7 maneiras pelas quais os CIOs podem reduzir os custos antes que a recessão chegue

Se os líderes de TI ainda não estão pensando no impacto de uma recessão econômica, seus CEOs certamente estão. Na verdade, quase 8 em cada 10 líderes empresariais esperam uma recessão em sua principal região de operação nos próximos 12 a 18 meses – ou acreditam que ela já esteja em andamento, de acordo com o C-Suite Outlook Mid-Year, da organização The Conference Board. Entre os CEOs pesquisados globalmente, 15% acreditam que a recessão já ocorreu, enquanto outros 61% esperam que uma recessão chegue antes do final de 2023.

“Embora as recessões sejam inevitáveis, nunca sabemos quando elas ocorrerão”, diz Dan Roberts, Presidente da Oullette & Associates e apresentador do podcast CIO Whisperers. “Há um equilíbrio complicado em jogo. Os líderes C-suite não podem pisar no freio e arriscar perder oportunidades de mercado. Mas, por outro lado, se eles continuarem investindo nos mesmos níveis e a economia afundar, correm o risco de gastar antes da receita”.

Uma década depois da última recessão, muitos CIOs nunca tiveram que liderar suas organizações em meio a esses desafios econômicos, ressalta Roberts. Mas eles serão encarregados de cortar custos e construir eficiências para sustentar seus negócios ao longo do ciclo.

As empresas subinvestidas em tecnologia estarão na pior posição. “Elas terão poucas opções, a não ser entrar no modo de sobrevivência pegando moedas do sofá para economizar dinheiro”, diz Peter Pisciotta, Diretor Administrativo e Consultor Sênior da Fine Line Partners. “Isso não é bonito”.

Os custos de TI podem representar uma parcela significativa das despesas operacionais (SG&A) e investimentos de capital, portanto, quando a redução de custos é necessária, a TI pode estar no topo da lista de cortes.

“É essencial que os líderes de TI tenham um plano”, diz Patrick Anderson, Diretor de Tecnologia, Estratégia e Arquitetura da consultoria global Protiviti. “Sem um plano do líder de TI, outros líderes intervirão e isso pode ter consequências devastadoras”.

A seguir estão as ações que os CIOs podem tomar para realinhar os investimentos antes de uma possível recessão.

Transforme custos fixos em custos dinâmicos

Em uma recessão, o dinheiro é rei. A TI pode ajudar a empresa a manter a liquidez convertendo algumas despesas de capital fixo em custos operacionais mais dinâmicos, diz Shawn Fitzgerald, Diretor de Pesquisa Sênior da Prática de Consultoria Financeira do The Hackett Group. Mudar mais cargas de trabalho para a nuvem antes da recessão pode ajudar.

As organizações que migraram a maioria das cargas de trabalho qualificadas para a nuvem obtêm uma economia média de custos três vezes maior do que as empresas que demoraram mais para migrar para a nuvem, de acordo com um relatório do Hackett Group de junho de 2022.

Reavalie os contratos de serviços de TI

Em alguns casos, os contratos podem ser renovados automaticamente sem reavaliação ou otimização. Agora é um bom momento para examinar o portfólio de terceirização.

“Os fornecedores que podem oferecer valor financeiro demonstrado e quantificável podem e devem continuar sendo recompensados por seus clientes e consumidores, pois isso é fundamental para o crescimento bem-sucedido em um ambiente de recessão”, diz Marc Tanowitz, Sócio-Gerente em Consultoria e Transformação da West Monroe. “Dito isso, os compradores precisam ter certeza de que seus parceiros de valor agregado são financeiramente fortes e não correm o risco de diminuir seus investimentos em seus produtos e serviços a ponto de prejudicar o desempenho e a qualidade”.

Os líderes de TI podem trabalhar com parceiros para identificar oportunidades de redução de custos. “Trabalhe em estreita colaboração com seus parceiros externos, pois eles provavelmente estão em uma posição semelhante”, aconselha Erik Bailey, CIO da empresa de software e serviços de IP Anaqua.

Reestruturar um serviço para reduzir custos, em vez de eliminá-lo completamente, pode ser mutuamente benéfico. “Incline-se com seus parceiros”, diz Michael Fuller, Diretor do The Hackett Group. “Eles podem descobrir maneiras de otimizar sua entrega, migrar mais trabalho para locais de custo mais baixo”.

Pedir concessões de preços significativas pode não funcionar, pois os provedores de serviços de TI estão lidando com custos trabalhistas crescentes. Mas “os clientes têm muitas opções para relaxar as restrições contratuais para reduzir custos”, diz Brad L. Peterson, Sócio e Líder Global de Transações de Tecnologia no escritório de advocacia Mayer Brown. “Eles podem reduzir as obrigações do fornecedor, assumir mais riscos, permitir mudanças transformadoras e comprometer-se a ajudar mais o fornecedor. Economizar dinheiro não é obter os menores custos de contrato – é reduzir o custo total”.

Priorize ajustes de volume em vez de cortes de preços

Os líderes de TI podem reduzir seus custos unitários pedindo um desconto aos fornecedores ou podem buscar economias de quantidade racionalizando as unidades usadas. Eles podem, por exemplo, otimizar o número de licenças de software pelas quais estão pagando.

“Por experiência, reduzir preços não é muito bem-sucedido”, diz Pisciotta. “Os fornecedores [podem usar] a oportunidade de recuperar termos que não gostaram, como reduzir SLAs em troca de taxas reduzidas”.

Desligue sistemas redundantes

Reserve um tempo para avaliar sua base de ativos de software e hardware. “Pode haver oportunidades para reduzir esses custos, principalmente se alguns desses ativos estiverem próximos da aposentadoria ou forem bons candidatos à aposentadoria”, diz Anderson, da Protiviti. “Também pode haver oportunidades de consolidação ou racionalização”.

Sistemas redundantes são um bom alvo para redução de custos. “Pode ser difícil matar um aplicativo, mas os CIOs que assumem riscos fecham um sistema e veem se alguém reclama”, diz Rick Pastore, Diretor Sênior de Pesquisa e Consultor de TI do The Hackett Group.

No entanto, os CIOs devem garantir que a dispensa faça sentido financeiro. “Se você desmantelar algo que ainda está se depreciando, sofrerá um impacto financeiro”, diz Fitzgerald. “Você precisa de uma abordagem esportiva de equipe para gerenciamento inteligente de custos, parceria com finanças e aqueles que podem fazer essa análise e fornecer suporte à decisão”.

Aperte o pause em projetos de baixa prioridade

Os CIOs também devem reavaliar seu portfólio de projetos para garantir que ainda estejam alinhados à estratégia de negócios.

“Priorize seus investimentos pendentes”, sugere Ryan Prindiville, Sócio Responsável pela consultoria de contabilidade e consultoria empresarial Armanino. “Não pare nos investimentos críticos que vão sustentá-lo durante uma recessão. Mas no terceiro, quarto, quinto, sexto da sua lista – você pode querer fazer uma pausa”.

Revisite as vagas de emprego abertas

A maioria dos CIOs tem um grande acúmulo de posições em aberto que estão tentando preencher. A eliminação dessas aberturas pode ou não fazer sentido, considerando a quantidade de escritórios de TI enxutos no momento. Mas reduzir os contratados pelo menos por um tempo pode valer a pena para a maioria dos líderes de TI. “Essa pode ser a primeira onda de cortes de custos trabalhistas”, diz Pastore. “Pode ser a única onda”.

Escale pilotos de sucesso

Experimentação e avaliação são importantes, mas os pilotos são sempre mais caros do que a adoção em escala. “Acelere essas implantações para que você possa sair do purgatório piloto e limpar as coisas que não estão agregando valor”, diz Fitzgerald, Diretor de Pesquisa Sênior da Prática de Consultoria Financeira do The Hackett Group.

Quaisquer que sejam as reduções que os CIOs estejam considerando, é fundamental estar atento: considere não apenas o potencial benefício de curto prazo, mas as possíveis consequências de longo prazo. “Posso perder 50 quilos hoje cortando uma das minhas pernas, mas não vou correr amanhã”, diz Fitzgerald. “Você tem que ser inteligente e seletivo ao fazer isso. Ser míope no corte de custos será punitivo”.