Outshift by Cisco: empresa cria startup para inovar com tecnologias emergentes

Apesar de não ser um spin off, novo negócio permitirá mais flexibilidade em novos mercados

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3:45 pm - 12 de junho de 2023
Vijoy Pandey, vice-presidente sênior da outshift by Cisco Vijoy Pandey, vice-presidente sênior da outshift by Cisco

Velocidade e flexibilidade foram palavras-chave para a criação da outshift by Cisco – uma espécie de startup focada na criação de soluções com tecnologias emergentes dentro da própria Cisco. “Se você pensar em um problema em um novo mercado, não é apenas construir a tecnologia. Não se trata de construir o produto, mas de ir para o mercado. Nós temos engenheiros, gerentes de produto, profissionais de marketing, vendas, suporte ao cliente, tudo na outshift e não como parte da Cisco”, explica Vijoy Pandey, vice-presidente sênior da outshift by Cisco.

Entretanto, esse não é um spin off ou uma entidade externa. Todos os profissionais, por exemplo, são funcionários da Cisco. “Portanto, se quisermos alavancar a ampla força de vendas que a Cisco tem para explorar, se quisermos alavancar o peso de aquisição que a Cisco tem, definitivamente o alavancaremos. É um ato de equilíbrio. Acho que reunimos o melhor dos dois mundos quando se trata de ser uma incubadora de startups dentro de uma grande empresa.”

Dentre as estratégias, explica o executivo no Cisco Live 2023, é ter abertura em mercados que a Cisco não conversava antes. Se for um produto para cientistas de dados, por exemplo, ele poderia se confundir do porquê a companhia gostaria de conversar com ele. Portanto, a outshift dá a liberdade de dizer que é algo novo.

Em segundo lugar, como esse é um novo negócio, a outshift as métricas não serão as mesmas de grandes companhias. Para o executivo, ainda não há como saber quanto de receita é um bom resultado, pois o foco é buscar o produto adequado ao mercado.

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“Estamos experimentando. Podemos começar com algo e ir para outro lugar ou matar produtos. Isso é muito diferente. Nossas métricas serão, por exemplo, quantos clientes implementaram? O que quer que criamos, o quanto está sendo usado? Com que frequência está sendo usado?. É realmente penetrando no ambiente de um cliente e observando se estão obtendo valor disso, como nos medimos. Como resultado, a receita virá e, como resultado, em algum momento, iremos de x para 10x”, revela Vijoy.

Por outro lado, estar dentro da Cisco facilita o processo de integração com outros produtos da empresa. Algo que, segundo o executivo, outras startups externas iriam lutar muito para conseguir.

Vijoy confidencializa que já há um grande banco brasileiro trabalhando com produtos da outshift e, apesar de não dar detalhes, diz que feedbacks como o da instituição é o que eles precisam para que os setores observem os padrões de implantação e troquem com outros colegas de profissão.

Ao ser questionado sobre os parceiros, o executivo afirma que eles terão um papel importante. Ainda assim, eles estão sendo um pouco cautelosos neste momento porque estão no início “do jogo”. “Então, quando vemos que há ressonância com o produto e as pessoas gostam dele, trabalhar com parceiros de entrega está absolutamente sobre a mesa, porque tenho conversado com vários parceiros. São eles que impulsionam a transformação para nossos clientes comuns. Portanto, trabalhar com eles é uma necessidade absoluta. Mas, para mim é um pouco da fase dois, porque é mais um problema de escala. E estamos na fase um, que é ajustar o mercado do produto.”

Nesse primeiro momento, a outshift by Cisco está olhando para lojas de varejo, fábricas, carros conectados. Esses são lugares, segundo ele, onde há pessoas que não são experientes em TI, como gerentes de chão de fábrica, gerentes de lojas de varejo, motoristas que estão, como nós, tentando lidar com dados que estão sendo alimentados.

Além disso, as pequenas e médias empresas estão no radar. “Somos uma startup, e como uma startup, a primeira coisa que você não quer é ir para uma empresa realmente grande. Estamos começando pequenos e é por isso que não medimos em receita internamente. Porque não quero um slide com um logotipo de US$ 10 milhões. Digamos que eu queira um slide com 100 logotipos com US$ 10 milhões de dólares”, revela Vijoy.

O foco da outshift é implementar tecnologias para problemas pontuais, para que possam aprender em uma ampla variedade de implantações. Dessa forma, mesmo que seja um grande cliente, a abordagem será ajudá-los em uma parte do negócio.

Para ajudar no crescimento, Vijoy não descarta a possibilidade de aquisições. Algumas já foram feitas, mas ele não abre quais foram as negociações. “A maneira como pensamos sobre fusões e aquisições é que devemos gastar energia em problemas que todos no setor estão tentando resolver. Dessa forma, estamos no mesmo ponto de partida de outros. Então temos uma chance de lutar como todo mundo, certo? Se for um problema que já foi resolvida, por que gastar esforço?”, finaliza.

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*a jornalista viajou para Las Vegas a convite da Cisco

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