Inteligência artificial como aliada na busca por emprego

A inteligência artificial está transformando a jornada dos candidatos

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10:05 am - 23 de agosto de 2023
Imagem: Shutterstock

Por Mario Maffei*

A inteligência artificial está transformando a jornada dos candidatos. Ela pode auxiliar na construção de currículos mais atrativos, orientar profissionais para entrevistas ou ajudar em testes de redação, por exemplo. Isso mostra como os chatbots entraram de vez no radar dos profissionais. Mas há alguns aspectos importantes que precisam ser levados em conta na hora de utilizar a IA.

Ferramentas como ChatGPT devem ser compreendidas e utilizadas como apoio e não como uma substituição ao conhecimento humano. Ao nos basearmos apenas nos dados e respostas do robô, limitamos o resultado ao que a máquina traz, desconsiderando evidências presenciadas ao longo de toda a vida.

Outros pontos de atenção são a perda da autenticidade e o plágio, consequências do uso indevido da tecnologia. O chat deve auxiliar e facilitar os processos, mas nunca os substituir.

Antes de iniciar uma conversa com a IA, o candidato deve se concentrar no que deseja e entender se a ferramenta é, de fato, o melhor caminho para obter esses resultados.

Ao interagir de forma clara e direta, em uma espécie de bate-papo virtual, conseguirá cruzar informações de forma organizada e gradual. O essencial é saber adaptar essa interação da busca com o que o chat consegue entregar.

Mesmo que possua habilidades para resolver questões, produzir textos e criar programações, o chat não deve ser a principal fonte de busca para informações recentes, já que sua base de dados é atualizada até setembro de 2022. Também não é recomendado para responder questões qualitativas ou de opinião.

Do mesmo modo que não possui dados recentes, o chatbot não é capaz de fazer previsões ou apontar tendências. Para quem busca um emprego, por exemplo, não é recomendado usar a IA para saber sobre mercados em ascensão ou cargos em alta. O mais indicado é buscar por segmentos mais alinhados à realidade do profissional: experiências, trajetória e similaridade com o que o candidato realmente goste de atuar.

A ferramenta também pode ser uma grande aliada na orientação da progressão da carreira. Ao elencar habilidades comportamentais, conhecidas como softskills, podemos ligar os pontos entre o que a carreira pede com o que o perfil do profissional entrega, uma forma de abrir o leque de opções e filtrá-las de maneira eficiente.

O maior desafio dos profissionais é ter um olhar crítico para entender quais conteúdos são passíveis da utilização do robô e como extrair esses dados da ferramenta da melhor maneira.

Certamente, o ChatGPT e demais ferramentas de IA serão cada vez mais explorados nos processos seletivos de emprego, seja por recrutadores ou candidatos. Para garantir uma utilização correta, os profissionais precisarão de ética, responsabilidade e entendimento da ferramenta como auxiliadora e não como estrutura principal dos resultados.

*gerente da divisão de tecnologia do PageGroup

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