CJ Moses: da Força Aérea Americana ao FBI e, finalmente, AWS

Executivo dá detalhes sobre uma carreira que começou com aviões e passou por perseguições a criminosos em todo o mundo

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2:44 pm - 14 de junho de 2023
CJ Moses, CISO da AWS Foto: Divulgação

“Você sabe sobre computadores?”. Uma pergunta mudou a vida de CJ Moses, CISO da AWS. O executivo, que trabalhava pilotando aviões na Força Aérea Americana teve que ser transferido de cidade após um problema de saúde de seu pai e, em sua nova localização, não havia como pilotar.

A Força Aérea então perguntou sobre seu conhecimento e, após a resposta positiva, disse que havia uma oportunidade como gerente de segurança. “Isso deu início à minha entrada no que se tornou cibersegurança naquela época. Não foi como se eu tivesse trabalhado muito para isso, mas como a Base da Força Aérea me colocou na área e começou a minha transição para me tornar um investigador de crimes online, viajando pelo mundo em busca da apreensão de criminosos”, reflete o executivo no AWS re:Inforce 2023.

No serviço militar, explica ele, foi designado para 45 dias em uma missão do FBI – que acabou durando muito mais tempo. “Essa investigação e, posteriormente, minha carreira no FBI me levaram a aprender muitas coisas, porque não era apenas focado em uns e zeros, muitas pessoas envolvidas moldaram minha carreira.”

O que aprendeu, compartilha CJ, era perseguir hackers e investigações em fóruns online para entender como fazer isso melhor. Sua história com a AWS, entretanto, começa em uma missão contraterrorismo em que o FBI estava trabalhando. Ele e outros profissionais recebiam cada peça digital do governo dos EUA obtiva em comparação com o que tinham.

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“Isso era o Big Data antes do Big Data acontecer. Então, estávamos fazendo um quebra-cabeça. Fizemos uma correlação cruzada de todos esses dados e, para entender as variáveis, pera preciso de um grande data center. O governo não tinha todo o investimento necessário, então fomos atrás de novas tecnologias e a AWS se tornou uma opção”, revela CJ.

Porém, ao conversar com a empresa à época, ter um projeto confidencial do governo estadunidense seria “cedo”. CJ cita Andy Jassy, diretor executivo da Amazon, como brilhante e visionário, e que olhou para a oportunidade e em conversas por seis ou oito meses, perceberam juntos (e com outros profissionais) que essa era uma oportunidade de criar os recursos que eram necessários.

“[Essa era uma oportunidade] não apenas para o governo dos EUA, mas para os governos de todo o mundo que precisassem ser capazes de realizar esses tipos de missão. Então nós aceitamos o desafio, eu e outros”, resume CJ. “Essa história é para que saibam que, quando eu falo de maneira apaixonada sobre essas coisas, não é porque eu sou um bom ator. Na verdade, sou horrível. Mas tive sorte desde o início de ter toda essa experiência.”

Ao ser perguntado sobre quais dicas daria àqueles que queiram se tornar CISOs, CJ brinca: minha primeira recomendação é não seguir o meu caminho. “Eu não sei se você conhece Forrest Gump, mas essencialmente o filme em que Tom Hanks pula de uma coisa para outra é, essencialmente, a minha carreira. Eu não planejei estar em cibersegurança, achei que faria outras coisas. Hoje já existe cibersegurança em programas universitários, não havia nada disso quando eu estava começando.”

Ainda assim, para ele, os melhores CISOs que o executivo conhece são os que entendem do que estão focados. Portanto, para um desenvolvedor, entender a tecnologia é importante, pois aprofundar e entender como as coisas funcionam também permite que seja capaz de descobrir como quebrá-las e, consequentemente, evitar que sejam um problema para outras pessoas.

Ele também brinca de que quem gostaria de seguir essa carreira, deveria buscar um psicólogo. “Honestamente, é uma carreira interessante e, às vezes, acho que precisava de psicólogos, porque é como, por que você quer fazer isso? Realmente se resume a focar no que você quer fazer para encontrar o caminho que funciona melhor para você. Esse caminho será mais bem servido sendo curioso, se aprofundando nas coisas, entendendo a tecnologia ou a engenharia, seja ela qual for. E posteriormente, estar disposto a errar e aprender com essas experiências.”

Para CJ, você aprende dez vezes mais com as coisas em que falha, do que com os sucessos. “Aprendi isso correndo com os karts. Você não vai ganhar todas as corridas. Mas toda vez que você entrar na pista, aprenderá algo. Pode doer, talvez seja caro, mas você aprenderá que a mesma coisa se aplica a outras. Use essa experiência. Não há algoritmo de compressão para experiência”, finaliza.

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*a jornalista viajou para Anaheim a convite da AWS

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