Brasil lidera penetração de 5G na América Latina
Levantamento relaciona maior percentual de torres de companhias independentes a melhores métricas de desempenho em telecom
Um estudo realizado pela Telecom Advisory Services e disponibilizado pela Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações, a Abrintel, concluiu que o Brasil ocupa uma posição privilegiada em relação à média dos países na América Latina em relação à conectividade. O país possui a maior penetração do 5G entre população (11% contra a média na região de 4,23%).
O País também ganha em outros indicadores, como maior cobertura de banda larga sem fio (96,96% contra 84% da média dos demais países) e maior velocidade de download (33 mbps ante 29 mbps).
‘’O fato de o Brasil possuir uma cobertura de 96% da população em 4G e de 11% em 5G está relacionado ao fato de 72% (um dos maiores percentuais da região) das cerca de 70 mil torres do país serem pertencentes e gerenciadas por empresas independentes de torres’’, explica Raul Katz, presidente da consultoria americana Telecom Advisory Services, pesquisador da Columbia e um dos autores do levantamento “Telecomunicações Latino-Americanas na Encruzilhada do Compartilhamento de Infraestrutura Passiva”.
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O estudo concluiu que os países da América Latina com maior proporção de torres pertencentes a empresas independentes de infraestrutura passiva têm melhores métricas de desempenho em telecomunicações do que as demais nações da região.
Em 2022, nos 12 maiores países da América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá e Peru) havia mais de 191 mil torres para telecomunicações – sendo metade delas de empresas independentes. Em comparação com outras regiões do mundo, a América Latina tem um mercado de torres bem desenvolvido, ficando atrás somente da região Sul da Ásia.
Torres 5G e propriedade
De acordo com o estudo, paralelo ao ao crescimento da rede de infraestruturas de suporte para telecom, o setor evoluiu gradualmente em direção a ter mais torres de players independentes do que infraestruturas pertencentes a operadoras de redes de celular (MNO – Mobile Network Operator). Na análise da Telecom Advisory Services, isso ocorreu porque, ao longo do tempo, as operadoras alienaram a maior parte da infraestrutura de torres e, em contrapartida, houve desenvolvimento de empresas específicas de infraestrutura, detentoras independentes de torres.
Esse cenário, na avaliação do relatório, levanta a questão do impacto da propriedade de torres sobre o futuro do desenvolvimento do setor”, que associa as empresas “especialistas” em torres (as companhias independentes, que atuam mais especificamente com infraestrutura de telecomunicações) ao melhor desempenho do setor.
A análise econométrica conduzida no estudo valida os efeitos positivos da penetração das empresas independentes de torres. Segundo o levantamento, países da América Latina que têm mais de 52% de torres detidas por empresas independentes (chamados de “líderes” no estudo) estão associados à maior cobertura 4G do que os demais (97% da população contra 90%); oferecem banda larga sem fio 12% mais rápida do que os demais (33 Mbps contra 29 Mbps) e contam com investimentos em telecomunicações 31% maiores (US$ 21 per capita em comparação com US$ 16 per capita).
Ainda de acordo com o estudo, nesses países “líderes”, os serviços de banda larga sem fio representam um terço dos custos dos mesmos serviços nos demais países, em termos de renda per capita. Além disso, a competitividade dos serviços sem fio é mais intensa em países com maior participação de torres de empresas independentes. Ao reduzir os investimentos diretos na construção de torres próprias, as operadoras de telecomunicação podem se concentrar em prestar serviços melhores e diferenciados, conclui a análise.
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