Fraudes em programas de fidelidade podem representar mais de R$ 1,5 milhão em prejuízos

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4:39 pm - 15 de agosto de 2016
Fraudes em programas de fidelidade podem representar mais de R$ 1

Lançados no início dos anos 1990, os programas de fidelidade – os quais permitem que clientes acumulem pontos para troca de produtos e serviços – eram restritos a companhias aéreas. De lá para cá, eles ganharam força e expandiram horizontes para outras companhias – chamando atenção também de cibercriminosos.

Agentes maliciosos estão aplicando as mais variadas técnicas para fraudar esse tipo de programa, de acordo com levantamento da  NS Prevention, do Grupo New Space.

De acordo com documento, a maioria dos ataques cibernéticos foi realizada por meio do envio de e-mails – técnica conhecida como phishing scam. Com as novas medidas de segurança cibernética e campanhas de conscientização de clientes, o volume de fraudes nesse segmento diminuiu, levando os cibercriminosos a direcionarem ataques para outros modelos de programas de fidelização já que estão dispostos a explorar qualquer fragilidade existente em sistemas, processos e tecnologias.

A tática pode envolver uso de telas falsas que se assemelham a uma página da instituição original, com objetivo de coletar dados e credenciais de acesso para efetuar práticas criminosas. Também inclui e-mails com nomes e características autênticas para enganar o usuário e direcioná-lo a sites falsos, além de programas espiões e aplicativos maliciosos que alteram arquivos de configuração cruciais para a navegação na Internet.

O levantamento mostra ainda que as tecnologias utilizadas estão cada vez mais sofisticadas, com técnicas que fazem crer que as possíveis vítimas estão navegando por um ambiente realmente seguro e legítimo. 

Outra tendência apresentada é o uso de tecnologias blindadoras, ou seja, criptografadas, que dificultam o trabalho da polícia e de equipes técnicas na investigação.

Os atuais atores das fraudes eletrônicas são, em sua maioria, autônomos, com idade entre 15 e 27 anos, e dispensam intermediários para acesso à moeda real. Eles compram e trocam mercadorias em sites de comércio eletrônico. É difícil evitar completamente que fraudes ocorram, mas, com o investimento em inteligência cibernética, as empresas podem identificar sua existência mais rapidamente e não permitir que elas se repitam. Como conclusão do relatório, é imprescindível que os executivos entendam o modus operandi dessas ações porque não adianta eliminar uma ocorrência. É necessário banir a forma como o processo criminoso é feito.

Como age o cibercriminoso
Em programas de fidelização de companhias aéreas, por exemplo, os autores de fraudes roubam milhagens das vítimas. Com o uso desses pontos, compram bilhetes e vendem por um preço muito inferior aos praticados no mercado legal – valor cerca de 40% a 70% menor que seu valor real.

Nos programas de acúmulo de pontuação de distribuidoras de combustíveis, a estratégia é quase a mesma. A diferença é que o fraudador pode utilizar os benefícios, revendê-los ou trocar os pontos da vítima por outros produtos e vendê-los de forma ilegal.

O estudo também destaca ações fraudulentas no segmento de moedas virtuais, tido como o foco da vez em função da grande variedade de produtos e serviços que podem ser adquiridos com o dinheiro virtual. A vítima acumula pontos ao realizar compras nos estabelecimentos parceiros e, posteriormente, pode trocá-los. É possível o uso desse crédito pelos criminosos até mesmo para pagar contas e fazer recargas de celulares pré-pagos.

Uma vez em posse dos produtos e serviços, fraudadores os divulgam por meio de anúncios em grupos de redes sociais, fóruns e outros canais de comunicação, para revendê-los por um preço muito abaixo do mercado. O levantamento mostra que os créditos são oferecidos por um valor até 50% inferior ao praticado normalmente. Vale destacar que os prejuízos não ficam restritos somente ao furto, mas também envolvem o montante que deverá ser ressarcido aos clientes, além do dano à imagem da companhia.

Simulação
No primeiro trimestre de 2016, a NS Prevention monitorou 436 credenciais de clientes de uma determinada companhia aérea, totalizando 972.156 pontos. Caso todas essas milhagens fossem furtadas, o prejuízo representaria o dobro (1.944.312 pontos), uma vez que empresas aéreas assumem as milhas furtadas e o ressarcimento para clientes.

Considerando que, no site dessa companhia, o pacote de pontos é vendido por R$ 14,28, o prejuízo chegaria a mais de R$ 136 mil. Em uma simulação anual, o custo ultrapassaria R$ 1,62 milhão. 

Outra simulação realizada pelos engenheiros da companhia analisou a compra e a revenda de passagens utilizando os pontos subtraídos. O resultado mostrou que o prejuízo acumulado pode ultrapassar R$ 440 mil ao longo de 12 meses.

As simulações foram realizadas no período de julho de 2015 a abril de 2016.

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