IBM, Intel, JP Morgan e Microsoft se juntam a outras empresas em novas especificações de tokens

Para o consórcio de negócios liderado pela EEA, nova especificação pode criar moeda digital compatível com regulamentações para qualquer lugar

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10:31 am - 14 de novembro de 2019

Uma nova especificação para permitir que as empresas criem tokens baseados em blockchain para comércio e finanças internacionais foi publicada – e as empresas já testaram criptomoedas baseadas na solução para pagamentos e liquidação transfronteiriça.

O Token Taxonomy Framework v1.0 (TTF) foi desenvolvido por mais de 20 companhias e supervisionado pela Enterprise Ethereum Alliance (EEA). Seu objetivo: fornecer às empresas e desenvolvedores acesso a um conjunto de componentes reutilizáveis ​​e intersetoriais para criar tokens.

Os participantes procuraram criar uma definição não técnica do que é um token e estabelecer um conjunto comum de termos para uso comercial entre setores sem empregar jargões ou códigos do setor.

“Em termos práticos, um usuário comercial ou consórcio pode selecionar um tipo básico de token e escolher entre listas de comportamentos e propriedades e atribuí-los ao token, assim como você pode arrastar e soltar ícones em uma tela”, disse Marley Gray, arquiteto da Microsoft para engenharia de blockchain do Azure e membro do conselho da EEA.

“A estrutura permite que uma pessoa crie um token usando uma ferramenta de design sem escrever nenhum código.” Os criadores da solução afirmaram que a novidade é diferente da criptomoeda Libra do Facebook, cujo lançamento pode ser dificultado pela intensa polêmica regulatória nos EUA e na Europa.

Sete dos membros fundadores da Libra Association, o conselho sem fins lucrativos do Facebook para a sua criptomoeda, abandonaram o projeto depois da repercussão negativa entre as autoridades. “A Libra, pelo menos como foi iniciada, não era para ser um ativo regulamentado”, explicou Julio Faura, membro da TTI e CEO da Adhara.

“Quando você está tentando usar um ativo não regulamentado para processos regulamentados, como bancos, não é fácil. A estrutura TTF pode hospedar todos os tipos de tokens, regulamentados e não regulados, financeiros e não financeiros.”

De acordo com Gray, criar um único conjunto de definições e termos ajudará a interoperabilidade da blockchain – independentemente da plataforma. Para o TTI, ao usar metadados avançados, a estrutura facilita a automação, como a geração, verificação e certificação de código que os usuários não precisam entender, mas que são extremamente valiosos para os desenvolvedores.

Usando o GitHub, as equipes podem mapear os requisitos necessários para os negócios para implementações específicas de código ou solução blockchain, permitindo o uso crescente da tecnologia. “O que precisávamos fazer era colocar [a especificação TTF] em alguns exercícios para garantir que funcionasse corretamente”, declarou Gray. “O que estamos vendo agora são os rascunhos que também estão sendo usados ​​para aprender. As pessoas podem aprender sobre tokens observando exemplos do mundo real.”

Valor na prática

Um token baseado em TTF pode representar mercadorias ou moedas fiduciárias, que podem ser definidas pela empresa, criando tokens específicos. Por exemplo, os tokens podem representar pontos de recompensa em uma loja, imóveis, joias, obras de arte ou simplesmente dinheiro financiado pelo governo – basicamente qualquer coisa que o criador desejar.

“Qualquer um pode entender; você não precisa ser um programador, mas pode seguir os links até o código-fonte para ver como eles fizeram isso e reutilizar esse código”, acrescentou Gray.

A Token Taxonomy Initiative tem cerca de 25 membros, incluindo a Accenture, Adhara, Banco Santander, Blockchain Research Institute, Clearmatics, ConsenSys, Digital Asset, Envision Blockchain, EY, Hedera Hashgraph, IBM, Intel, ioBuilders, Itau, JP Morgan, Komgo, Microsoft, R3 e Web3 Labs. Separado do grupo TTI, o JP Morgan já havia lançado seu próprio token para fins de transações internacionais.

Além disso, vários dos membros da TTI, incluindo a IBM, Microsoft, Intel e ConsenSys, já criaram diversos tokens de teste com base nas novas especificações e os aplicaram em uma rede blockchain para avaliar a sua usabilidade. Por exemplo, o Santander, um dos maiores bancos do mundo, tokenizou uma oferta de títulos de US$ 20 milhões como teste para ser usado em uma rede blockchain interna baseada no Ethereum.

O título é composto por 20 milhões de tokens ERC-20 SUSD (dólares americanos Sandander), que são apoiados por US$ 20 milhões recebidos pelo Sandander como pagamento de um investidor não identificado por meio de um canal tradicional fora da cadeia. Em setembro, John Whelan, chefe de investimento digital do Santander, tuitou que seu banco emitiu 100 unidades de tokens SUSD com um valor de US$ 200 mil por unidade.

Os tokens SUSD foram resgatados como dinheiro real da conta de custódia. O banco também foi capaz de usar contratos inteligentes TTF com regras incorporadas, exigindo que apenas as entidades que haviam passado no KYC fossem integradas à blockchain. Aqueles que estavam na lista de permissões da blockchain possuíam tokens (títulos ou dinheiro) e faziam parte de um contrato de câmbio que atuava como garantia até o emissor aceitar a transação.

A Adhara e a ioBuilders criaram um padrão de token E-Money que agora faz parte das especificações de token TTF e um padrão de criptomoeda que permite o uso de dinheiro fiduciário na blockchain. O padrão de token inclui várias extensões usadas normalmente em finanças, como retenções (EIP-1996), liberação (EIP-2018), conformidade detalhada (EIP-2009), ordens de financiamento (EIP-2019) e ordens de pagamento (EIP-2021). Por exemplo, uma versão do token Adhara e ioBuilders foi usada para remessas transfronteiriças pelo Union Bank das Filipinas.

As transferências foram realizadas em parceria com o OCBC Bank, com sede em Cingapura, usando a plataforma de gerenciamento de liquidez e pagamentos internacionais Adhara. “É apenas um banco usando outra tecnologia para emitir dinheiro”, afirmou Faura. “E não precisamos de uma nova estrutura regulatória para fazer isso.”

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