Evolução prometida por vestíveis impactará empresas antes de consumidores

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3:55 pm - 22 de setembro de 2014
Evolução prometida por vestíveis impactará empresas antes de consumidores

Os consumidores podem estar empolgados com o Apple Watch e as possibilidades de realidade aumentada prometidas pelos smartglasses. Mesmo assim, o ambiente corporativo será onde essas tecnologias vão realmente entrar ação. 

Os vestíveis estão no caminho certo para evoluir em direção oposta à dos smartphones: do mundo corporativo para fora, enxergam analistas e consultores do setor. 

“Wearables oferecem soluções muito específicas para problemas específicos – que não é o modelo adequado para a adoção do consumidor, mas funciona bem para as empresas”, afirma JP Gownder, vice-presidente e analista da Forrester Research. 
Seu uso já está em teste por diversos profissionais: médicos estão usando o Google Glass para acessar sinais vitais de um paciente sem tirar os olhos do procedimento. Técnicos que trabalham no topo de uma turbina eólica têm contado com os óculos inteligentes para acessar as ordens de serviço e tirar fotos, e ao mesmo tempo manter as mãos livres. Em áreas potencialmente perigosas, como canteiros de obras, smartwatches são testados para monitorar os batimentos cardíacos e proporcionar segurança e alertas baseados em localização. 
E essas não são apenas formas de economizar tempo. Há grandes lucros em questão quando esses dispositivos são capazes de melhorar a forma como as pessoas realizam seus trabalhos. Sendo assim, o Gartner prevê que o uso do Google Glass e outros smartglasses irá ajudar a adicionar mais de US$ 1 bilhão por ano aos lucros das empresas em 2017. 
O CTO da Accenture, Paul Daugherty, que trabalha em estreita colaboração com os laboratórios de tecnologia da companhia para desenvolver aplicações wearables, sinaliza que a primeira onda de funcionários a adotarem esses dispositivos acontecerá no campo de trabalhadores móveis que utilizam intensamente seus corpos e mãos. Pense em técnicos de chão de fábrica, médicos, policiais e trabalhadores da construção civil. 
“Os wearables vão provocar uma mudança no mundo corporativo em relação à experiência individual dos trabalhadores, produtividade e possibilidade de acesso informações específicas sem uso das mãos”, comentou Daugherty. 
No entanto, essa mudança de comportamento tecnológico e humano traz consigo realidades que CIOs terão que enfrentar diante da escolha dos dispositivos certos para cada negócio e de como integrá-los dentro de sistemas corporativos. Aqui estão três considerações que os gestores de tecnologia devem ter em mente ao iniciarem suas estratégias de vestíveis, segundo pesquisa recente produzida pela Accenture. 
Wearables não são produtos autônomos
Wearables serão apenas uma parte da infraestrutura de TI, como tablets, smartphones e desktops, e as empresas precisam criar APIs para integrá-los com ERP, CRM e sistemas de gerenciamento de ordens de serviço. 
Essa integração não deve ser desprezada e inclui, “orçamento destinado para desenvolvimento de hardware e aplicativos wearables; reciclagem do pessoal para lidar com o gerenciamento de dispositivos vestíveis e aplicativos e a contratação de pessoas especializadas, conforme necessário; estabelecer uma governança em toda a empresa para garantir continuidade”. 
 
Vida da bateria e conectividade wi-fi são grandes desafios
Uma das ressalvas sobre os wearables é que as empresas terão de investir na expansão das redes sem fio para dar aos trabalhadores remotos mais conectividade. A vida útil da bateria de desses vestíveis ainda é outra questão crítica. A maioria dos dispositivos portáteis oferece algumas horas de uso ocasional e cerca de uma hora de uso intenso sem precisar de recarga. 
Os funcionários terão de se adaptar a usar wearables com funções padrões ou adquirir o hábito de trocar dispositivos de acordo com necessidades específicas. 
A consultoria Accenture fornece o seguinte conselho sobre o gerenciamento do consumo de energia dos wearables:
“As empresas podem usar a hibernação da bateria e baterias adicionais, desligando conjuntos de chips quando não estiverem em uso, desativando conexões WiFi em determinadas áreas, ou estabelecendo geo-fences para limitar o uso em áreas sensíveis.”

Wearables intensificarão preocupações com segurança e privacidade 
Um relógio inteligente será apenas mais um dispositivo que equipes de TI terão de assegurar, como fazem com qualquer outro dispositivo móvel. A Accenture recomenda que as empresas expandam os métodos oficiais de segurança para se protegerem contra vazamentos de dados quando os wearables estiverem conectados à rede corporativa. 
CIOs também deverão atenuar preocupações de privacidade pelos funcionários, especialmente sobre estarem sendo monitorados. O fato é que os wearables podem capturar informações pessoais sobre os hábitos das pessoas, comportamento e saúde, bem como informação considerada propriedade intelectual pela empresa. 
As empresas devem ajustar as políticas de privacidade de dados para uso dos vestíveis dentro dos limites corporativos. Por exemplo, geo-fences podem ser adotados para desativar os wearables fora de áreas determinadas, como banheiros e laboratórios de pesquisa.

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