Europa fortalece oferta de dados abertos

Estudo destaca como região está expandindo e intensificando esforços em torno da qualidade e impacto dos dados

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9:27 am - 08 de janeiro de 2020
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A Capgemini Invent publicou seu quinto relatório anual medindo o nível de maturidade dos dados abertos em toda a Europa. O “Open Data Maturity Report 2019” (em tradução livre, “Relatório de Maturidade de Dados Abertos 2019”) registrou o progresso alcançado pelos países europeus, à medida que avançam na publicação e reutilização de dados abertos e nas diferentes prioridades que eles definiram para possibilitá-lo. O relatório foi solicitado pela Comissão Europeia no contexto do Portal Europeu de Dados e coordenado pela Capgemini Invent.

O relatório de 2019 identificou quatro tendências notáveis:

Da aceleração à consolidação

Após anos de aceleração da maturidade de dados abertos, a Europa agora entrou em uma fase de consolidação. Desde o início da avaliação em 2015, o nível geral de maturidade aumentou significativamente a cada ano, até atingir o pico em 2017.

Antes, a aceleração anterior e mais fácil em relação à maturidade evoluiu para a tendência mais constante de melhoria e consolidação vista hoje. Indo de encontro as políticas sólidas de dados abertos, modelos de governança e portais avançados, os países da UE28+ estão agora expandindo e intensificando seus esforços nas áreas mais difíceis de qualidade e impacto de dados abertos.

Da quantidade à qualidade, para melhor atender às necessidades dos usuários

À medida que as propostas de dados abertos dos países europeus amadurecem, o foco passou da quantidade para a qualidade. Nos primeiros anos, grandes esforços foram feitos na publicação de mais dados sob uma licença aberta, liberando ativos de dados que já estavam nas mãos das administrações públicas.

Hoje, há um foco intensificado em garantir o valor desses dados para a sua reutilização, o que geralmente significa melhorar a qualidade dos dados primeiro. Isso é particularmente verdadeiro quando as equipes de dados abertos, em nível nacional e local, se tornam mais engajadas com a comunidade de “reusuários”, ouvem seus comentários e se esforçam para atender às suas necessidades.

Da publicação à criação de impacto

O foco dos países da UE28+ não é mais apenas publicar dados abertos e aderir a outros requisitos da Diretiva de Informações do Setor Público da União Europeia, mas sim aproveitar a melhor oportunidade dos dados para permitir maior impacto.

Eles estão realizando mais atividades para entender e capturar como o valor é criado com os dados e obter insights sobre as demandas e necessidades dos reusuários. Os exemplos abrangem desde eventos de engajamento, com as várias comunidades de reutilizadores e o desenvolvimento de estruturas de monitoramento de impacto, até pesquisas e estudos de satisfação sobre o valor social, ambiental, político e econômico dos dados abertos.

O compartilhamento de dados é a próxima fronteira

Os governos estão se tornando mais conscientes das oportunidades decorrentes do compartilhamento de dados em geral. Quando um conjunto de dados não pode ser publicado abertamente – por exemplo, devido a restrições de propriedade intelectual ou questões de confidencialidade – isso não significa que seu valor não possa ser percebido de acordo com outros modelos. Isso é comumente chamado de “compartilhamento de dados” nos setores público e privado.

Os Estados-Membros estão agora se preparando para serem eficazes no compartilhamento de dados com outros governos e organizações, de maneira segura e com total respeito à propriedade intelectual e à privacidade. A Comissão Europeia está ciente dessa mudança e deseja apoiar o processo. Com este propósito, iniciou um novo projeto, lançado em outubro último: o “Centro de Suporte ao Compartilhamento de Dados”.

“À medida que a oferta de dados abertos dos Estados-Membros amadurece, podemos ver seu foco mudando para colocar reutilizadores de dados abertos no centro”, afirmou Marit Blank, consultora da Capgemini Invent e principal pesquisadora e autora do relatório. “Esta é uma ilustração tangível de como os países europeus estão se esforçando para ir além do básico para oferecer valor consistente e sustentável aos seus cidadãos”.

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