Capacitação e as Artes Marciais, tudo a ver

Como conseguir foco e atenção sem proibir e-mail ou celular

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7:48 am - 03 de junho de 2015

A turma ideal para um instrutor é aquela em que todos prestam atenção ao
conteúdo e estão engajados, participando de forma ativa e entusiasmada
dos exercícios.

Quando o treinamento envolve um sistema, logo pensamos que a sala tem
que ter um computador para cada aluno ou, pelo menos, um para cada dupla
de alunos. Menos que isso é inaceitável e é o primeiro passo para um
treinamento fracassado, certo?

Mas, lembre-se dos treinamentos de que participou… Na vida real, o que
acontece é que, enquanto o instrutor está apresentando o conteúdo,
quase todo mundo está com seu e-mail ou sua página do Facebook abertos.

Para piorar, na hora do exercício, quem acaba primeiro normalmente fica
navegando, lendo coisas e procurando preencher seu “tempo livre”,
enquanto o resto da turma finaliza a prática.

Há alguns anos, conheci uma prática chamada “Coding Dojo“, que tenho aplicado com bons resultados nos treinamentos que realizo.

“Coding Dojo” é um encontro em que programadores se reúnem em torno de
um computador e um projetor e resolvem problemas de programação
coletivamente. Todos juntos resolvendo o mesmo problema.

Se você está com a impressão de que “Dojo” tem algo a ver com artes
marciais, é isso mesmo. “Dojo” é o nome do local onde são praticadas
artes marciais.

Uma das práticas é formar uma roda de lutadores enquanto uma dupla luta ao centro.

E o que tudo isto tem a ver com treinamento de software ou sistema?

É que na parte dos exercícios práticos, é possível usar o método do
“Coding Dojo”, com apenas um computador e um projetor na sala. Isso
mesmo: infraestrutura mínima!

Uma dupla de cada vez fica no computador e resolve o exercício, enquanto
os outros alunos ficam olhando e prestando atenção. Se a dupla tiver
dúvidas, pede ajuda para a turma. Quando o tempo se esgotar, troca-se a
dupla e o processo é repetido, até que todos os exercícios sejam feitos.

Os resultados positivos são vários, com destaque para:

  • 1 – Maior integração e cooperação entre os participantes (todos fazem parte de um só time);
  • 2 – Melhor fixação do conteúdo através da exposição de dúvidas e raciocínio conjunto para solução delas;
  • 3 – Todo mundo avançando no mesmo ritmo;
  • 4 – Muita atenção e foco na resolução dos exercícios (afinal, daqui a pouco é a “minha vez” de ir lá pra frente)

Talvez você esteja pensando que pode acabar meio “bagunçado”, todo mundo
tentando falar ao mesmo tempo na hora da solução dos exercícios. 

Poderia ser bagunçado mesmo, mas as regras bem definidas e disciplinadas
do “Coding Dojo” garantem a ordem. Uma delas, por exemplo, estabelece
que a turma pode e deve ajudar, mas somente quando a dupla que estiver à
frente pedir ajuda.

Em resumo, “Coding Dojo” aplicado a treinamentos é um pragmatismo lúdico, muito simples, de custo baixo e resultados eficazes.

 

(*) Fabrício Fujikawa  é Diretor de Desenvolvimento e Qualidade da TeamWare

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