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Dificuldade com propriedade intelectual impede desenvolvimento de antivírus nacional com Exército

O Exército brasileiro trabalhou com uma empresa de Campinas, no interior de São Paulo, para o desenvolvimento de um antivírus nacional. O objetivo do projeto, assim como uma série de iniciativas que vieram à tona sobretudo após o escândalo de suposta espionagem pela agência norte-americana de segurança (NSA, na sigla em inglês), é a proteção de dados brasileiros.

“Hoje, quando seu antivírus detecta uma ameaça, ele não simplesmente a remove do seu computador. Ele envia muitas vezes o arquivo para o laboratório da empresa fabricante, na Rússia, nos Estados Unidos…”, destaca o general Antonino dos Santos Guerra Neto, vice-chefe de tecnologia da informação e comunicações do Exército Brasileiro. Ele participou de um encontro na Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) nesta terça-feira, 19.

O general critica os fundamentos do mercado de software e de propriedade intelectual no Brasil que impede o desenvolvimento de empresas nacionais. Para ele, o antivírus seria um bom recurso para proteger as informações brasileiras. “A gente fala em defesa, mas vai lá e instala um antivírus estrangeiro…”, pontua.

Ele conta que o software da BluePex Security Solutions chegou a um custo muito menor – cerca de R$ 8 por licença. “Caímos numa dificuldade que é um registro da propriedade intelectual, num buraco negro que nos impediu de avançar”, expôs. “A empresa não podia comercializar e eu precisava licenciar a patente. Só que isso leva oito anos, no Brasil, para registrar a inovação. Entramos numa situação difícil, mostramos para o BNDES, senadores, deputados… infelizmente, não progredimos”, completa.

Telecomunicações

O general Santos Guerra afirmou que, ainda neste ano, será lançada a licitação da primeira parte de um total de dez fases para o anel de infraestrutura de telecomunicações do Brasil, no norte do País, a fim de evitar roteamento de tráfego de dados de internet para os Estados Unidos nas comunicações nacionais. Serão 10 quilômetros e, com base nos resultados, a totalidade do projeto será avaliada.

“A razão pela qual não desenvolvemos tudo agora é porque o valor é muito alto e se trata de uma verba pública. Precisamos de resultados e diminuir os riscos”, justifica. “Estamos trabalhando nisso há três anos o primeiro piloto esperamos que aconteça no ano que vem”.

O Exército ainda trabalha em um projeto para iniciar o uso de computação em nuvem, em um primeiro momento para servidores e armazenamento. “Estamos em trabalhos preparatórios para armazenamento de dados”, finaliza.

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