Como a tecnologia tem mudado a indústria brasileira e as oportunidades de crescimento com inteligência artificial

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9:17 am - 08 de dezembro de 2017

Marcelo Serigo

Responsável pela próxima revolução tecnológica, a inteligência artificial já é uma realidade nas indústrias. Ao contrário dos robôs cinematográficos que, na ficção substituem os homens por máquinas, as empresas que já utilizam alguma forma de IA conseguiram aumentar a capacidade da força de trabalho e superaram o patamar de produtividade. E mais: a inteligência artificial está mudando a maneira de se fazer negócios. Inúmeras aplicações são utilizadas em diversos segmentos do mercado, como indústria, varejo e saúde, e em grandes, médias e pequenas empresas.

Isso é percebido por executivos C-Level no Brasil que ao responderem o estudo realizado pela Vanson Bourne, encomendado pela Avanade e divulgado em maio 2017, “Modernização de TI: do crítico à transformação digital”, concordaram que a automação de processos é uma tecnologia chave para atender aos novos requisitos do negócio digital, sendo que 63% são categóricos em concordar com a nova realidade. Contudo, a falta de conhecimento, ou a percepção que a inteligência artificial ainda está muito longe da realidade, pode deixar muitas empresas fora do mercado, correndo o risco de se tornarem irrelevantes.

Setores como o de bens de consumo aumentaram sua força de trabalho com o uso de agentes digitais (os “bot”) e, quando necessário, transferem para agentes (vivos) questões mais complexas, utilizando de forma mais estratégia seus funcionários. As companhias especializadas em produtos de higiene melhoraram as taxas de aprovação da inspeção de saúde e ampliaram a oferta de serviços para além dos oferecidos.

Como se vê, há muitos recursos de IA disponíveis e que introduzem um novo nível de colaboração entre homem e máquina. Um deles é a automação inteligente que está amplamente presente em call centers, empresas financeiras, bancos e outros setores. Neste conceito as máquinas imitam a aprendizagem, a tomada de decisão e as ações dos seres humanos por meio da inteligência habilitada por serviços analíticos e cognitivos avançados, por exemplo, bots de bate-papo, reconhecimento de objetos e fala e processamento de linguagem natural .

Entre as empresas mais beneficiadas, as do setor financeiro são as mais entusiasmadas com a implementação da inteligência artificial. Por lidar com uma quantidade muito grande de dados sob a forma de transações financeiras, a IA tem evitado erros, reduzido custos e ajudado as instituições a serem mais seguras, e gerando grande impacto atuando na prevenção de fraudes. A expectativa é que, em um futuro próximo, grandes instituições financeiras terão redução de 50% no processamento de dados e total automação de abertura de contas, preenchimento de formulários e processamento de empréstimo.

O caminho da inteligência artificial no Brasil

É verdade que o Brasil ainda tem muito a caminhar em relação a IA. A adoção de tecnologias digitais é essencial para a redução de custos, melhorar a qualidade de produtos e serviços, além de aumentar a produtividade. Para empresas de grande porte, por exemplo, reduzir custos operacionais, aumentar a produtividade e aperfeiçoar os processos de automação são ações essenciais se manterem competitivas nos próximos anos.

De modo geral, as indústrias brasileiras ainda estão se familiarizando com a digitalização e com os impactos positivos que podem ter sobre a competitividade. É preciso aproximar especialistas e indústria para ampliar o conhecimento sobre os ganhos que as empresas podem ter com a IA.

A aplicação de tecnologias digitais em diversos elos da cadeia produtiva ajudaria a colocar a indústria brasileira no rumo da competitividade internacional e do crescimento econômico. É um caminho longo, mas essencial para as empresas chegarem ao mundo em que a IA vem primeiro.

Marcelo Serigo é Diretor de Inovação e Estratégia na Avanade Brasil

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