Preocupações sobre soberania não tiram preferência da nuvem pública
Segundo estudo da Capgemini, maioria das empresas acredita que adotará a nuvem soberana para garantir conformidade
O uso da nuvem pública como o núcleo dos projetos de transformação digital ainda levanta preocupações das empresas. Segundo relatório global do Capgemini Research Institute, 69% das organizações citam potencial exposição às leis extraterritoriais em um ambiente de nuvem, enquanto 68% delas mencionam falta de transparência e controle sobre o que é feito com seus dados na nuvem. Ainda 67% das entrevistadas citam a dependência operacional de fornecedores localizados fora de seu território.
Mesmo diante dos desafios, a maioria das organizações em todo o mundo acredita que adotará a nuvem soberana – aquela em que o controle sobre os dados fica totalmente na mão do cliente, e servem especialmente aos governos – para garantir a conformidade com os regulamentos (71%) ou para trazer controles e transparência sobre seus dados (67%), enquanto garantir a imunidade ao acesso a dados extraterritoriais (65%) está na terceira posição, concluiu o estudo.
No recorte das organizações do setor público, 48% delas já estão considerando a nuvem soberana como parte de sua estratégia de nuvem ou planejando incluí-la nos próximos 12 meses. Elas são um pouco mais motivadas pelo cumprimento das regulamentações (76% versus 70% para organizações privadas) e pela garantia de imunidade ao acesso extraterritorial a dados (69% versus 64%).
Definições variam
O estudo aponta que as definições de soberania da nuvem variam. Globalmente, quase metade das organizações (43%) definem a soberania da nuvem como manter seus dados dentro de sua jurisdição preferencial, independentemente da origem do provedor de nuvem, enquanto apenas 14% a definem como o uso exclusivo de provedores de nuvem baseados no mesmo território legal.
“Para as organizações que ainda estão relutantes em aproveitar os benefícios óbvios da nuvem, a soberania é uma maneira de chegar lá. Como resultado, está ganhando importância em todos os setores e regiões, para permitir que as organizações controlem e protejam ainda mais seus dados. Para o setor público, confiança, transparência e escolha, ou seja, portabilidade, são prioridades fundamentais e não é surpresa que os órgãos do governo e do setor público estejam entre os líderes na busca ou consideração de uma nuvem soberana em suas organizações”, explica Marc Reinhardt, Head do Setor Público & Saúde da Capgemini.
Cerca de 60% das organizações acreditam que a nuvem soberana facilitará o compartilhamento de dados com parceiros confiáveis do ecossistema, e 42% dos executivos pesquisados acreditam que um serviço de nuvem interoperável confiável pode ajudá-los a escalar novas tecnologias, como 5G, inteligência artificial (IA) e internet das coisas (IoT).
Quando perguntados sobre o ambiente de nuvem esperado para os próximos 1 a 3 anos, mais de um terço (38%) das organizações esperam ter um ambiente de nuvem pública/híbrida com data centers locais. Cerca de 30% delas esperam usar uma versão desconectada ou a entidade legal local de um hyperscaler, enquanto 11% das entrevistadas planejam trabalhar exclusivamente com provedores de nuvem com base na mesma jurisdição legal.