América Latina lidera criação de ameaças financeiras, diz Kaspersky

Mais de um terço dos ataques direcionados de 2020 foram originados na região. Levantamento da empresa releva mercado internacional de malwares

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6:52 pm - 05 de abril de 2021
Hacker

Mais de um terço (36,7%) dos ciberataques direcionados – ou targeted attacks – criados em 2020 e que visam instituições financeiras, ou seja, que miram uma organização específica, foram criados na América Latina. É o que revela um relatório da Kaspersky divulgado na segunda (5) e que traça o perfil do cibercrime com motivações financeiras.

A região ficou acima do Leste Europeu, que criou 30% das ameaças. No Brasil, diz a empresa russa de segurança, apenas no ano passado foram criados pelo menos cinco novos golpes com objetivo de roubar dados de usuários de internet e mobile banking e que foram exportados para outras partes do mundo.

O relatório mostra ainda que as organizações latino-americanas lideram o ranking dos destinos de campanhas maliciosas. Quase duas a cada cinco (39%) tentativas de ataque direcionado com motivação financeira estão na região. Além das ameaças criadas localmente, a região também é alvo de campanhas estrangeiras.

Tipos de ameaça

Segundo o levantamento da Kaspersky, as famílias de trojans mais populares incluem algumas que visam carteiras de criptomoedas. Há três famílias de trojans brasileiros no “top 10”. O elemento comum entre elas é que todas realizam fraudes acessando dispositivos das vítimas remotamente para burlar autenticações de dois fatores.

No Brasil, ganhou destaque o Ghimob, golpe para mobile banking no Android criado por hackers brasileiros. Ele age internacionalmente, com ataques detectados no Paraguai, Peru, Alemanha, Portugal, Moçambique e Angola.

De acordo com Fabio Assolini, analista de segurança sênior da Kaspersky no Brasil, os cibercriminosos brasileiros passaram a incorporar, pelo menos desde o ano passado, uma estratégia importada do Leste Europeu conhecida como malware-as-a-service. Nela, hackers vendem códigos para outros criminosos, que executam o ataque. É o caso do Ghimob.

Assolini afirma que a internacionalização do cibercrime que deve ficar mais forte em 2021.

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