5 dicas para quem quer começar uma carreira em dados

André Piotto, especialista em dados da Tableau Brasil, aponta o que fazer e seguir para ser um profissional disputado na área

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10:01 am - 30 de setembro de 2022

Os profissionais especialistas em dados estão entre os mais disputados do mercado de trabalho. Estudo da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais) estima que só as empresas de tecnologia demandarão 797 mil talentos até 2025.

Apesar de boas perspectivas para quem quer iniciar carreira na área, o mesmo não pode ser dito para empresas demandantes desses profissionais, já que há uma disputa acirrada por esses talentos. Com a quantidade de formandos aquém da necessidade, a projeção é de um déficit anual de 106 mil profissionais.

Frente a essa demanda crescente, o especialista em dados, gerente sênior e engenheiro de soluções da Tableau no Brasil, André Piotto, compartilhou cinco dicas importantes para quem pretende construir uma carreira nessa frente promissora:

1. Invista em uma boa base de formação

Uma habilidade muito requisitada na área de dados é a capacidade analítica, isto é, o potencial de resolver problemas e criar soluções a partir de uma perspectiva lógica e um olhar matemático. “O caminho para se obter essa habilidade pode ser por vias tradicionais, como uma graduação em engenharia da computação ou mesmo uma graduação em qualquer curso de engenharia ou ciência da computação. Mas quem precisa de uma formação mais rápida pode escolher um curso tecnólogo sobre sistema de informação, por exemplo”, indica o especialista.

2. Siga se especializando

Além da formação inicial, é interessante seguir adiante e buscar especializações como MBA e cursos especializados em ciências de dados, banco de dados, engenharia de dados, inteligência artificial, algoritmos matemáticos e estatística avançada. Existem, inclusive, alguns que fazem um compilado desses conhecimentos.

“Para quem busca cursos complementares para a área de dados, há várias opções presenciais e remotas, além de plataformas de e-learning”, comenta Piotto. Uma dica que ele dá é realizar buscas em diversos sites para encontrar opções de cursos em instituições de ensino brasileiras. Porém, segundo o especialista, é possível encontrar até mesmo cursos oferecidos por reconhecidas universidades estrangeiras.

3. Desenvolva outros tipos de habilidades

Piotto destaca, no entanto, que de nada adianta ter uma qualificação excelente e especializada em dados se o profissional não possuir também desenvoltura e capacidade para dialogar com a área de negócios, sabendo traduzir suas necessidades. Recrutadores observam também a criatividade na elaboração de projetos, a proatividade e a maneira como o profissional utiliza dados para resolver problemas reais.

“O desafio de uma empresa pode ser aumentar a lucratividade de um certo produto, por exemplo. Neste caso, seria preciso saber traduzir a demanda de negócio para a área técnica, reunir os dados sobre o produto, levantar informações sobre rentabilidade, números do mercado etc. Ou seja: é fundamental entender o negócio e suas dores para, só então, criar uma fórmula matemática que possa gerar previsões de aumento de rentabilidade”, explica.

Para desenvolver esse tipo de habilidade, o especialista recomenda aprofundar-se no conhecimento sobre a empresa, apostar em leituras, acompanhar palestras sobre negócios e aprender sobre o mercado com os colaboradores das demais áreas – tudo para se tornar um profissional completo, criativo e não ficar preso à “bolha do linguajar técnico”.

4. Tenha um portfólio de projetos

Experiência de trabalho com clientes é sempre desejável – e um desafio, é claro, para quem está no começo de carreira. De todo modo, é importante construir um portfólio que comprove a competência do candidato. Uma dica para quem está começando é buscar executar projetos com colegas e professores de cursos, já que ter experiência prática com clientes é bastante importante. Piotto reforça, ainda, que no portfólio é recomendável também demonstrar com quais tecnologias e bancos de dados a pessoa já trabalhou.

5. Amplie sua visão sobre a área de dados

O especialista lembra que outro aspecto relevante para quem deseja seguir nessa carreira é ter uma visão mais abrangente da área de dados, que engloba desde o banco de dados e armazenamento (começo do processo), passando pela preparação e limpeza (o meio), até a visualização (o fim). “É difícil achar alguém que tenha trabalhado de uma ponta a outra. Porém, por mais que se atue numa etapa somente, o profissional acaba inevitavelmente conectado às outras também, então é um diferencial ter essa visão abrangente”, diz o especialista.

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