Como bancos podem inovar sem esbarrar em regulações
Executivos discutem momento tecnológico de instituições financeiras no Febraban Tech
Os bancos de hoje vivem uma dualidade: o foco no cliente e o core banking/regulatório. Essa é a opinião de Rodrigo Mielke, diretor de engenharia da VMware Brasil. Segundo o executivo, de um lado estão pautas como a inovação recorrente; mobile; internet banking; chatbots; super apps; fintechs. Enquanto, do outro, estão resiliência e governança; conta corrente; risco, mercado e operacional; crédito; liquidação; tesouraria e contabilidade; basileia, entre outros.
Durante o Febraban Tech, a empresa convidou outros dois executivos para discutir o assunto. Ana Karina Bortoni, conselheira de administração independente no Iguatemi e Presidente do Conselho da 2W Ecobank, acredita que o líder deve ser ambidestro.
“O que eu aprendi na prática é que você tem que ter uma questão de foco. Não adianta todo mundo fazer tudo, não vai funcionar. Você tem que garantir uma estrutura de infraestrutura, porque às vezes a gente fala que tem que trazer o melhor pro cliente, mas se você não está fazendo o básico bem-feito, isso gera um problema absurdo. Ter um plano claro de como evoluir”, resume ela.
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Bruno Domingues, CTO da Indústria de serviços financeiros da Intel Corporation, complementa ao dizer gostar do conceito de inovação contínua. Ele exemplifica falando de cloud. Se, há seis ou sete anos, todos falavam que para inovar precisava ir para nuvem, hoje essa discussão está parada.
De acordo com ele, os maiores bancos têm uma porcentagem muito pequena de uso de cloud e alguns que tiveram uma abordagem mais agressiva, agora estão voltando atrás. “Uma coisa está clara: hoje existe uma visão de que o mundo vai ser híbrido, não vai ser uma transição.”
Ao ser perguntada sobre o phisical ou banco totalmente digital, Ana afiram que isso não mudará nas próximas décadas. “É uma questão da necessidade do ser humano ter contato com outro ser humano, não é sobre falta de tecnologia. Nós temos que trazer a melhor experiência digital para um humano”, frisa.
Para inovar, o CTO da Intel aconselha usar o conceito de horizonte 1, 2, 3. “O que eu farei daqui a 18 meses, entre 18 meses e três anos e depois disso. Como cada empresa lidará com isso, é diferente. As instituições financeiras australianas, por exemplo, têm seu próprio CIO para cada área de negócios e tem outras mais consolidadas.”
Por fim, o executivo da VMware revela quatro estratégias para acelerar os serviços bancários digitais:
- proporcionar experiências excepcionais para os clientes, gerar novas oportunidades
- maximizar a lucratividade e o escopo dos serviços financeiros
- preservar a confiança dos clientes e proteger os dados
- aprofundar o engajamento dos clientes, atrair e reter talentos
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