França lidera investimentos em IA generativa na Europa
Relatório aponta que a França lidera o investimento na tecnologia, enquanto Londres se destaca como centro de inovação na região
A França foi destacada como líder no financiamento de startups de inteligência artificial generativa na Europa, alcançando um total de US$ 2,29 bilhões até o momento, segundo o novo relatório da Accel, empresa de capital de risco, e da Dealroom, uma plataforma de dados e análises focada no ecossistema de startups e investimentos.
Este montante representa um marco significativo, superando as contribuições de outros países europeus, incluindo Israel. Londres, por outro lado, emergiu como o epicentro de atividade para novas empresas de IA generativa.
Com seus US$ 2,29 bilhões arrecadados até agora, a França quase se equipara ao total levantado pelos próximos três países combinados: Reino Unido com US$ 1,15 bilhões, Israel com US$ 1,04 bilhões, e Alemanha com US$ 636 milhões, impulsionada pela rodada de US$ 500 milhões da Aleph Alpha.
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Entre as empresas liderando o caminho em investimentos na França estão a Mistral AI, que recentemente captou US$ 640 milhões com foco em IA, e a “H”, que levantou US$ 220 milhões em sua fase inicial. A Poolside, agora baseada em Paris após transferir sua sede dos EUA, está em meio a uma nova rodada de financiamento significativa. Paris também se destaca com iniciativas como a Hugging Face, conhecida pelo seu repositório de código aberto para modelos de machine learning, e a organização de pesquisa Kyutai, que recebeu investimentos substanciais para avançar em modelos de IA de código aberto.
Londres, por sua vez, desponta como líder na criação de startups de IA generativa, abrigando aproximadamente 27% das 221 startups analisadas pela Dealroom e Accel. Tel Aviv segue em segundo lugar, com 13%, seguida por Berlim com 12% e Amsterdã com 5%. Surpreendentemente, Paris, frequentemente destacada como um centro vibrante para o desenvolvimento de IA, figura no meio da tabela das cidades, contribuindo com 10% das startups analisadas.
Europa e Israel, juntas, recebem cerca de 45% do financiamento anual de venture capital, diz o relatório, mas essa proporção diminui significativamente quando se trata de investimentos em IA, especialmente em IA generativa. Isso sugere um possível atraso da região neste mercado, ao mesmo tempo que abre espaço para novos desenvolvimentos promissores conforme se equiparam às tendências globais.
“Fábrica de fundadores”
O relatório também ressalta o papel das grandes empresas de tecnologia, conhecidas como MAAMA (Alphabet, Apple, Amazon, Meta e Microsoft), na promoção do crescimento das startups de IA generativa na região.
Essas empresas não apenas fornecem recursos significativos, mas também servem como “fábricas de fundadores”, com muitos empreendedores iniciando suas carreiras nessas organizações antes de lançarem seus próprios empreendimentos, de acordo com Harry Nelis, sócio da Accel.
Cerca de 25% das startups de IA generativa têm fundadores vindos de empresas MAAMA. Entre as 10 principais dessas startups, 60% dos fundadores vêm de uma das MAAMAs.
Nelis disse ao TechCrunch que o investimento real e a longo prazo na educação é crucial para a formação de muitos fundadores, destacando Paris como exemplo. Ele mencionou que o mesmo vale para Londres, com instituições como Cambridge, Oxford e UCL. Segundo Nelis, “as universidades são claramente muito importantes para atrair hiperscalares”. Ele lembrou que a Meta escolheu Paris para seus laboratórios de pesquisa em IA, e o Google desenvolveu operações com o DeepMind tanto em Londres quanto em Paris.
*Com informações do TechCrunch
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