IA pode reduzir até 10% das emissões de gases de efeito estufa

Segundo estudo do BCG, 87% de líderes globais acreditam que a IA é fundamental no combate às mudanças climáticas

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2:17 pm - 08 de julho de 2022
efeito estufa, gases, poluição, emissões Foto: Shutterstock

Na luta contra as mudanças climáticas, a Inteligência Artificial promete desempenhar um papel fundamental. Segundo relatório da aliança AI For The Planet (IA para o Planeta) feito em parceria com o Boston Consulting Group e com o BCG Gamma, 87% dos líderes do setor público e privado, que trabalham com os temas de clima e IA, acreditam que a tecnologia em questão é um ativo valioso para frear o aquecimento global. A pesquisa ouviu mais de mil executivos em 14 países, incluindo no Brasil.

Apesar de 40% dos entrevistados afirmar que imaginam usar IA em seus próprios esforços climáticos, 78% e 77% deles reconhece a falta de conhecimento e o acesso limitado à tecnologia como obstáculos, respectivamente – 67% afirmam, ainda, não confiar nos dados e análises relacionados à IA.

“A capacidade única da inteligência artificial de coletar, completar e interpretar grandes e complexos conjuntos de dados significa que ela pode ajudar às empresas a adotarem uma abordagem mais bem orientada para combater as emissões de carbono e endereçar os riscos climáticos”, diz Hamid Maher, diretor executivo e sócio do BCG e BCG Gamma, e um dos autores do relatório. “No entanto, a maioria das soluções com essa tecnologia está espalhada pelo mundo, tende a ser de difícil acesso e não possui recursos para escalar o impacto. Precisamos derrubar essas barreiras”, completa o executivo.

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Há diferentes maneiras de usar a inteligência artificial no combate às mudanças climáticas, destaca o BCG. Uma delas é seu uso na medição, redução e remoção de emissões de gases de efeito estufa. De acordo com o BCG, o uso de IA pode gerar reduções de 5% a 10% nas emissões de GEE, ou 2,6 a 5,3 gigatoneladas de CO2 se as medidas forem aplicadas globalmente.

A tecnologia também pode ser usada para prever os perigos relacionados à mudança climática, ajudando empresas e pessoas a se prepararem ao que está por vir. “A IA pode aprimorar as projeções de longo prazo, como o aumento do nível do mar, ou atualizar sistemas de alerta precoce para fenômenos como furacões ou secas”, diz o relatório.

Outra abordagem do uso da inteligência artificial é na pesquisa e educação, clarificando os riscos e incentivando o compartilhamento de informação.

Damien Gromier, fundador da AI for the Planet e um dos autores do relatório, reforça que o enfrentamento precisa de soluções que sejam acessíveis e fáceis de usar. Um bom modelo deve oferecer benefícios tangíveis ao usuário e recomendações que sejam claras, com um plano de ação simples. Dessa forma, se faz necessário um suporte significativo, que inclui acesso a investimentos, líderes e profissionais capacitados.

“A inteligência artificial promete ajudar a resolver a mudança climática, mas conseguirá fazer isso sozinha. A colaboração dos líderes – de empresas e países – precisam agir e trabalhar nas mudanças necessárias”, reforça Gromier.

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