Cubo Itaú lança hub para mercado portuário e aquaviário

Empresas do setor se juntam para fomentar inovação no setor

Author Photo
5:42 pm - 12 de julho de 2022
Cubo Itaú Cubo Itaú

O Cubo Itaú anunciou hoje (12), em coletiva de imprensa, a criação do Cubo Maritime & Port, focado em operações portuárias e o transporte aquaviário de carga da América Latina. O hub tem como objetivo proporcionar a integração entre as diversas pontas do ecossistema para acelerar a inovação no setor, além de dar abertura para a entrada de shiptechs (empresas de tecnologia do setor) internacionais para trabalharem e compartilharem suas experiências com o Brasil.

Paulo Costa, CEO do Cubo Itaú, explicou que o hub terá um espaço dedicado no próprio Cubo. “Agora é um momento de conexões, para conversar e ver possibilidades. A gente abre uma chamada pública de startups para um processo de curadoria”, frisou.

O lançamento mira em um mercado potencial que soma 118 zonas portuárias na américa Latina e no Caribe, sendo 36 apenas no Brasil. O segmento das shiptechs conta com mais de 500 startups desenvolvedoras de soluções de eficiência tecnológica ao redor do mundo, segundo mapeamento realizado pela Wilson Sons e informações de programas globais de inovação no setor.

No Brasil, esse mapeamento mostra não mais do que 20 startups atuando diretamente no setor, um número ainda baixo perto do potencial de mercado e dos desafios apresentados pelo segmento. “As startups têm a capacidade de desenvolver tecnologias com mais agilidade, um atributo fundamental para o setor. Para que a América Latina possa aplicar e gerar tecnologia no setor marítimo e portuário, precisamos das startups estrangeiras trabalhando aqui e compartilhando suas experiências, assim como as locais se desenvolvendo e escalando para absorver as demandas”, contou Paulo.

Segundo dados do Anuário Estatístico da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o setor portuário brasileiro bateu recorde de movimentação de carga em 2021, com um total de 1,21 bilhão de toneladas transportadas. Esse número representa um crescimento de 4,8% em relação a 2020. O maior destaque em 2021 foi o crescimento de 11% na movimentação de contêineres em relação ao ano anterior, entretanto, outros segmentos como carga geral e granéis sólidos acompanharam a tendência de crescimento, o que reforça o bom momento da logística aquaviária.  O anuário ainda traz as expectativas de movimentação portuária para os próximos anos. O crescimento para 2022, por exemplo, deve ser de 2,4%, podendo superar 1,4 bilhão de toneladas em 2026.

E, de acordo com um levantamento da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o Brasil não aproveita todo potencial hidroviário ao subutilizar os rios navegáveis de suas 12 regiões hidrográficas. Atualmente, dos 63 mil km que poderiam ser utilizados, apenas 19,5 mil km (30,9%) da malha são usufruídos.

Estiveram presentes no evento CEOs de diferentes empresas da vertical, como Fernando Salek, CEO da Wilson Sons. A companhia, uma das maiores do setor no País, faz parte do Cubo Itaú desde 2019. O resultado é o engajamento com mais de 15 startups, seja por meio de contratos, POCs (Proof of Concept), parcerias ou investimentos, buscando desenvolver soluções que ampliem a eficiência operacional do setor.

Entre os cases, uma solução taylormade de otimização de alocação de pessoal para um dos terminais de contêiner operado pela empresa. O potencial de ganho com economia em diversos custos é de cerca de R$ 1 milhão anual, conforme estimativas da startup, que é brasileira e não atuava significativamente no setor, mas está ampliando a área de atuação após o projeto.

Já o Porto do Açu, localizado no Rio de Janeiro, opera há sete anos com dois pilares: ESG e Inovação. “O Açu já nasceu com o drive de inovação portuária no Brasil, sendo referência em navegação digital de ponta. Somos uma plataforma que fomenta a implantação de tecnologias inovadoras para cadeias produtivas internacionais. Agora pretendemos abrir espaço para desenvolver novas frentes na comunidade portuária por meio do hub”, afirmou José Firmo, CEO do Porto do Açu.

A Hidrovias do Brasil entra para o Cubo Maritime & Port com o objetivo de fomentar e estimular startups no desenvolvimento de novas soluções e tecnologias para a transformação do setor. A empresa possui projetos como a construção dos primeiros empurradores elétricos de manobra do mundo, que irão navegar na Amazônia, e a operação dos maiores comboios da América Latina, com até 35 barcaças, elevando a capacidade do transporte de cargas aliada à redução de custo e de emissões por tonelada movimentada.

“A inovação faz parte da nossa história e está intrinsecamente ligada ao nosso Compromisso Sustentável. Por isso, ter a companhia em um dos hubs mais importantes do mundo é mais um passo na busca de soluções e tecnologias que potencializem a nossa estratégia de transportar grandes volumes de forma mais eficiente, segura e sustentável, e conectar a América do Sul”, afirmou Fabio Schettino, CEO da Hidrovias do Brasil.

Por fim, a Radix se junta ao hub para levar sua expertise e contribuir para o objetivo comum a todos, como uma grande integradora de soluções multidisciplinares. “A tecnologia tem, cada vez mais, papel fundamental para ajudar a indústria a alcançar o que chamamos de Porto do Futuro: operações que têm eficiência máxima com impacto ambiental mínimo, em um ambiente seguro para os trabalhadores. É nisso que estamos empenhados em desenvolver junto aos nossos parceiros do hub. É possível unir diferentes soluções, de diferentes parceiros, integrando-os em uma única via para chegar ao que queremos”, disse João Chachamovitz, CEO da Radix.

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.