IA reduz em 40 minutos tempo de análises de tomografias em hospitais de SP

Software implementado pela Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico diminui tempo de diagnóstico na coluna de 2 horas para 1h20

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4:55 pm - 05 de outubro de 2021
inteligência artificial

Os hospitais da Secretaria de Estado da Saúde reduziram em 34% o tempo de diagnóstico de lesões graves na coluna cervical por meio da inteligência artificial. A tecnologia permite diminuir em 40 minutos o tempo gasto na detecção de fraturas por meio de tomografia.

Esses ganhos foram propiciados por um software utilizado neste tipo de exame computadorizado realizado na coluna cervical de pacientes atendidos nos hospitais estaduais. O sistema foi implementado nas unidades Conjunto Hospitalar do Mandaqui, Hospital Regional de Osasco e Hospital Geral de Pedreira, localizados na Grande São Paulo, pela Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), responsável por gerir sistemas de diagnóstico por imagem na rede pública de saúde.

Ao todo, foram analisados mais de 6 mil exames da coluna vertebral entre 2019 e 2021 com apoio da ferramenta. O objetivo é realizar diagnóstico mais rápido de possíveis lesões graves ou fraturas na coluna cervical e, consequentemente, agilizar o atendimento em caso de traumas a fim de reduzir sequelas.

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De acordo com o diretor do HR de Osasco, Jorge Farah, um dos principais serviços de referência para traumas, o resultado otimiza a assistência. “Nosso hospital é referência para trauma e esta tecnologia nos ajuda a otimizar e qualificar o atendimento a cada paciente”.

O projeto é fruto e uma parceria da Fundação com a startup AIDOC, especialista na aplicação da inteligência artificial à radiologia e responsável por identificar condições urgentes e com risco de sequelas graves ou morte nas tomografias computadorizadas.

“O desenvolvimento tecnológico foi pensado para o benefício do paciente. Com a ferramenta, agilizamos e reforçamos o atendimento de pessoas com quadro mais grave para o especialista ter conhecimento das prioridades, algo que nem sempre é visível antes da análise de cada exame”, destacou o médico radiologista e superintendente de inovação e dados da FIDI, Igor dos Santos.

Segundo o especialista, a agilidade para identificar e tratar estas lesões é crucial para evitar sequelas. “A fratura no alto da coluna, ou seja, na cervical, pode causar a perda parcial ou total da sensibilidade e dos movimentos do corpo, mas a identificação rápida do dano feita pelo sistema possibilita maiores chances de uma recuperação efetiva.”

Inteligência artificial

Após a realização da tomografia na coluna vertebral no hospital, as imagens são encaminhadas ao servidor da FIDI, que identifica o exame da coluna cervical, anonimiza os dados do paciente para, então, enviá-los ao servidor da AIDOC na nuvem. Em seguida, as imagens são devolvidas para o servidor da FIDI com as marcações das lesões, se houver.

Nesta etapa, o exame é identificado novamente com os dados do paciente e encaminhado para a central de laudos da Fundação, onde o sistema prioriza quadros graves, permitindo ao médico radiologista a análise e o laudo mais ágil, o que acelera o atendimento ao paciente. Por fim, o especialista que pediu o exame é notificado diretamente pelo celular, caso sejam identificadas ocorrências graves.

A tecnologia também analisa outras tomografias, como a de crânio e tórax. A iniciativa também está presente em hospitais públicos de Goiânia.

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