Preocupações sobre soberania não tiram preferência da nuvem pública

Segundo estudo da Capgemini, maioria das empresas acredita que adotará a nuvem soberana para garantir conformidade

Author Photo
11:53 am - 18 de agosto de 2022
Imagem: Shutterstock

O uso da nuvem pública como o núcleo dos projetos de transformação digital ainda levanta preocupações das empresas. Segundo relatório global do Capgemini Research Institute, 69% das organizações citam potencial exposição às leis extraterritoriais em um ambiente de nuvem, enquanto 68% delas mencionam falta de transparência e controle sobre o que é feito com seus dados na nuvem. Ainda 67% das entrevistadas citam a dependência operacional de fornecedores localizados fora de seu território.

Mesmo diante dos desafios, a maioria das organizações em todo o mundo acredita que adotará a nuvem soberana – aquela em que o controle sobre os dados fica totalmente na mão do cliente, e servem especialmente aos governos – para garantir a conformidade com os regulamentos (71%) ou para trazer controles e transparência sobre seus dados (67%), enquanto garantir a imunidade ao acesso a dados extraterritoriais (65%) está na terceira posição, concluiu o estudo.

No recorte das organizações do setor público, 48% delas já estão considerando a nuvem soberana como parte de sua estratégia de nuvem ou planejando incluí-la nos próximos 12 meses. Elas são um pouco mais motivadas pelo cumprimento das regulamentações (76% versus 70% para organizações privadas) e pela garantia de imunidade ao acesso extraterritorial a dados (69% versus 64%).

Definições variam

O estudo aponta que as definições de soberania da nuvem variam. Globalmente, quase metade das organizações (43%) definem a soberania da nuvem como manter seus dados dentro de sua jurisdição preferencial, independentemente da origem do provedor de nuvem, enquanto apenas 14% a definem como o uso exclusivo de provedores de nuvem baseados no mesmo território legal.

“Para as organizações que ainda estão relutantes em aproveitar os benefícios óbvios da nuvem, a soberania é uma maneira de chegar lá. Como resultado, está ganhando importância em todos os setores e regiões, para permitir que as organizações controlem e protejam ainda mais seus dados. Para o setor público, confiança, transparência e escolha, ou seja, portabilidade, são prioridades fundamentais e não é surpresa que os órgãos do governo e do setor público estejam entre os líderes na busca ou consideração de uma nuvem soberana em suas organizações”, explica Marc Reinhardt, Head do Setor Público & Saúde da Capgemini.

Cerca de 60% das organizações acreditam que a nuvem soberana facilitará o compartilhamento de dados com parceiros confiáveis ​​do ecossistema, e 42% dos executivos pesquisados ​​acreditam que um serviço de nuvem interoperável confiável pode ajudá-los a escalar novas tecnologias, como 5G, inteligência artificial (IA) e internet das coisas (IoT).

Quando perguntados sobre o ambiente de nuvem esperado para os próximos 1 a 3 anos, mais de um terço (38%) das organizações esperam ter um ambiente de nuvem pública/híbrida com data centers locais. Cerca de 30% delas esperam usar uma versão desconectada ou a entidade legal local de um hyperscaler, enquanto 11% das entrevistadas planejam trabalhar exclusivamente com provedores de nuvem com base na mesma jurisdição legal.

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.