Cloud computing promove disrupção no modelo tradicional de outsourcing

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11:05 am - 14 de julho de 2015
O mercado global de outsourcing de TI desacelerou entre janeiro e março deste ano. O montante total de contratos somou US$ 3,5 bilhões em todo o mundo, queda de 27% em comparação com igual período do ano passado e o menor valor para um primeiro trimestre desde 2004, de acordo com dados do Information Services Group (ISG). 

As empresas da Índia, que foram pioneiras da indústria de outsourcing, já começam a sentir os impactos dessa queda, em grande parte em razão do aumento da busca por cloud computing

Reportagem publicada no jornal The Wall Street Journal mostra que nos últimos anos, a indústria de tecnologia na Índia tem-se esforçado para tornar-se menos dependente dos serviços de um exército de programadores de baixo custo, em vez disso estão tentando desenvolver capacidades em software de automação, analytics, big data e cloud computing. Para isso, estão investindo em aquisições.

Essas compras têm sido em grande parte impulsionadas pelo desejo de entrar em novos mercados e segmentos de indústria ou para rapidamente expandir os negócios. Às vezes, as aquisições são alimentadas por contratos grandiosos, que lhes permitem comprar as divisões de seus clientes de software in-house.

Das 37 aquisições que as seis maiores empresas de terceirização baseadas na Índia realizaram nos últimos cinco anos, a partir junho de 2010, apenas sete estiveram relacionadas à compra de novas tecnologias, aponta relatório da Mumbai Ambit Capital.

A Accenture, por exemplo, adquiriu 38 empresas nos últimos cinco anos, cerca de metade dos quais ajudaram a construir novas tecnologias para a empresa, de acordo com o relatório. No mesmo período, a Tata Consultancy Services, maior empresa de serviços de outsourcing da Índia, adquiriu cinco negócios, dos quais um deles adicionou capacidades no segmento de tecnologia de supercomputação, segundo o mesmo relatório.

A Wipro comprou quatro empresas durante o mesmo período. E a quarta maior empresa de terceirização da Índia, HCL Technologies, não se aventura nas compras há cinco anos, mostram os dados da pesquisa. 

A Tech Mahindra levou nove companhias durante o período estudado, todos com o objetivo de fortalecer capacidades tradicionais de seu portfólio, como business process outsourcing e serviços de gestão de rede, disse a Ambit Capital.
Algumas empresas estão apostando na inovação. A Infosys, por exemplo, segunda maior exportadora de software da Índia por vendas está colocando em prática alguns progressos depois da chegada de seu novo Chief Executive Officer (CEO), Vishal Sikka.

A lição que fica é que assim como aconteceu com as organizações tradicionais de TI que não nasceram no mundo de cloud, as companhias de outsourcing também terão de ajustar seus modelos para fortalecer suas capacidades para a nuvem e retomar o crescimento.

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