Head de Data Science: tudo sobre a cobiçada carreira

Cargo é ocupado por profissionais especializados em análises de dados, machine learning e big data

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11:18 am - 10 de outubro de 2018

Estimativas apontam que cerca de 250 mil vagas abertas para profissionais de tecnologia não são preenchidas por falta de mão de obra qualificada. Até 2020, a expectativa é de que oportunidades na área de tecnologia devem triplicar.

Em meio ao avanço da transformação digital, novas funções estratégicas têm ganhado destaque.

Uma das mais cobiçadas é a posição de Head de Data Science, cargo ocupado por profissionais especializados em análises de dados, machine learning e big data. A carreira está entre as cinco mais procuradas no universo da Tecnologia da Informação, aponta levantamento da EXEC, consultoria especializada no recrutamento de altos executivos.

A consultoria mapeou 233 profissionais na função em atividade em 143 empresas para elaborar um estudo que compreende o perfil destes profissionais.

Marcus Giorgi, sócio da EXEC, diz que se de um dos mais completos levantamentos feito sobre esta carreira no país. “O levantamento demonstra que 233 profissionais, 90 ocupam posições C-Level nas companhias, enquanto 95 ocupam cargos de gerência e 48 deles, cargos que variam entre supervisão, coordenação e especialistas”, afirma.

Qual o perfil de Head de Data Science? Confira o raio-X da profissão

Salários

Giorgi diz que o nível de especialização é alto e, por essa razão, as empresas oferecem como contrapartida cargos bem remunerados e bastante próximos das áreas decisores das companhias. Mesmo entre os profissionais que ocupam posições abaixo dos níveis gerenciais, as remunerações são acima da média praticada pelo mercado em outras especializações. Confira a média salarial:

Head of Data Science

mínimo

máximo

C-Level

R$ 30 mil

R$ 60 mil

Manager

R$ 15 mil

R$ 30 mil

Outro

R$ 10 mil

R$ 18 mil

Ainda uma baixa presença feminina

Chama a atenção a baixa presença de mulheres nessa área: 10% do total mapeado. Entre as posições C-Level, dos 90 profissionais apenas 5 são mulheres. Entre os executivos de nível gerencial, dos 80 profissionais 15 são mulheres. Entre as áreas hierarquicamente inferiores, dos 44 profissionais mapeados somente 4 são do sexo feminino.

“Acreditamos que este cenário se modifique a médio e longo prazo, pois detectamos entre as mulheres analisadas um alto conhecimento sobre as linguagens de programação mais atuais”, analisa.

Quais as formações predominantes?

A EXEC encontrou na grande maioria a formação de Matemática, Estatística ou Ciências da Computação. Uma grande parte dos mapeados já engatam uma pós-graduação ou especialização em Data Science na sequencia e para os níveis mais altos (C-Level), muitos deles tem inclusive um Doutorado na área.

Onde estão estes profissionais

Existem alguns celeiros desses talentos Brasil afora tanto que mapeamos profissionais além do eixo São Paulo-Rio em cidades como Uberlândia (MG), São Carlos (SP), Campinas (SP), Florianópolis (SC), Joinville (SC), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS). Não por coincidência várias dessas cidades possuem universidades ou faculdades renomadas em temas ligados à tecnologia, lembra o executivo..

Conhecimento por faixa etária

As novas posições de Head de Data Science tem exigido conhecimento em linguagens como SAS, Python, Apache Spark, Ruby on Rails, “R” etc. O levantamento da EXEC constatou, porém, que o domínio destas linguagens é mais frequente entre profissionais mais jovens com faixa etária que varia de 22 a 28 anos. “No geral, estes profissionais ainda não chegaram no topo das organizações. Por essa razão podemos constatar que o nível técnico dos profissionais em níveis gerenciais acaba sendo mais atual do que o registrado pelos C-Levels, já que muitos desses profissionais não se atualizaram com relação às novas ferramentas”, analisa Giorgi.

Os profissionais mais seniores, por sua vez, são especializados em linguagens mais antigas como Fortran ou Cobol, porém se destacam pela capacidade de gestão. “No geral estes profissionais acabarão contratando as futuras gerações que começam a chegar no mercado”, completa.

Há raríssimas exceções. Senioridade e domínio das novas linguagens são características de um seleto grupo de profissionais alocados nos grandes bancos, empresas da nova economia e pouquíssimas consultorias.

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