Mercado Livre, Shoppe e Amazon lideram e-commerce brasileiro

As três gigantes estrangeiras representam 30% do tráfego do comércio eletrônico nacional, segundo pesquisa da Conversion

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3:25 pm - 06 de outubro de 2022

As três plataformas de e-commerce que dominam o setor no Brasil são estrangeiras, destacou nova pesquisa da Conversion. A argentina Mercado Livre (13,8% do total de visitas), a cingapurense Shopee (10,1%) e o braço nacional da norte-americana Amazon (6,8%), somaram, juntos, cerca de 700 milhões de acessos únicos em agosto. Esse número representa 30% de todo o tráfego do comércio eletrônico, aponta o “Relatório Setores do E-Commerce no Brasil”.

Há ainda duas outras plataformas estrangeiras que estão entre as 10 mais acessadas no País. A AliExpress ocupa a sexta posição e a sul-coreana Samsung, a décima.

O relatório também chama atenção para o domínio de marcas estrangeiras buscadas no Google. A pesquisa utiliza uma métrica chamada Share of Search, que compara o volume de citações de cada empresa com o total de pesquisas do segmento onde ela atua. Nesta métrica, a Amazon, procurada por 52% das pessoas dentro do segmento de varejo no mês, ocupou a primeira posição no consolidado geral. Em seguida estão a rede brasileira de produtos para animais Petz (47%) e a franquia norte-americana de copos térmicos Stanley (43%).

Na análise de Diego Ivo, CEO da Conversion, os e-commerces internacionais cresceram de maneira estrondosa no período pandêmico e cada player conta com uma estratégia própria para conquistar o brasileiro. “O Mercado Livre construiu uma reputação positiva que por si só atrai milhões de consumidores todo mês. Já a Amazon é conhecida em relação a datas que promovem grandes descontos, como o Prime Day. E a Shopee, assim como a maioria do comércio eletrônico asiático, aposta na variedade de produtos de baixo ticket médio para fisgar o brasileiro pelos baixos preços”.

E-commerce retrai no Brasil

De acordo com o relatório, o e-commerce brasileiro registrou queda de 1,2% em agosto, fechando o mês com 2,28 bilhões de visitas – mesmo com a ocasião do Dia dos Pais. O número é um claro contraste se comparado ao registrado em julho, quando cresceu 5%. “Era difícil manter essas boas taxas, mas o varejo ainda vive um momento de retomada”, observa Ivo.

Em agosto, alguns dos segmentos que mais cresceram em número de acessos tiveram alguma ligação com o Dia dos Pais, como o de esportes (9,1%) – cujo desempenho foi o melhor de 2022, com 102,4 milhões de visitas. A mesma coisa com o segmento de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, que registrou o segundo maior patamar do ano, subindo 5,5% em relação a julho. Por outro lado, alguns segmentos perderam terreno em agosto, como o de moda e acessórios (-5,2%), o de presentes e flores (-4,7%) – que já havia retraído significativamente em julho –, e o de casa e móveis (-4,7%).

O relatório estima ainda que as plataformas chinesas, se mantiverem o ritmo de crescimento até o fim do ano, devem chegar muito próximo da liderança no ranking do e-commerce nacional. “As plataformas asiáticas conseguiram perceber uma grande lacuna no e-commerce global, que é o ticket baixo. A partir disso, criaram muito senso de urgência com suas promoções, promovendo uma verdadeira experiência de busca de achados, o que acaba estimulando as pessoas a passarem cada vez mais tempo dentro do site e do app”, avalia o fundador da Conversion.

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