Com novo comando, Softline busca ampliar negócios com base em serviços

Eduardo Borba chega para transformar companhia, ampliando leque de parceiros, apoiado em IoT, cloud e cibersegurança

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8:45 am - 02 de julho de 2018

Há pouco mais de um mês, a Softline mudou seu comando no Brasil. Quem assumiu a operação foi Eduardo Borba, que deixou a Sonda IT em dezembro de 2017 depois de dez anos de casa. Após um longo processo seletivo, Borba conquistou a alta liderança da empresa russa, fundada em 1993, e seus primeiros dias têm sido satisfatórios.

“Conversei com muitos interlocutores da companhia para identificar se havia alinhamento. Falamos muito sobre a necessidade de transformar o posicionamento da organização e isso só funciona se for por meio de um time. Por isso, tantas conversas”, revelou em entrevista ao IT Forum 365.

Sair da uma empresa chilena para uma russa foi uma mudança importante, comentou. “O que me atraiu foi a possibilidade de impor ritmo de transformação e o posicionamento de apoio é bem interessante. Minha inquietude é ter visão de construção, posicionar novas ofertas. A Softline é uma empresa muito aberta e adaptável”, reforçou.

Hora da virada

Segundo o executivo, a Softline sempre teve forte atuação na revenda de produtos Microsoft no Brasil. Assim, grande parte da receita da empresa está baseada nessa vertente por aqui.

Na Rússia, no entanto, a companhia tem atuação bastante diversificada quando o assunto são parceiros e a ideia da chegada de Borba é justamente trazer essa cultura para cá. “A aposta não é só ampliar atuação em outras empresas, como também apostar em serviços de valor agregado, em que tenho bastante experiência”, comentou ele.

Os primeiros dias dessa nova Sofltine já tem gerado resultados. A Oracle, por exemplo, passou a integrar a lista de parceiros. “Vamos incluir outros fabricantes”, adiantou Borba.

Mudanças internas

Para promover a virada proposta, Borba tem implementado algumas mudanças internas. A força de vendas, por exemplo, está passando por uma série de treinamentos, que deverá durar o ano todo, para que o time entenda os problemas de negócios dos clientes e assim possa ajudar de forma mais assertiva e com olhar totalmente voltado para consultoria.

Outra frente é a redefinição do portfólio, fundamental para que se tenha assertividade na proposição de valor. “A ideia é ter um acompanhamento mais humano e deixar o ‘tecniquês’ de lado. Precisamos entender a dor do cliente”, revelou.

Adaptabilidade é, sem dúvida, a palavra da vez. “Tenho de estar ligado ao dinamismo. Não é que eu não tenha de ter processos, mas eu não tenho de me apaixonar pelos processos. Tenho de ter desapego por eles. Isso é fundamental.”

IoT na linha de frente

Borba revela que internet das coisas (IoT) é uma das frentes que a Softline tem mais força na América Latina. Além de IoT, Borba elencou dois temas prioritários para a empresa nos próximos meses: cibersegurança e cloud computing. “Estamos bem posicionados em IoT. Já temos inclusive cases na região, sendo o da MCS Kollmorgen, um dos mais emblemáticos”, contou.

A MCS Kollmorgen tem como principal atividade desenvolver controladores para máquinas industriais. Porém, sem tecnologia, o processo de manutenção dessas máquinas é bastante complicado e caro. Um profissional precisa estar junto da máquina e rodar um diagnóstico e só depois realizar a manutenção de fato. Enquanto isso, a fábrica tem uma máquina parada, o que gera estresse e perda na produção.

Assim, a empresa precisava automatizar esse processo. Foi quando chegou a IoT, que possibilitou economizar tempo e locomoção dos técnicos de manutenção e tornar o trabalho mais ágil e eficiente, tanto para a Kollmorgen quanto para os clientes.

Desafios

Para os próximos meses, Borba tem uma série de desafios. Entre eles, o reforço da marca em solo nacional, especialmente na oferta de serviços. Além disso, o executivo tem como meta dobrar o faturamento da empresa em dois anos. Em 2017, contou, a companhia encerrou seu ano fiscal, que terminou em abril de 2017, com US$ 74 milhões.

Os negócios por aqui são promissores, apontou, e as apostas da corporação são altas. “Todos os negócios fora da Rússia, Brasil e Índia estão em fase de ascensão”, destacou.

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