O novo papel do RH na era 4.0
As novas tecnologias têm promovido transformações significativas no universo corporativo, inclusive no que envolve as pessoas.
As novas tecnologias têm promovido transformações significativas no universo corporativo, inclusive no que envolve as pessoas. A integração entre os sistemas físicos e digitais, principal característica da indústria 4.0, tem ampliado a qualidade dos processos, tornando-os mais rápidos e desburocratizados. Essas mudanças tem criado diferentes dinâmicas de trabalho e exigido novas habilidades dos colaboradores e também das empresas.
É por isso, que adaptação é a palavra do momento. Um desafio que se apresenta na era digital, sobretudo a para os profissionais, é a tentativa de dominar as tecnologias e buscar seus respectivos espaços nesse novo cenário. É nesse contexto que o setor de Recursos Humanos adquire importância fundamental. Esse segmento, que até então era associado a tarefas mecânicas e repetitivas, assume o papel de conduzir os profissionais nessa transformação, viabilizando a adaptação deles à essa nova realidade.
Uma das funções mais importantes do RH nesse contexto é a de promover treinamentos, afinal, manter os colaboradores atualizados em relação às tendências do mercado é um diferencial na busca pela competitividade. Além de promover essas ações, dar visibilidade a elas também é importante. A união entre os setores de RH e marketing na busca de estratégias de atração de talentos tem sido uma tendência entre as organizações modernas.
Também é inevitável a chegada de novas tecnologias ao setor. O chamado RH 4.0 pode ser entendido como uma extensão da revolução, na medida em que desburocratiza e automatiza processos que outrora sobrecarregavam os profissionais. Tecnologias como o People Analytics, que coleta e cruza dados sobre os funcionários para direcionar ações de otimização, ilustram o caráter estratégico do RH no cenário atual.
Um case que ilustra a utilização de People Analytics para melhorar a produtividade é o do Bank of America. A empresa, que sofreu por anos com altos índices de turnover, aplicou a metodologia em seu setor de call center. Os dados coletados permitiram concluir que os funcionários que interagiam mais com os colegas durante o expediente tinham produtividade maior. Diante dessa constatação, os gestores fizeram uma mudança simples: alteraram a escala de intervalos dos funcionários e permitiram que eles fizessem seus intervalos juntos. O resultado foi um aumento de 23% na velocidade dos atendimentos e uma economia em torno dos US$15 milhões.
O exemplo da aplicação bem sucedida do People Analytics prova que o investimento na gestão de pessoas é sinônimo de fortalecimento do capital humano. A visão de que o setor se limita a questões burocráticas não tem mais espaço nas empresas modernas. Afinal, trata-se de um poderoso aliado na definição de estratégias de crescimento e desenvolvimento dos negócios em longo prazo.
*Por Matheus Vieira Campos, coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte (AMCHAM-BH)