5 erros para evitar na criação de uma startup

Fundadores de startups do Cubo Itaú compartilham dicas do que não fazer para futuros empreendedores

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10:50 am - 21 de março de 2021
pessoas estressadas e gritando

Há muitas oportunidades no Brasil atual para empreendedores que queiram abrir um negócio. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae, em 2020 cerca de 25% da população adulta do país participou da abertura de um novo negócio ou empresa.

O Cubo Itaú, polo de empreendedorismo tecnológico, registrou bom desempenho das startups em seu ecossistema. O faturamento acumulado foi de mais de R$ 4 bilhões em 2020, e cerca de 85% das startups registraram crescimento no ano passado – algumas delas chegando a crescer 20 vezes no período.

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Apesar dos incentivos, do mercado sedento por inovação e transformação, e do ecossistema de inovação cada vez mais numeroso e maduro, empreender não é tarefa fácil. Por isso Renata Betti, fundadora da Talent Academy, Rodrigo Murta, fundador da Looqbox, e Vitor Asseituno, fundador da Sami, todas startups do Cubo, enumeraram dicas para que quem está no início dessa jornada e não cometa erros que outros já cometeram.

Escolha bem seus parceiros

Unanimidade entre os três, a escolha de parceiros faz muita diferença para o desenvolvimento da startup. Segundo Asseituno, esse pode ser o maior erro dos empreendedores.

“Isso vale para sócios, investidores e funcionários. Muitas vezes, essa escolha vem acompanhada da divisão de participação na empresa. É comum acabarem oferecendo ações demais e se descobrirem amarradas a alguém que não era o ideal a longo prazo”, reitera.

Para Renata Betti, é importante formar uma equipe com diferentes pontos de vista sobre o mercado. “Tem que ser muito estratégico na escolha dos sócios, pensando na complementariedade de perfil e características, competências, habilidades e experiências que você não tenha”, diz ela.

Monte um bom time

Mesmo no início, é essencial investir tempo e recursos para contratar profissionais adequados ao perfil de empresa que se deseja montar. “As primeiras 15, 20 pessoas são as que irão ajudar a construir a cultura da sua empresa”, alerta Renata Betti.

Além disso, um bom time de vendas tem mais chance de alavancar um produto. “Muitas vezes um time de founders técnicos acaba não dando a devida importância para o time de vendas, o que é um erro muito comum”, diz Murta.

Atenção ao mercado e ao problema

Grande parte das vezes, as pessoas se apaixonam por uma ideia, mas não há mercado para ela. Para Asseituno, é importante escolher mercados grandes, de preferência acima de R$ 100 milhões, “porque a gente vai ser um pedaço dele. Se você pega um mercado muito pequeno, acaba ficando uma empresa também pequena e pouco atrativa”, diz.

Para Renata, é necessário se concentrar sempre no problema e encontrar formas de resolvê-lo, mesmo que seja necessário ajustar ou se adaptar no caminho. “Antes de grandes planos, tente ser simples e ver se a dor realmente existe. Use o do Pareto e a regra 80/20: será que com 20% de esforço você não consegue testar 80% da hipótese? Considero o MVP essencial”, diz Murta.

Não se prenda apenas às pesquisas de mercado

Uma coisa é o que a pessoa diz nas pesquisas, outra é o que realmente está disposta a pagar pelo produto. “Na nossa cultura, queremos agradar quem nos pergunta, e é muito fácil de se influenciar erroneamente por uma pesquisa”, alerta Murta.

Não acredite que seu produto é imutável

É bem difícil acertar a solução de primeira. É preciso ter persistência, estudar o mercado, a concorrência, as tendências e não achar que o produto é imutável.

“Na verdade, ele nunca está pronto”, diz Renata. “A sociedade muda, a tecnologia muda constantemente, então temos que ter consciência que nosso produto vai ter que se adequar sempre às novas realidades.”

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