De consultor de TI à presidência da Cisco, Laércio Albuquerque quer mostrar grandiosidade da empresa

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1:16 pm - 05 de julho de 2016

Foi na área técnica, como consultor, que Laércio Albuquerque deu os primeiros passos na área de TI e começou a construir uma trajetória que, não imaginava, chegaria ao topo no cargo de presidente da CA Technologies no País aos 45 anos.

Na empresa por 20 anos, pôde vivenciar o crescimento dos negócios e o registro do melhor resultado da história da companhia no Brasil no primeiro trimestre de 2016. Em meio às comemorações e, portanto, sem pensar em mudar de rumo, bateu à sua porta uma oportunidade desafiadora, praticamente irresistível.

“A Cisco apareceu nesse momento”, disse em conversa exclusiva com o IT Forum 365 o recém-presidente da fabricante no Brasil. E o que fez Albuquerque se lançar nesse desafio? “É uma das maiores empresas do mercado, que sempre tive admiração e respeito. Faz parte da história da internet e sua presença no País é significativa”, justifica.

Chamou a atenção ainda do líder o fato de a Cisco ser, de fato, completa. “Somos uma organização que vai de sensores, aos servidores, passando por data center, redes e segurança. Quando projeções indicam que no mundo haverá 50 bilhões de dispositivos conectados, a Cisco é a plataforma que promoverá tudo isso. A Cisco dita a inovação.”

O fato de contar com um portfólio fim a fim é destacado por ele como um trunfo na estratégia da empresa. Ele cita projeções da consultoria IDC que indicam que em 2017 60% dos projetos vão falhar por falta de planejamento em arquitetura. “Nesse cenário, ter arquitetura completa vale muito”, assinala.

Albuquerque está animado com a mudança e afirma que depois de pouco mais de 60 dias de Cisco, passou a admirar ainda mais a companhia. O momento atual é de investir no conhecimento profundo sobre a empresa e as pessoas que nela trabalham.

Diante da turbulenta situação político e econômica do Brasil, o executivo reconhece que há uma crise por aqui. Contudo, observa, o mercado brasileiro mantém-se inovador em tecnologia e o digital tem impulsionado a transformação de empresas de diferentes setores, fazendo com que elas apostem em TI.

E apesar da instabilidade nacional, o executivo está otimista. “Temos sentido isso por parte das empresas. Os investimentos não podem parar, caso contrário, não há como competir em um mercado tão dinâmico.”

Seu desafio agora é mostrar a grandiosidade da Cisco para o mercado. A missão é totalmente possível e já apresenta sucesso, garante. A própria corporação indica que a companhia no Brasil está no caminho correto.

Albuquerque destaca que o Brasil é uma das dez maiores operações no mundo para a Cisco, que nos últimos anos investiu pesado em solo nacional. A empresa direcionou nada menos do que R$ 1 bilhão para melhorias locais, como a construção de uma fábrica e um centro de inovação.

Muito além da infraestrutura
O presidente lembra que a Cisco sempre foi conhecida por seus produtos de infraestrutura, mas software ganha espaço na estratégia. Tanto que a nova vertente cresce dois dígitos por ano.

O investindo nessa área, comenta, faz total sentido, uma vez que quando se fala em internet das coisas e colaboração, grande parte das aplicações está na nuvem e somente o software pode entregar a digitalização completa almejada pelas companhias. “Falar de software de primeira linha, sem uma arquitetura de conectividade não funciona. E por isso atuamos de ponta a ponta”, reforça o executivo.

Legado olímpico
Apoiadora oficial dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, a Cisco tem como missão não apenas garantir o sucesso da competição nos bastidores com sua infraestrutura e soluções. A ideia da fabricante é deixar um legado. “É um projeto que não tem data para acabar”, revela o executivo.

Segundo ele, o legado educacional será um dos mais marcantes. Como exemplo ele citou projeto recente, em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro, para inclusão social. Foram treinados nos últimos nove meses mais de 300 pessoas que nunca tiveram contato com tecnologias com base em oito áreas do conhecimento. “Das pessoas treinadas, 50 estão empregadas em função das Olimpíadas”, comemora.

Outro exemplo citado pelo executivo foi o projeto desenvolvido no Museu do Amanhã, também no Rio de Janeiro, na região do Porto Maravilha, com a criação de um ponto de conexão com museus de todo o mundo para troca de conhecimento e desenvolvimento de iniciativas tecnológicas. “Quando empresas colocam o ser humano como foco da tecnologia, o resultado aparece”, finaliza o novo comandante da Cisco no Brasil.

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