Fundos vão retomar investimentos em inovação em 2024, diz Wayra Brasil

Wana Schulze, head de investimentos da empresa, diz que expectativa é otimista para as startups, com novos unicórnios latinos à vista

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10:00 am - 21 de março de 2024
Wana Schulze, Wayra, investimentos Wana Schulze. Foto: Divulgação

Após o severo recuo do capital de venture (VCs) observados no Brasil desde 2023, há uma perspectiva de retomada em 2024. Uma pesquisa da KPMG mostrou que esse tipo de investimento caiu globalmente 67% no primeiro trimestre de 2023, alcançando o menor patamar dos últimos seis anos. Apesar disso, diz Wana Schulze, Head of Investment & Portfolio da Wayra Brasil e Vivo Ventures, 2024 pode ser um ano melhor.

Números da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap) reforçam essa perspectiva. Houve aumento de 23% das aplicações em Private Equity, Venture Capital e Corporate Venture Capital no segundo trimestre na relação ao período imediatamente anterior.

“Estamos diante de uma cuidadosa virada, que vem logo depois de um período difícil para o mercado. Aos poucos, os investidores prometem retomar o fôlego, o que nos traz perspectivas positivas para este ano, com especial interesse em iniciativas empreendedoras nos setores de saúde, educação, novas tecnologias e serviços digitais, que seguem apresentando forte demanda de mercado”, diz Wana Schulze.

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Segundo a especialista, investimentos com foco no curto e médio prazo devem se intensificar. Startups com soluções voltadas para áreas como cuidados médicos digitais, integração entre sistemas, otimização de custos, automações nos lares e inovação para a educação devem despontar.

No longo prazo, diz ela, o quadro é mais complexo para investidores e startups.

“Aquelas que conseguirem se adaptar às demandas em constante evolução do mercado e ambiente regulatório, além de inovar, serão as que terão mais chances de sucesso”, diz ela. “Para os investidores, o ponto chave será equilibrar o entusiasmo em torno das possibilidades da IA com uma abordagem pragmática de investimento, focando em startups que demonstram caminhos claros para escalabilidade e rentabilidade.”

Novos unicórnios com investimentos?

Outro ponto relevante para o ecossistema será a volta de unicórnios latino-americanos em potencial, diz Wana. Mais da metade dos investidores não realizaram “exits” no último ano, de acordo com um levantamento do SVB e PitchBook. O surgimento de unicórnios enfrenta queda de 40% no terceiro trimestre de 2023, alcançando o mais baixo patamar dos últimos seis anos.

Para 2024, com especialistas otimistas com a retomada dos investimentos, o mercado deve observar grande volume de startups preparadas para escalar. Atualmente, o Brasil tem 26 unicórnios, de acordo com dados da Sling Hub e cerca de 14 mil startups no País, segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups).

“De modo similar ao que acontece no mercado de ações, os investidores sabem que historicamente a retomada tende a gerar bons resultados no retorno de investimentos, já que muitos empreendedores podem estar refinando suas estratégias para deslanchar assim que conseguirem conquistar um novo aporte de capital”, finaliza a head.

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Redação

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