Brasil concentra mais de 62% das startups na América Latina
Segundo estudo do Distrito, país continua liderando volume de investimentos e unicórnios

O Brasil hoje lidera o número de startups na América Latina, concentrando 62,9% do total de jovens empresas de tecnologia, segundo dados do “Panorama Tech América Latina 2023”, realizado pelo Distrito. Na sequência do ranking está o México, com 11,7% das startups, Argentina (7,1%), Colômbia (6,2%) e Chile (5,1%).
Ao todo, o Brasil conta com 13.365 startups, enquanto o México concentra 2.483 empresas com esse perfil. Essa maior representatividade do Brasil também se reflete no número de unicórnios no país. A maior economia da região conta com 24 unicórnios representando mais da metade de todas as startups que atingiram o status na região. Na sequência, temos Argentina e México, ambas com seis companhias que já alcançaram o valuation de US$ 1 bilhão enquanto possuíam o capital fechado.
Em relação ao volume e número de aportes, desde 2019 as startups brasileiras receberam US$ 21,9 bilhões por meio de 3.471 rodadas de financiamento, ficando em primeiro lugar. O México ocupa o segundo lugar, com US$ 5,3 bilhões em 670 rodadas, seguido pela Colômbia, em terceiro lugar, com US$ 4,7 bilhões e 470 rodadas.
Ainda segundo o Distrito, a concentração de capital investido tem aumentado no Brasil. Em 2019, o país concentrava 60,2% do capital investimento. Em 2023, esse número subiu para 63,9%. O amadurecimento do ecossistema de startups na região também é visto nos estágios de rodadas de investimento. Em 2019, 90 startups chegaram a Series A, enquanto que em 2021, ano superaquecido para startups na região, 213 startups conquistaram o feito; e em 2022, 189 também seguiram o mesmo caminho. Para 2023, entretanto, o estudo sinaliza uma redução no número de Series A, com 43 startups captando nesse estágio.
Em relação aos setores mais investidos no Brasil e na América Latina, o das fintechs assume a liderança, refletindo o número de oportunidades para atender a demanda de usuários finais, mas também a necessidade de digitalização de empresas do setor.
“O investimento dos bancos em tecnologia é um indicativo de um dos fatores que impulsionam o crescimento do ecossistema de inovação no Brasil. O Banco Central possui uma agenda constante voltada para a inovação e para o desenvolvimento de soluções tecnológicas”, destaca o estudo.
O Distrito ressalta também desafios para o ecossistema brasileiro de inovação. “Para além de desafios políticos e econômicos, o ecossistema enfrenta outro sério problema: a grande maioria das startups brasileiras estão localizadas no Sudeste, mais especificamente em São Paulo”, avalia o Distrito. Além disso, “embora o Brasil ainda seja líder na América Latina, ele vem caindo alguns pontos quando o assunto é ecossistema internacional de inovação. Um levantamento realizado pela StartupBlink apontou que o Brasil encontra-se hoje na 27ª posição de melhores ecossistemas do mundo. Em 2020, o país ocupava a 20ª posição. O estudo ainda aponta que, para que o país volte a subir no ranking, é necessário diminuir as taxas de juros e ter um melhor posicionamento internacional”, conclui o relatório.
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