se uma distribuição mais equilibrada: 43% dos respondentes apontando o dever para as empresas e 30% assumindo a responsabilidade a eles mesmos. Dentre as principais demandas dos profissionais, a equidade de remuneração entre os gêneros é destacada como a mais urgente, com 70% dos brasileiros expressando essa preocupação em comparação com 65% globalmente.

“No âmbito nacional, metade dos profissionais não aceitaria oportunidade de emprego caso as empresas não demonstrassem esforço proativo para melhorar sua diversidade e equidade, e se não estivessem alinhadas nas questões sociais e ambientais. Os talentos querem trabalhar em empresas que refletem as suas próprias opiniões e valores. Por isso, os colaboradores precisam ser vistos como indivíduos completos, muitas vezes com origens e circunstâncias específicas que podem influenciar suas preferências, desejos e papéis em uma equipe. Eles buscam organizações onde possam se expressar plenamente, trabalhar com propósito e sentir-se parte de algo maior, contribuindo para promover mudanças positivas”, conclui Crepaldi.

O estudo Workmonitor deste ano ainda traz outros recortes focados em ambições, motivações e desenvolvimento de habilidades, mostrando que a força trabalhadora está cada vez mais interessada em aprender e potencializar sua capacidade com novas tecnologias como IA, por exemplo.

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Redação

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