Pix mais do que dobra volume de transações em um ano e ultrapassa 11,7 bi
Além do 'salto' do Pix, pesquisa Febraban Tech também identificou avanço do WhatsApp em transações
O Pix está se consolidando como a ferramenta de referência para transações feitas por brasileiros. Durante 2022, a ferramenta foi utilizada em 11,7 bilhões de transações. O resultado significa um aumento de 105% em um ano, quando comparado aos 5,7 bilhões de transações registradas em 2021.
“O Pix não cresce, ele salta”, afirmou Rodrigo Mulinari, diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban. “O Pix tem o que a gente chama de um crescimento sustentável. A quantidade de cadastramentos de chaves Pix continua crescendo – a gente teve um aumento de 24% de 2021 para 2022, com 88,7 milhões de clientes que utilizam.”
Os dados são do 2° volume da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023, realizada pela Deloitte e apresentada durante a Febraban Tech nesta semana, maior evento de tecnologia bancária do país.
O Pix também registrou um crescimento dos chamados “heavy users“, como o Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban classifica os usuários que realizam, no mínimo, 30 transações instantâneas por mês. Para envios de Pix, o aumento foi de 131%, totalizando 46 milhões de heavy users, enquanto os recebimentos alcançaram 33 milhões de heavy users, alta de 106%.
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O avanço do Pix segue um fenômeno de transição das transações bancárias brasileiras para os canais digitais. De acordo com os resultados, 77% das transações realizadas no Brasil já são feitas em canais digitais, incluindo o mobile banking e o internet banking. Sozinho, o celular é responsável por 54% de todas as operações feitas no país.
No total, os brasileiros fizeram, no ano passado, 163,3 bilhões de transações nos vários canais de atendimento disponibilizados pelos bancos, representando um significativo aumento de 30% ante 2021. Esta taxa de crescimento é a maior já registrada na história das transações, sendo influenciada principalmente pelo desempenho do mobile banking, que teve alta de 54% no número de operações realizadas pelos clientes, totalizando 107,1 bilhões.
Além do avanço do Pix, a pesquisa identificou que o WhatsApp também tem ganhado popularidade entre os brasileiros. Seu volume total de transações ainda é baixo: 56,2 milhões em 2022. Seu crescimento, no entanto, é digno de nota: a plataforma cresceu 531% em volume de operações de um ano para o outro.
“Quando a gente olha o todo, isso não é muito representativo, mas como tendência é super importante”, disse Mulinari. “São transações de movimentação financeira, de negociação de dívida. A gente acredita que nos próximos anos, o WhatsApp deverá aumentar sua participação.”
Deste total, 37% se referem às operações financeiras via Pix e 29% às renegociações de dívidas. A ferramenta também facilita a realização de consultas para o cliente. Dentre as transações não financeiras, as consultas de saldos e extratos (24% do total), bem como as de cartão de crédito (10%), foram as operações mais efetuadas. Metade dos 18 bancos ouvidos pela pesquisa já oferece o WhatsApp como um canal de transação.
Canais tradicionais em queda
Enquanto canais com o Pix e operações digitais cresceram, os canais bancários tradicionais sofreram com o caminho oposto. O levantamento revelou recuo nas transações feitas pelos brasileiros nas agências bancárias: caíram de 3,3 bilhões para 3,2 bilhões. Hoje, o canal representa apenas 2% do total.
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As operações feitas em caixas eletrônicos, os chamados ATMs, também reduziram, passando de 7,4 bilhões para 5,4 bilhões. As transações via contact centers e correspondentes foram de 5,5 bilhões para 5,2 bilhões. Por fim, as transações feitas por TED e DOC também registram quedas de 29% ao longo do ano passado.
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