6 etapas para aplicar governança de custos e otimizar o uso da nuvem

Para especialista, maioria das empresas que investem em cloud não têm visibilidade e controle financeiro desse cenário

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9:26 am - 23 de maio de 2023
nuvem, cloud computing, executivo, governança, gravata Imagem: Shutterstock

Até o ano de 2024, 63% dos gastos das empresas em infraestrutura de hardware serão dedicados às tecnologias de cloud, segundo estimativa do estudo “Moving to a Connected Cloud Architecture”, do IDC Research. Mas, apesar de acelerar a digitalização, ambientes de nuvem ou multicloud trazem também o desafio de entender se a estrutura está sendo usada de forma eficiente e com custo controlado.

Marcelo Franco, gerente executivo de serviços e operações da Dedalus, empresa de tecnologia especializada em serviços de cloud e dados, destaca que, de forma geral, as empresas que investem em cloud não têm visibilidade detalhada de quais recursos estão ociosos, subestimados e como está sendo feito o controle financeiro desse cenário.

O executivo lembra da importância do FinOps (junção dos termos ‘Financeiro’ e ‘Operações’), que é o processo de implementação de gestão de custos.

“Na prática, isso representa uma tríade composta por um conjunto de técnicas, ferramentas e expertise de especialistas de mercado para entender o negócio de cada cliente com foco em otimizar o investimento das empresas na nuvem, independente da etapa que esteja inserida, seja iniciando um novo ambiente ou já com várias contas, por exemplo”, explica.

Na lista a seguir, Franco destaca os principais desafios nesse contexto e aponta quais são os caminhos indicados para que as organizações compreendam os recursos em uso e os custos gerados.

1. Dar visibilidade

Trata-se do principal e o primeiro passo de todos, diz Franco. Antes da implementação da gestão financeira do consumo em nuvem, a forma como o provedor de cloud mostra os dados faz com que os gestores não consigam entender essas informações de maneira clara e fácil.

Com isso, ao iniciar o processo de FinOps, o cliente consegue ter noção do que a empresa está consumindo considerando item a item, o que está sendo gerado de custos, se há e porque houve uma variação (se é algo sazonal ou ligada à falha de segurança do ambiente, por exemplo).

2. Entenda o ambiente e recursos utilizados

Aqui o objetivo é interpretar o cenário, o que esse ambiente em nuvem faz e como é composto, qual é a sazonalidade, quais são os recursos em operação e porque estão sendo utilizados.

3. Realize um estudo aprofundado

Depois de entender como está o ambiente de cloud da empresa, é a vez de analisar quais são as melhorias possíveis. Nesta etapa, o especialista da Dedalus explica que aqui se avalia se é o caso de: um pequeno resizing do ambiente, que é entender se é possível diminuir ou uma mudança de recurso A por B.

“São coisas simples em um primeiro momento, mas que já geram uma economia muito significativa. Para se ter ideia, segundo um dado padrão do Gartner, atualmente 30% do consumo de uma conta cloud é apenas desperdício”, explica. Por exemplo, em uma conta mensal de US$ 50 mil, 30% disso está sendo mal utilizado e, neste caso, pode ser porque está sendo subdimensionado, por recursos ociosos ou, ainda, por falta de gestão.

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Feito esse estudo mais aprofundado da realidade do cliente, Franco esclarece que já é possível identificar quais são os “ofensores” – que são os recursos analisados e que estão ociosos. Com isso, nesta parte do processo, são realizadas ações simples, com apontamentos e sugestões fáceis de corrigir, que não geram grandes esforços para os clientes e que, de primeira, já geram um impacto financeiro considerável para a empresa, que seria uma economia de 20% já nas semanas iniciais, de acordo com a média gerada para os clientes da Dedalus.

4. Faça a troca de recursos ou a rearquitetura de ambiente

Com essa primeira etapa concluída, começam as sugestões de trocas de recursos ou da avaliação de rearquitetura de ambiente – algo que não cabe para todas as realidades, porque depende do desenvolvimento e da disponibilidade de estrutura da empresa para realizar as mudanças previstas.

“Aqui, estamos descendo ao nível de negócios, é um passo a mais que muda alguns itens da aplicação, dos recursos e da arquitetura. Ao final, esses pontos vão gerar ainda mais economia para além da redução inicial. Essa fase é mais complexa.”

5. Governança

Nesta etapa, começam a ser incorporadas “tags” nos ambientes dentro da cloud com o objetivo de obter uma visão ainda mais detalhada do todo e, com isso, o cliente consegue visualizar os produtos que ele usa e toda a empresa segmentada dentro do próprio provedor. Franco destaca que isso gera uma relação financeira melhor, em que a liderança consegue entender quanto cada área está consumindo.

Concluída essa categorização visual, é possível criar alertas, automações e relatórios que apontem as melhorias contínuas realizadas na cloud, além de se criar uma recorrência com o cliente para sinalizar possíveis apontamentos, dar ainda mais visibilidade do processo e considerar os pedidos da empresa que possam surgir.

6. Ciclo

Por fim, a última etapa é considera cíclica, pois chegada essa fase, o processo se repete continuamente.

Segundo o especialista da Dedalus, para cada uma dessas etapas, não há um tempo médio padrão de implementação, já que, em cada caso, é considerado a realidade e a estrutura do cliente, e quais os desafios que precisam ser endereçados.

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