Open source é facilitador da colaboração, afirma presidente da Red Hat

Author Photo
9:41 am - 09 de outubro de 2015

Transformação digital, colaboração, economia do compartilhamento. Essas e outras expressões e palavras integram o vocabulário de quem vive o mundo da tecnologia da informação. Mas ledo engano quem pensa que isso é apenas algo de TI tratam-se de mudanças que acontecem muito por um movimento da própria sociedade, tendo a tecnologia como o grande habilitador dessa transformação. E em meio a essa complexidade de fazer grandes viradas, o open source surge como sendo um dos principais pilares para propiciar tal mudança. Pelo menos é assim que enxerga o presidente da Red Hat no Brasil Gilson Magalhães.

Para o executivo, ainda que muita gente não entende de fato a transformação que está em curso, cedo ou tarde será necessária uma estratégia seguida de boa execução para se adaptar ao novo tempo. “O código aberto é um facilitador da colaboração e o mundo caminha nessa direção”, argumentou o executivo. “O mundo de TI está em transformação e é preciso perceber esse movimento para não perder o momento, o mundo aponta para um desenvolvimento com novo paradigma.”

Esse novo paradigma a que se refere o executivo passa por colaboração, trabalho em comunidade, remete a termos muitas vezes discutidos no Brasil como inovação aberta e que, apenas agora, alguns CIOs começam a trabalhar de maneira mais estruturada. A mudança de mentalidade afeta a todos. Um exemplo usado por Magalhães é essencial para dar o tom do que está acontecendo. Em 2001, Steve Ballmer, ainda presidente da Microsoft dizia que Linux era um câncer. Já no ano passado, o atual líder da fabricante, Satya Nadella, durante uma apresentação afirmou que a companhia amava o Linux.

A própria Red Hat ao longo dos últimos anos se viu totalmente transformada por esse espírito de colaboração, isso porque estamos falando de uma empresa que construiu sua fortaleza em cima do open source e que já traz em sua essência o trabalho em rede. O CEO global da companhia chegou a escrever um livro, entitulado de “Open Organization”, onde relata como o viver em comunidade transformou a empresa e os negócios da Red Hat.

No caso específico dos CIOs, Gilson Magalhães não vê grandes problemas no conservadorismo ainda existente para o trato de temáticas como inovação aberta ou mesmo colaboração com o mercado. “Eles precisam ser conservadores pela responsabilidade que têm em mãos. Mas, ao mesmo tempo, precisam estar atentos ao novo estilo de trabalho porque haverá uma conversão progressiva, até que se transforme em parte do processo, da comunidade.”

Atualmente a Red Hat é uma empresa que fatura globalmente perto de US$ 2 bilhões de dólares e vem num forte ritmo de crescimento (o último trimestre fechou com avanço de 21%), inclusive em setores que antes pouco se imaginava que pudessem promover uma guinada para o open source. Eles possuem soluções para qualquer tipo de indústria e, no Brasil, o segmento de finanças já configura o principal mercado para eles, seguido de governo que oscila entre primeiro e segundo lugar. Mesmo com a instabilidade atual, que acaba por postergar projetos governamentais, o executivo reconhece a importância do governo não apenas por ser grande comprador de TI, mas por ser um grande apoiador de tecnologias de código aberto.

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.