Intel e Centro Paula Souza capacitarão estudantes do ensino médio em IA
Gigante de tecnologia traz ao Brasil programa Intel AI For Youth, em linha com meta de treinar 30 milhões de estudantes em 30 países em IA
A Intel e o Centro Paula Souza, autarquia do Governo do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, que administra mais de 220 Escolas Técnicas (Etecs) e 75 Faculdades de Tecnologia (Fatecs), anunciaram nessa quinta (15) parceria para capacitar talentos do Ensino Médio em inteligência artificial (IA).
Entusiasta da educação, Claudia Muchaluat, presidente da Intel Brasil, afirmou que o programa Intel AI For Youth chega ao Brasil como parte da ambiciosa meta da gigante de tecnologia de capacitar, até 2030, 30 milhões de estudantes em 30 países, em parceria com 30 mil instituições. Em solo nacional, o Centro Paula Souza é a primeira aliança para fomentar o ensino de IA.
Citando estudo da universidade norte-americana Stanford, que indica que o Brasil é um dos países que mais contratam talentos para atuar com inteligência artificial, Claudia justificou que esse mercado está bastante aquecido e deverá movimentar US$ 15 trilhões na economia até 2023. “Hoje, formamos menos profissionais do que o mercado vai demandar. Em cinco anos, teremos um gap de 500 mil pessoas capacitadas em novas tecnologias”, disse em evento para anunciar a novidade.
Segundo Emilio Loures, diretor de políticas públicas da Intel Brasil, a primeira fase do programa contemplou 41 professores, que levarão o conhecimento para os alunos da rede do Centro Paula Souza no próximo semestre. A primeira turma de docentes foi formada no final do ano passado, ainda com o material em inglês, e, mais recentemente, a segunda turma foi capacitada em português.
“Agora, a missão é chegar aos alunos. Queremos contemplar o Ensino Médio do País”, reforçou ele. A estimativa é de que mais de 300 mil alunos sejam capacitados pelo projeto.
Loures lembrou que o impacto da digitalização na produtividade e no mercado de trabalho foi enorme. Nos últimos três anos, segundo dados da MBC/FGV, o crescimento de pessoal na oferta digital tem média de crescimento de 2,5%. Nas demais ocupações, a média é de -0,1%. Segundo refletiu, para o país é importante essa digitalização, porque a produtividade é maior.
As ocupações digitais, prosseguiu, apresentam remuneração acima da média do mercado e isso vem se expandindo ao longo dos últimos anos.
O executivo lembrou ainda que um levantamento da ESG Research indica que o principal gap de talentos está em segurança digital, com 48%, mas aprendizado de máquina e IA ocupa a segunda colocação com 36%.
“O País precisa formar mais de 140 mil profissionais nas áreas digitais por ano para atender à demanda estimada, segundo estudo da MBC/FGV. Já o Observatório Nacional da Indústria aponta que a demanda por profissionais com formação nas áreas digitais é de mais 779 mil até 2025”, reforçou ele.
IA como agente de transformação
Lucília Guerra, diretora do Centro de Capacitação Técnica, Pedagógica e de Gestão do Centro Paula Souza, contou que os alunos apoiados pela autarquia são motivados e que eles querem ser agentes de transformação. A IA, por sua vez, terá papel fundamental nessa equação. “A tecnologia transforma empregos, entendemos que o aluno já percebeu isso. Precisamos desmistificar a tecnologia. Quanto mais cedo tiver contato, melhor.”
Carlos Eduardo Ribeiro, coordenador de Projetos do Centro Paula Souza, apontou que depois da primeira fase, foram gerados aprendizados e trilhas de aceleração tecnológica criada para que os professores possam levar mais rapidamente IA para os alunos, por meio de aulas teóricas e práticas.
Um dos 41 professores que fizeram o curso, Jefferson Roger Moreira pontuou que, por ter participado da primeira turma, o idioma foi um desafio para ele no aprendizado. Contudo, por ser docente de desenvolvimento de sistemas, rapidamente captou o conteúdo.
Já Rubens Fernando Sera, participante da segunda turma, já com o conteúdo do curso em português, revelou que já no próximo semestre colocará em prática o aprendizado com os alunos de automação industrial. “O Centro Paula Souza está implementando uma sala maker. Estamos buscando soluções e inovações e esse será um ponto de partida importante”, projetou ele.
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