Pandemia não deve impactar investimento-anjo no Brasil, diz pesquisa

Pesquisa elaborada pela GVAngels, FEA Angels e Poli Angels aponta que investidores pretendem continuar aportando em startups brasileiras em 2020

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4:30 pm - 23 de maio de 2020
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O grupo de investidores-anjo GVAngels, em parceria com a FEA Angels e a Poli Angels, divulgou uma pesquisa sobre o impacto da pandemia da COVID-19 no mercado de investimento-anjo brasileiro. Participaram do estudo 190 investidores e gestores de fundos de venture capital.

Do total, 50% apontaram que a crise não afetou sua predisposição de investir em startups early stage, sendo que para outros 10% o interesse nessa classe de ativos ainda aumentou. Entre os que planejam investir ainda em 2020, 69,7% pretendem fazê-lo no próximo trimestre, a partir de agosto.

“Depois da queda abrupta da B3, investidores só de startups seguraram seus investimentos, enquanto investidores de ações voltaram a olhar para empresas early-stage. As startups são empresas disruptivas com um paradigma diferente das empresas já consolidadas na Bolsa de Valores. E aquelas que conseguirem atravessar a crise, mostrarão resiliência e liderança necessárias para ser a próxima geração de exits vantajosos – quem sabe até os próximos unicórnios brasileiros. Já cansamos de ouvir que algumas das maiores empresas como Facebook, Microsoft e AirBnb foram fundadas e financiadas em tempos de recessão e esses são os perfis de empresas que saem fortalecidas de tempos como esses”, diz Wlado Teixeira, diretor do GVAngels.

O grupo de investidores-anjo formado por ex-alunos da FGV defende que cenário atual traz grandes oportunidades para investidores apostarem em startups com descontos interessantes, e em certas instâncias, em downround.“Haverá uma ligeira correção nos valuation e prolongamento do período entre rounds. Pela experiência que tivemos nos últimos meses, vimos que há uma tendência de readequação de 25% a 35% dos valuation que estavam inflados”, complementa o executivo.

Para ele, o real impacto da crise causada pela pandemia só poderá ser realmente sentido em 2021, o que acentua a necessidade de priorizar visões de longo prazo.“Os modelos de negócios que surgirem para atender esse novo paradigma de mercado não apenas prosperarão, mas mudarão o mundo para melhor. Nosso objetivo neste momento é apoiar investidores e empreendedores a atravessarem com sucesso este período de incertezas”, finaliza.

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