Percepção sobre civilidade online no Brasil piora na pandemia

Segundo estudo da Microsoft, mulheres são as que mais experimentaram todos os riscos de segurança online relatados em 2021

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4:45 pm - 08 de fevereiro de 2022
civilidade digital

A percepção do ambiente online piorou para boa parte das mulheres, segundo o sexto estudo anual “Civilidade, Segurança e Interação Online”, realizado pela Microsoft e divulgado nessa terça-feira (8) como parte do Dia Internacional da Internet Segura.

Realizada em 22 países, a pesquisa entrevistou adolescentes de 13 a 17 anos e adultos de 18 a 74 anos sobre a exposição a 21 riscos online em quatro categorias: reputacional, comportamental, sexual e pessoal/intrusiva; suas experiências de vida on-line (inclusive durante a pandemia) e como as interações nessas áreas impactaram sua percepção de civilidade on-line.

As respostas geraram uma pontuação chamada de DCI (sigla em inglês para Índice de Civilidade Digital). Quanto menor o valor do índice (em uma escala de 0 a 100), menor a exposição ao risco dos entrevistados e maior o nível percebido de civilidade on-line entre as pessoas.

Apesar da pontuação global do DCI apresentar o melhor resultado desde que a pesquisa começou em 2016, com pontuação de 65%, a percepção de civilidade on-line piorou em um ano de pandemia global.

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A melhora do DCI deste ano foi liderada por adolescentes e entrevistados do sexo masculino, que geralmente relataram estar menos expostos a riscos on-line do que as entrevistadas do sexo feminino. Por exemplo, os meninos adolescentes viram uma redução de 5% em mensagens sexuais indesejadas, e uma redução de 3% no discurso de ódio em comparação com os resultados do ano passado.

Por outro lado, meninas e mulheres entrevistadas relataram estar mais expostas a riscos on-line e sentindo consequências mais graves. Globalmente, as mulheres experimentaram quase 60% de todos os riscos relatados em 2021, a maior alta de todas as pesquisas realizadas, com a maior probabilidade de ter experimentado consequências, preocupações ou dores por serem tratadas de forma não civilizada.

No recorte para o Brasil, 56% das mulheres afirmaram que passaram “a confiar menos em outras pessoas on-line”, enquanto 46% dos homens concordaram com a mesma frase. No levantamento, 84% das mulheres brasileiras disseram ter receio de serem tratadas mal novamente. Enquanto 67% dos homens falaram o mesmo.

Para mulheres brasileiras, o Índice de Civilidade Digital piorou em 3% durante a pandemia. Os sentimentos positivos em relação ao ambiente on-line tiveram piora de forma geral. Houve queda de 11% no sentimento “estamos juntos nisso” e queda de 7% no senso de comunidade.

Outro dado sintomático do estudo foi a identificação de que a incivilidade está se tornando “o novo normal” para a Geração Z e os Millenials. Dos jovens ouvidos, 66% deles concordaram que hoje ficam menos chateados quando encontram alguém on-line que não é civilizado com eles.

A educação, para maioria dos entrevistados, é a solução para melhorar o índice de civilidade. Cerca de 9 em cada 10 entrevistados, em todos os sexos e faixas etárias, afirmaram que é necessário educar melhor as pessoas sobre como tornar o mundo digital mais seguro.

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