10 erros na nuvem que podem afundar seus negócios
Apenas um único erro pode fazer sua estratégia de nuvem despencar. Aqui está um resumo de como não abordar a nuvem
A nuvem mudou os mundos da TI e dos negócios para sempre e, em geral, para melhor. Mas, quando mal utilizada ou abusada, a nuvem pode sair pela culatra, levando a um sério revés nos negócios ou, na pior das hipóteses, a danos de competitividade de longo prazo.
Garantir o uso adequado da nuvem é essencial no ambiente de negócios acelerado e de alto risco atual. Aprenda com os 10 erros a seguir e faça o possível para não repeti-los.
Planejamento ruim
As empresas correm o risco de ter problemas se não tiverem uma estratégia de nuvem detalhada. “Uma abordagem arquitetônica pragmática e estruturada ao migrar para a nuvem é fundamental”, diz William Peldzus, Diretor Sênior e Chefe do Centro de Excelência da empresa de consultoria empresarial Capgemini Americas.
É imperativo pensar estrategicamente ao migrar para a nuvem, diz Peldzus. “Projetos e preparações arquitetônicas adequadas eliminarão potencialmente dias, senão semanas e meses, de solução de problemas e depuração de problemas”.
Mesmo pequenos passos posicionarão uma organização para o sucesso na nuvem, afirma Peldzus. Aprender com os erros cometidos ao longo do caminho, desde o planejamento até a migração, também é importante. “Aqueles que tentarem pular na nuvem e descobrir na hora não terão sucesso”, adverte.
Migração mal-entendida
A migração para a nuvem não é um processo único. “É uma jornada contínua com problemas inter-relacionados complexos”, diz Karthik Narain, Cloud First Lead na empresa de consultoria empresarial Accenture.
Muitos líderes de TI veem erroneamente a migração para a nuvem como um projeto convencional, completo com datas de início e término fundamentais. No entanto, uma pesquisa recente da Accenture descobriu que 32% das empresas que veem sua jornada na nuvem como concluída estão, na verdade, deixando valor na mesa enquanto colocam suas organizações em risco. “Um foco restrito na economia de custos pode colocar as organizações em desvantagem competitiva em comparação com aquelas que usam a nuvem de forma mais estratégica em suas diversas formas dinâmicas, incluindo pública, privada e de edge”, diz Narain. “Na verdade, nossa pesquisa mostrou que aquelas [organizações] que visualizaram a nuvem estrategicamente reduziram os custos mais do que aquelas focadas apenas na eficiência”.
Subestimar os custos da nuvem
É um equívoco comum pensar que a migração para a nuvem sempre leva a uma economia imediata de custos. “Na realidade, a migração para a nuvem é cara e não ter uma imagem completa de todos os custos pode afundar um negócio”, alerta Aref Matin, CTO da editora John Wiley & Sons.
A migração para a nuvem geralmente resulta em economia de custos, mas um planejamento cuidadoso e detalhado é essencial. Ainda assim, à medida que a migração para a nuvem avança, os custos ocultos inevitavelmente aparecerão e se multiplicarão. “Você deve garantir, no início do projeto, que possui um orçamento de nuvem completo e holístico”, aconselha Matin.
Os custos da nuvem aparecem de várias formas. Às vezes, eles estão à vista, como o custo de sair de uma instalação de dados existente. No entanto, muitas despesas não são tão óbvias. “Por exemplo, o custo do talento, incluindo requalificação, qualificação e encontrar o talento certo para a nuvem ou para reorganizar sua estrutura de negócios”, diz Matin. “Todas essas despesas devem ser consideradas no seu planejamento”.
Complacência com a nuvem
A primeira era da computação em nuvem está chegando ao fim. A maioria das empresas já possui alguma forma de infraestrutura em nuvem, observa Ronen Schwartz, Gerente Geral e Vice-Presidente Sênior de Armazenamento em Nuvem da NetApp, empresa de serviços de dados em nuvem híbrida e gerenciamento de dados.
A nuvem está em um ponto de inflexão, afirma Schwartz. Muitas organizações ainda retêm quantidades significativas de dados, aplicativos e cargas de trabalho no local, mesmo enquanto continuam migrando para a nuvem. No entanto, ele acredita que muitas dessas empresas agora estão entrando em uma nuvem evoluída – ambientes multicloud híbridos nos quais os serviços em nuvem são totalmente integrados à arquitetura e às operações da organização.
“Ele elimina os silos para simplificar o gerenciamento e oferecer capacidade de observação em todos os lugares”, diz Schwartz. “A nuvem evoluída é exatamente como o nome sugere – não é um estado final”.
Depois que uma empresa entra na nuvem evoluída, Schwartz recomenda avançar para evitar a estagnação. “Se eles migraram aplicativos, agora podem refatorá-los para a nuvem”, diz ele. “Se eles os refatoraram, agora podem otimizar o desempenho ou o custo”. Em ambos os casos, Schwartz aconselha avançar e evoluir junto com a nuvem.
Baixa acessibilidade de dados
Um grande desafio enfrentado por muitas empresas maiores é alavancar a disseminação de dados em sistemas diferentes. “Garantir que os dados sejam acessíveis e seguros em vários ambientes, tanto no local quanto em aplicativos executados na nuvem, é uma dor de cabeça cada vez maior”, diz Darlene Williams, CIO da empresa de desenvolvimento de software Rocket Software. Ela observa que uma pesquisa com usuários de tecnologia de mainframe revelou que 80% acreditam que a tecnologia de mainframe continua sendo crítica para as operações de negócios.
Abandonar os dados armazenados em sistemas legados pode privar os departamentos de acesso a informações potencialmente valiosas. Williams adverte que as empresas que inclinam a balança muito para a nuvem correm o risco de esquecer o valor inerente dos dados bloqueados no hardware legado.
Expansão da plataforma
Sempre que possível, os líderes de TI devem consolidar e mesclar serviços baseados em nuvem para reduzir custos e evitar expansão de plataformas, diz Wayne Carter, Vice-Presidente de Engenharia, do provedor de tecnologia de banco de dados em nuvem Couchbase. “Por exemplo, em vez de usar vários bancos de dados, um banco de dados multimodal pode lidar com diferentes tipos e modelos de dados a partir de um único back-end integrado e evitar (…) a expansão de dados e o gasto de fundos desnecessários”.
Carter aconselha os líderes de TI a examinar profundamente suas organizações para entender como os recursos de software estão sendo usados. “Eles podem descobrir que existe um software que pode ter várias licenças adicionadas para mais de uma equipe usar em toda a empresa”, observa ele.
Segurança inadequada
A falta de segurança pode transformar uma iniciativa de nuvem promissora em um pesadelo de TI. “Evitar erros relacionados à segurança na nuvem requer entender seu ambiente de nuvem e garantir que as proteções apropriadas estejam em vigor para proteger sua infraestrutura contra ameaças de segurança externas e internas”, diz Emmanuel Nnodim, Arquiteto de Nuvem da empresa de consultoria de TI SPR.
Deixar de se proteger contra ameaças externas e internas pode ser letal, pois põe em risco a reputação da organização, enfraquece a confiança do cliente e pode levar a perdas financeiras significativas. Nnodim recomenda que cada estágio do planejamento da nuvem inclua uma avaliação de segurança completa.
Entusiasmo desenfreado
Muitas empresas veem a nuvem como uma tecnologia milagrosa, minimizando a quantidade de planejamento e trabalho necessários para enfrentar os desafios operacionais e de design do mundo real. “Quando as empresas se deparam com esses desafios, elas lutam para encontrar as habilidades e a experiência necessárias para remediar os problemas”, diz Sunil Moorjani, Diretor da empresa global de consultoria e pesquisa de tecnologia ISG.
Moorjani observa que a chegada de ambientes multicloud, combinada com uma escassez persistente de talentos, tornou a implantação e o gerenciamento de nuvem ainda mais complexos. Como resultado, muitos adotantes ficaram desapontados com seus resultados de “cloud first”. Ele relata que quase 70% dos entrevistados em uma pesquisa recente do ISG atingiram menos de 20% de suas metas principais, e muitos contabilizaram estouros de orçamento significativos e prazos perdidos.
Mesmo ao visualizar a adoção da nuvem em termos realistas, muitos líderes de TI não conseguem entender que a adoção da nuvem não é apenas um exercício técnico. “As empresas também devem estar atentas às obrigações contratuais”, alerta Moorjani. Ele observa que contratos plurianuais podem prender clientes incautos em modelos de consumo caros e inflexíveis.
Migração apressada
Migradores de nuvem excessivamente ansiosos tendem a favorecer uma abordagem de migração “lift and shift”, subestimando os custos de longo prazo associados à falha na otimização de aplicativos antiquados.
“As empresas que buscam digitalizar sem as etapas adequadas serão drenadas por custos de nuvem 10% acima da média, tempos de entrega de aplicativos legados atrasados em até 400%, vulnerabilidades de segurança de alto risco e requisitos de conformidade e manutenção surpreendentes”, avisa Marco Roman, Chefe de Operações de Campo na América do Norte da e-Core, provedora de serviços de consultoria e desenvolvimento de tecnologia. “Evidentemente, é uma tolice cortar esses cantos iniciais”.
Não olhar para frente
A nuvem continua a evoluir, suportando e melhorando as principais operações de negócios de várias maneiras. As empresas devem estar sempre olhando para frente, alinhando suas estratégias de negócios para acomodar multicloud, cloud edge computing e outros avanços, aconselha Matthias Loh, Líder em Tecnologia de Serviços Financeiros da empresa de consultoria empresarial EY Americas.
À medida que os CIOs ponderam sobre quais estratégias de nuvem seguir, eles precisarão considerar a melhor forma de preparar e arquitetar seus projetos de nuvem para evitar silos, impulsionar um crescimento novo e lucrativo e manter a eficiência, a segurança e a transparência. “É fundamental ter uma estrutura clara e deliberada sobre a melhor forma de lidar com os riscos e custos associados à nuvem”, acrescenta Loh.