Pixelbook Go: compreendendo a estratégia do Google para um novo laptop

Quando ouvi pela primeira vez sobre o laptop Pixelbook Go do Google, sinceramente não sabia o que pensar. De acordo com as especificações mais significativas, o Pixelbook Go é uma versão menos premium e versátil do modelo Pixelbook, agora com dois anos de idade. O novo aparelho troca a vibração elegante e sofisticada do seu antecessor por uma aparência menos atraente. Sério, eu tenho o Pixelbook original, e não exagero: ele é notado e comentado o tempo todo. E na maioria das suas variações, o Go evita os olhares. A tela repleta de pixels estava intimamente ligada à marca Pixel e, em vez disso, o novo dispositivo usa um painel 1080p comum.

Não apenas isso, mas como o evento da Google desta semana nos confirmou, o Pixelbook Go não terá a mesma forma de girar a tela do antecessor – a capacidade prática do laptop de passar de um computador comum para um tablet ou, melhor ainda, um tablet com um suporte embutido para mantê-lo em posição ergonômica para a visualização de vídeo. Também não suporta a caneta e vem com metade da quantidade de armazenamento local na configuração de nível básico.

Por todos os aspectos, desde o momento em que ouvimos falar sobre o Pixelbook Go, parecia um rebaixamento – uma regressão que levou o Pixelbook a uma classe diferente e decididamente menos luxuosa. Quero dizer, claro, existem algumas áreas em que o Go se aproxima ao Pixelbook original, mas nenhuma parece especialmente significativa:

• O Go tem um processador mais novo, naturalmente, mas o Pixelbook original ainda é perfeitamente veloz, e nenhuma pessoa comum perceberá essa diferença.
• O Go é um pouco mais leve, mas o Pixelbook original também é muito leve e, a menos que você esteja segurando os dois juntos, é difícil perceber a diferença.
• O Go possui uma versão “refinada” do excepcional teclado do Pixelbook original, com teclas que parecem um pouco mais silenciosas do que o modelo anterior, que já silencioso.
• O Go aumentou a capacidade da bateria de uma vida útil muito boa para uma vida um pouco melhor.

Tudo isso é relativamente incremental – os tipos naturais de progressões que você espera ver em um modelo de dois anos depois. É tudo perfeitamente agradável, é claro, mas com as várias regressões relacionadas à forma, não é nada que pareça justificar a posição do laptop como sucessor do Pixelbook.

Então, por que o Pixelbook Go existe? Como isso poderia ser a sequência do Pixelbook? O que a Google está tentando fazer ao pegar sua obra-prima do Chrome OS e redimensioná-la em uma estrutura menos impressionante?

Quando comecei a analisar o Pixelbook Go pela primeira vez, como resultado dos vazamentos detalhados, só havia uma possibilidade em que eu conseguia pensar que faria algum sentido:

O grande desconhecido aqui é o preço, e essa pode ser a pista que nos diz o que a Google realmente está tentando fazer com um dispositivo como esse. Se o Pixelbook Go (a) acabar sendo o que esperamos e (b) acabar com um preço significativamente menor do que seu irmão mais velho, pode ser uma opção para compradores de Chromebook mais preocupados com o orçamento.

E adivinha? Com certeza, o preço é a resposta – e a interpretação inicial do Pixelbook Go enquanto sucessor do Pixelbook original estava simplesmente errada. Não é necessário coçar a cabeça.

O Pixelbook Go começa em US$ 649. É uma diferença enorme do preço original de US$ 999 do Pixelbook, sem dúvida; com um terço do corte de custos, um laptop fabricado pelo Google repentinamente tem o potencial de atrair um campo totalmente novo de possíveis compradores.

O próprio Google explicou: Enquanto falava sobre a recepção positiva do Pixelbook original, a diretora de design de hardware Ivy Ross afirmou que a sua equipe estava trabalhando para trazer uma experiência semelhante ao Pixelbook “para ainda mais pessoas a um preço ainda mais acessível”. A expressão “preço acessível” surgiu novamente alguns momentos depois.

E essa é a história real do Pixelbook Go: trata-se de expandir os horizontes de hardware do Google. Trata-se de aproximar mais pessoas com uma experiência do Chrome OS que, fundamentalmente, tem o Assistente do Google em sua essência, de maneira que nenhum Chromebook possa corresponder atualmente. E se o Google precisar recuar um pouco na filosofia original “Marca Pixel é tudo sobre hardware premium de primeira linha” para que isso aconteça, bem, é uma ideia.

É a mesma jogada básica que a Google fez com o Pixel 3a no início deste ano – perdendo parte do prestígio para expandir seus horizontes. De fato, assim como no Pixel 3a e seu irmão mais caro, o modelo mais sofisticado do Pixelbook continuará a existir como uma opção. O Google chegou a publicar uma página comparando os dois dispositivos no site oficial da loja. Em outras palavras, o Pixelbook Go não é um substituto para o Pixelbook. Não é uma sequência e não é um sucessor. É simplesmente uma versão alternativa menos premium do mesmo produto.

E sabe de uma coisa? Ver o Google abrir suas asas e começar a oferecer produtos em faixas de preço mais diversas não apenas parece sensato – parece inevitável . Aparentemente, o Google pode estar vendendo hardware, mas o que realmente está fazendo é vender o ecossistema Google em outros formatos. E quanto mais pessoas conseguirem usá-los, mais bem-sucedida a empresa será – e não importa quanto dinheiro ganhe com o hardware no curto prazo.

O Pixelbook Go termina a expansão que o Google iniciou com o Pixel 3a no início deste ano. A única questão que resta é até aonde a gigante irá.